Lições Bíblicas: O Projeto Divino da Salvação I, de Adão a Rute (5 lições)

Lição1

A Criação do Homem

Palavra Devocional

Lc 3.38

“... e Cainã, de Enos,

e Enos, de Sete, e Sete,

de Adão, e Adão,

de Deus.”

Leitura Bíblica Essencial

Jo 1.1-3

“1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2. Ele estava no princípio com Deus.

3. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.”

Ap 22.13

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro.”

A CRIAÇÃO

Introdução

No princípio, Deus criou os céus e a terra e criou o homem conforme sua imagem e semelhança, e, a todos os seres que Ele criou, fez Deus com que se reproduzissem conforme a sua espécie. Adão e Eva, então, reproduziriam conforme a sua espécie: seres conforme a imagem e semelhança do criador, conforme a imagem de seu Filho, o primogênito da Sua criação (Rm 8.29), aquele que recebeu do amor do Pai dantes da fundação do mundo (Jo 17.24). Os filhos do primeiro casal multiplicariam esse amor não fosse a separação resultante do pecado inicial no Jardim do Éden.

Ao resolver comer da árvore do bem e do mal, Adão peca, decidindo pela vontade própria e não por seguir a vontade do Pai, o que simbolizou – e simboliza - uma vida separada dEle e de Suas vontades para com o homem e sua descendência. O homem decidiu pela separação, decidiu pela morte.

1- O pecado original: E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16-17). A morte humana não era plano do Criador; o desejo do Senhor era que todos multiplicassem seu amor infinito na face da Terra e não que morressem sem que participassem da sua glória. O morrer ao comer da árvore proibida distanciou a criatura do criador; a submissão humana às vontades divinas foi trocada pela vontade própria.

a- A árvore do bem e do mal: Satanás, cheio de orgulho e soberba, corrompeu-se e o Senhor achou iniqüidade nele, lançando-o fora de seu Monte Santo (Ez 28. 12-17).

Então, já no Éden, começou a arquitetar seu plano de separação do homem de seu criador através da desobediência, da cobiça, da vaidade; assim entrou o pecado no mundo. Em seu primeiro intento, Satanás obteve êxito: o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado (Gn 3.23).

b- A árvore da vida: O Senhor, então, percebendo a desobediência do homem, decidiu expulsá-lo do paraíso para que, conhecendo o bem e o mal, não comesse da árvore da vida, vivendo eternamente (Gn 3.22). A vida que o primeiro casal escolheu foi uma vida independente de Deus, o que, como já comentamos, simboliza a morte espiritual. Para que o homem retomasse o caminho da vida eterna, com uma vida dependente do Senhor, Ele instaurou várias ordenanças, sendo que o supremo desejo do Criador foi realizado com a morte do Messias, reconciliando a criatura com o Criador (2Co 5.18,19).

O PROTO-EVANGELHO

2- A profecia contra a serpente: promessa da redenção pelos pecados- O projeto da reconciliação é iniciado com a profecia de Gênesis 3.15, o Proto-Evangelho, em que é revelado que a semente da mulher feriria a semente da astuta serpente, Satanás. A redenção do Cristo foi o golpe final em Satanás, e, todo aquele que crer na trajetória redentora de Jesus e não retrocede da decisão, certamente reconciliado está com Deus e novamente pronto para a vida eterna.

OS FILHOS DE ADÃO

3- A descendência de Adão: E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão (Gn 4.1). A descendência de Adão iniciou-se com o nascimento de seus dois filhos Caim e Abel .Eis que nasceram e foram introduzidos, a seguir, num mundo imerso no pecado, tanto que Caim, pela inveja que sentiu de seu irmão Abel, foi tomado pela ira, levantando-se contra seu irmão, operando-lhe a morte. [Para que fique claro o momento do nascimento, vejamos uma nota acerca do hebraico bíblico: “Em Gn 4:1 temos todo o trecho do final do capítulo anterior em seqüente utilização do "waw ha-hipukh", interrompido com a frase "Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu...", o que significa que todo este relato ocorrera antecipadamente ao relato anterior, que nos conta acerca da expulsão do casal do Jardim do Éden (Gn 3:22-24), incluindo o nascimento das crianças. ...diz ali em sua exegese: "Já a conhecera...", significando "anteriormente à expulsão.]

a- O renovo: E tornou a Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou seu nome Sete; porque disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou (Gn4.23). Dessa nova semente, Sete, nome derivado do verbo hebraico colocar, gerado à sua imagem e semelhança (Gn 5.3), Deus reiniciou a linhagem para a reconciliação do seu povo consigo, através de Jesus Cristo - ... e Cainã, de Enos, e Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus.

b- Enos- A Bíblia nos relata que, através dessa linhagem, começou a se invocar o nome do Senhor (Gn 4.26). Entretanto, a descendência de Caim não se colocou à disposição do Senhor.

c- Enoque- Houve um homem que andou com Deus e o Senhor o tomou para si, Enoque. O livro de Hebreus relata que sua translação foi fruto de sua vida reta, alcançando testemunho público de que agradara ao Senhor (Hb11.6).

O DILÚVIO

4- A corrupção da Terra- Em determinado momento da história do homem, o gênero humano se corrompeu; os filhos de Deus (Gn 6.2), filhos segundo a sua imagem e semelhança, entraram às filhas dos homens (paralelamente, as filhas do pecado, da geração de Caim), e viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicava sobre a face da terra... arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem... (Gn 6.5-6).

4.1- Noé- A carne corrompeu o seu caminho sobre a terra (Gn 6.12); mas um homem, da raiz de Sete, varão justo e reto que andava com Deus, Noé, achou graça aos olhos do Senhor e foi escolhido para, junto de sua família, conservar as criações de Deus, posto que o Senhor traria um dilúvio sobre a Terra, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé (Hb 11.7).

Conclusão

O intento da multiplicação do Seu amor na Sua criação não foi interrompido, mas adiado; o amor de Deus foi repassado de geração em geração: esteve presente em Sete, Enos, Enoque, Noé e em nós, que devemos estar sempre prontos para multiplicá-lo.

Lição 2

Os descendentes de Noé

Palavra Devocional

Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. Hb 11.7

Leitura Bíblica Essencial

1Cr 1.1-4

Adão, Sete, Enos, 2 Cainã, Maalalel, Jarede, 3 Enoque, Metusalém, Lameque, 4 Noé, Sem, Cam e Jafé.

Gn 10.1,22

Estas, pois, são as gerações de Noé: Sem,Cam e Jafé; e nasceram-hes filhos depois do dilúvio.22 Os filhos de Sem são: Elão, e Assur, e Arfaxade, e Lude, e Arã.

Introdução

Após o dilúvio, Noé viveu 350 anos (Gn 9.28), e seus filhos geraram filhos e filhas, povoando a terra. A geração piedosa de Sete teve continuidade, assim como o projeto divino da salvação. Deus, em todo o momento, conservou um remanescente para si, para o louvor de Seu nome.

AS DESCENDÊNCIAS

1- A continuação da linhagem- Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem (Gn 9.26). Noé abençoou a Sem e colocou a Jafé ao seu lado e Canaã (amaldiçoado por ter seu pai, Cam, visto a nudez de Noé) como servo deles. As gerações dos filhos de Noé povoaram, então, toda a terra (Gn 9.19).

Dentre os remanescentes do dilúvio, Deus continuou o seu projeto de ter um povo para continuar o seu plano; tomou para si um ramo da semente de Noé e criou, a partir dos frutos desse ramo, uma nação da qual viria o redentor.

a- a descendência de Cam- Dentre os filhos de Cam, Canaã é destacado no relato mosaico (Gn 9.18,22), visto que fora amaldiçoado por Noé pelo erro de seu pai. Canaã deu nome à terra que mais tarde tornar-se-ia a terra do povo hebreu (Gn 12.7).

b- a descendência de Jafé- Os filhos de Jafé, segundo historiadores, habitaram as terras do Norte e deram início aos povos indo-europeus (Gn 9.27a).

c- a descendência do povo escolhido- Gn 10.22- Os semitas, como também é chamado o povo judeu, são os descendentes de Sem, dos quais Deus escolheu um ramo que manteria ativo o projeto da salvação, como veremos a seguir. O texto bíblico destaca a importância dessa geração quando, em Gênesis 11.10, Moisés ratifica as gerações de Sem, que termina no verso 26, com os filhos de Tera, entre eles Abrão.

2- Os descendentes de Sem- E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Éber... Gn 10.22. Moisés esclarece que Sem é o pai de todos os hebreus, os filhos de Éber, povo escolhido para testemunhar a redenção do Salvador.

a- Arfaxade e Éber- E Arfaxade gerou a Selá, e Selá gerou a Héber (1Cr 1.18). No primeiro livro de Crônicas o tradutor mantém a forma gráfica arcaica que nos remete ao patriarca que é denominado o pai dos hebreus, Héber, participante, também, da genealogia do Salvador, conforme Lc 3.35.

b- Pelegue- Éber, conforme a Bíblia, teve dois filhos: Joctã, que, segundo a tradição hebraica, é antepassado dos árabes, e Pelegue, nome em hebraico que é derivado de divisão, porquanto nos seus dias se repartiu a terra (Gn 10.25).

A Bíblia não nos esclarece explicitamente acerca de que divisão fala o verso 25, mas podemos deduzir que o verso 32 elucida a questão e que a divisão dos descendentes de Noé por toda a terra ocorreu nos tempos deste personagem, Pelegue, mas um na linhagem do Rei dos reis.

A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS

3- Babel- Em meio ao andamento do projeto divino da salvação, verificamos que ocorreu, em determinado momento, um levante dos povos que se reuniram num vale chamado Sinar, onde ergueram uma torre ambiciosa em seus propósitos, propósitos estes contrários ao intento divino; assim, além de o Senhor ter-lhes confundido as línguas, para que não se entendessem, confundiu-lhes os pensamentos e intentos, e espalhou-os por toda a face da terra (Gn 11.8).

A cidade de Babel foi fundada por Ninrode, filho de Cuxe, filho de Cam (Gn 10.8), na terra de Sinar. O nome Ninrode tem como tradução literal vamos nos revoltar. Ninrode começou a ser poderoso e o princípio de seu poder deu-se em Babel, lugar de idolatrias e feitiçarias, terra que deu origem, mais tarde, à Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra (Ap 17.5). Vemos que, mesmo depois da atitude do Senhor em espalhar aqueles povos, as nações constituídas afastaram-se do Senhor e buscaram seus próprios caminhos, em oposição a tudo que o Senhor desejava para a humanidade. Babel foi o primeiro reino contrário ao reino divino, um reino de confusão, de discórdia e rebeldia.

A JORNADA DE ABRAÃO

4- de Pelegue até Abrão- Sem, Arfaxade, Selá, Héber, Pelegue, Reú, Serugue, Naor, Tera, Abrão, que é Abraão (1Cr 1.24-27). As gerações entre Pelegue e Abraão testemunharam a idolatria do povo que se espalhou pela terra (Js 24.2), e o Senhor fez com que Abraão saísse daquele lugar e fosse para a terra a qual Ele mostraria. Através de Abraão, Deus prosseguiu em seu intento de salvação da raça humana, pois Ele tinha um plano: a redenção do mundo, para tal, escolheu-o para possuir a Sua terra, a terra que mana leite e mel, Canaã (Gn 15.18).

Conclusão- O Senhor criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o para louvor e glória de seu nome; criou-o para o amor. Mas o Senhor verificou que a imaginação do coração do homem é má desde sua meninice (Gn 9.21) e projetou este plano maravilhoso de redenção da humanidade através de Cristo, nosso Redentor, e, mesmo com tantas outras revoltas do homem contra Deus, Ele, o Senhor, que é cheio de graça e misericórdia (Lm 3.22), não mudou (Ml 3.6) em seus intentos, e manteve sempre um remanescente cheio de seu amor para que fosse cumprida a Sua palavra.

Lição 3

Abraão a Isaque

Palavra Devocional

Lc 3.34 ...e Judá, de Jacó, e Jacó, de Isaque, e Isaque, de Abraão, e Abraão, de Terá, e Terá de Naor.

Leitura Bíblica Essencial

Gn 12.2-3

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção. 3 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Gn 26. 2

E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser; 3 peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que descenderem de ti, darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai; 4 e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e lhe darei todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra; 5 porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. 6 Assim habitou Isaque em Gerar.

Introdução

Abraão, Isaque e Jacó são os patriarcas de Israel, aqueles pelos quais o Senhor fez sua aliança com o povo escolhido. Começou em Abraão as promessas de abençoar as nações dantes separadas pelo Senhor . Estudaremos alguns aspectos do mover de Deus na vida de Abraão.

PROMESSAS

1- Promessas- O Senhor, ao chamar Abraão – ainda conhecido como Abrão -, proclama que todas as famílias da terra seriam abençoadas através dele; essa promessa revela o desejo divino de abençoar a todos (Gn12.3).

1.1- Livramento e “purificação”- Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda (Gn 13.9). Resolvendo a contenda, Ló escolhe ir para o Oriente, propiciando Deus a Abraão o afastar-se das terras de Sodoma e Gomorra pela escolha de Ló.

2 Dependência- E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti (Gn14.21). Após as batalhas que ocorreram no vale de Sidim, Sodoma e Gomorra foram saqueadas e, conseqüentemente, também Ló, que habitava em Sodoma; Abrão trouxe a Ló de volta, como também toda a fazenda de Sodoma (Gn 14.16). Então, o rei de Sodoma pediu para que Abrão devolvesse-lhe as almas, ficando com os despojos; Abrão declara toda a sua dependência ao Senhor, não desejando que a glória de seu enriquecimento fosse dada ao rei, mas que a glória fosse, e sempre seja, dada ao Senhor.

3- Semente de Abraão- Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente (Gn 15.5).

a- Promessa- Angustiado por não ter ainda filhos, Abraão indaga ao Senhor acerca de quem seria seu herdeiro; recebe, então, a promessa do Pai de que a sua semente seria numerosa. Abraão, então chamado Abrão, e Sara, Sarai, erram e passam a frente de Deus, tendo como produto Ismael, filho de Agar com Abrão.

b- Promessa repetida- ...Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê perfeito. E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente (Gn 17.1,2). Deus renova sua promessa com Abrão e Sara, muda-lhes os nomes – Abraão: pai de muitas nações; Sara: princesa – e os abençoa com um filho (17.16-19).

ISAQUE

4- Nascimento de Isaque, Gn 21.1-3- E o Senhor cumpriu a sua promessa, em seu tempo determinado, e Sara concebeu e deu à luz Isaque, o filho da promessa. Aos crentes, fica a lição de que o Senhor é cumpridor de suas promessas e que, como costumamos repetir, Ele não é homem para que minta.

a- sacrifício- O Senhor escolheu um remanescente de sua linhagem, Abraão, para que as suas promessas fossem reveladas a todas as nações. E Abraão, que nasceu e viveu em meio à idolatria, foi testado pelo Senhor quando fora ordenado a sacrificar seu filho, Isaque, em holocausto (Gn 22.2); Deus provaria ali a sua obediência e fé.

b- provisão de Deus- Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único (Gn22.11-14). Deus alegrou-se da obediência de Abraão e, enviando-lhes a provisão, um carneiro para o holocausto, ratificou sua promessa de abençoá-lo multiplicando-lhe a sua semente como as estrelas dos céus e como a areia da praia (vv17).

c- o Evangelho- E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz (Gn 22.18). Pela confiança que Abraão conquistou de Deus, o Senhor ratificou as bênçãos às nações da terra através da obediência de Abraão. Nós, os cristãos, cremos que o Senhor, nesse momento, anuncia o evangelho à Abraão, um evangelho que, pela fé, justificaria os gentios (Gl 3.8).

REBECA

4- Isaque- Abraão, assim como o Senhor em relação a ele, preocupou-se em manter Isaque separado das transgressões dos povos não-tementes a Deus. Gênesis 24.2 revela: não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito. Abraão não se contentou em livrar seu filho de um casamento com uma cananéia, mas também não queria que seu filho fosse à terra da qual ele saíra: assim como ele foi poupado das abominações do lugar, Isaque também seria poupado (24.6).

a- busca por Rebeca (Gn 24.12-14)- O servo de Abraão, o damasceno Eliézer (15.2), busca pela mulher para Isaque, mulher da parentela de Abraão, e ora ao Senhor de seu senhor, o Deus Todo-Poderoso, pedindo-lhe um sinal para que, quando a encontrasse, soubesse de quem se tratava.

O Senhor nosso Deus sempre deve estar à frente de nossas escolhas, de nossas decisões; orar a Ele pedindo-lhe sinais e direção é, e sempre foi, como no caso da escolha de Rebeca, a chave para o sucesso.

b- O agradecimento e o reconhecimento- Bendito seja o Senhor. Assim agradeceu o servo de Abraão por ter-lhe o Senhor guiado até onde ordenara seu senhor (24.27). Não podemos esquecer, jamais, de agradecer a Deus por suas maravilhas operadas em nossas vidas.

b.1- A família de Rebeca reconheceu que o Senhor, Deus de Abraão, certamente estava no controle daquela escolha e consentiu que ela fosse ao encontro de Isaque, para com ele se casar (Gn 24 50,51).

Conclusão

Deus deu vitória a Abraão em diversas causas: na escolha da terra em que habitaria; no resgate de Ló; na provisão no Monte Moriá. O Senhor deu-lhe a semente prometida e ratificou nessa semente a promessa de abençoar as nações. Por fim, Abraão, antes de falecer, confiou a Isaque tudo o que tinha (25.5), e abençoou o Senhor a Isaque após a morte de seu pai (25.11).

Lição 4

Jacó

Palavra Devocional

1Cr 1.34 Abraão, pois, gerou a Isaque; e foram os filhos de Isaque: Esaú e Israel.

Leitura Bíblica Essencial

Gn 25. 21

E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. 22 E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. 23 E o Senhor disse-lhe: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

Introdução

Dos propósitos divinos para a salvação da humanidade constam o nascimento e vida de Jacó, aquele que receberia as bênçãos do concerto entre Deus e Abraão e Isaque. Participou ele da linhagem do Messias e é o pai de Judá, o patriarca da tribo da qual adveio o Rei Davi e o próprio Cristo. Jacó receberia, mais tarde, o nome de Israel, por ter lutado com o anjo de Deus e com os homens e ter prevalecido (Gn 32.28).

A PRIMOGENITURA

1- Os gêmeos- Como de costume até os dias de hoje, o irmão mais velho tinha precedência sobre os mais novos; no caso de Esaú e Jacó, aquele gêmeo veio à luz primeiro que este, tendo direito à herança do primogênito. Mas o Senhor revogou, neste caso, a tradição, assim como o fez Jacó, mais tarde, em relação à Judá.

1.1- Gn 25.23- O Senhor revelou a Rebeca a sua vontade quanto aos gêmeos: o maior servirá ao menor. A onisciência de Deus permitiu essa revelação, pois sabia de antemão que Esaú não seria suficientemente merecedor das bênçãos que o Senhor preparara para a semente de Isaque. Decidir-se por bênçãos materiais em detrimento às coisas espirituais, como o fez Esaú, não é o desejo do Senhor para as nossas vidas.

2- A primogenitura (Gn25.31-34)- Esaú despreza sua primogenitura por um refrigério para um período ruim pelo qual estava passando; então, decidiu vendê-la a seu irmão Jacó por um prato de guisado e pão. Esse fato demonstra a sabedoria divina tanto para com o Seu projeto de redenção como também para nos ensinar que problemas quaisquer não podem nos afastar dos propósitos divinos para nossas vidas.

2.1- Rebeca e Jacó- Rebeca, consciente das promessas do Senhor para Jacó e amargurada de espírito quanto à escolha de Esaú pelas filhas dos heteus para com ele viver, ajudou a Jacó a enganar a Isaque, já idoso, para que recebesse as bênçãos do primogênito (Gn 27.5-29).

Jacó, assim agindo, antecipou-se às bênçãos do Senhor, por isso teve que fugir de sua terra, de sua família; Isaque, então, seguindo os conselhos de Rebeca (que temia o que pudesse fazer Esaú-Gn27.42), enviou-o à Padã-Arã, terra de Labão, irmão de Rebeca, para que, então, se casasse e, então, fosse abençoado pelo Deus Todo-Poderoso – Gn 28.3,4.

PEREGRINAÇÃO

3- A escada de Jacó- A visão de Jacó ocorreu no caminho de Harã, quando partiu ele de Berseba, obedecendo a seu pai Isaque; o Senhor falou com ele em sonho e renovou o concerto que fizera com Abraão e Isaque. Chamou Jacó aquele lugar de Betel (Gn 28.13-15).

4- Labão, Raquel, Léia (Gn29.9-18)- E Jacó amava Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor (Gn29.19). Jacó encontrou-se com a família de sua mãe, viveu com eles e requereu de Labão, por sete anos de trabalho, sua filha Raquel; entretanto, Labão não cumpriu com sua palavra, pois Raquel era a mais nova, e deu Léia, a mais velha, por sua mulher. Outros sete anos serviu a Labão por Raquel, e com ela também se casou (Gn 29.26-30).

O Senhor operou o seu querer na vida de Léia, abrindo-lhe a madre (Gn 31-34).

OS FILHOS DE JACÓ

4.1 Nascimento de Judá- louvor- Léia recebeu a bênção do Senhor e concebeu filhos; deu-lhes nomes conforme sua gratidão ao Senhor; porém, ao dar à luz ao quarto filho, louvou ao Senhor, e deu-lhe o nome de Judá, nome cuja raiz hebraica é Yah hu Dah, expressão que significa louvor e agradecimento ao Senhor (vv35). Interessante que, no momento em que Léia agradece ao Senhor com louvor, ela cessa de ter filhos (Gn 29.35b), e este último é o escolhido por Deus para que de sua linhagem crescesse o povo que testemunhou o nascimento do Messias. Léia, pelo seu louvor e agradecimento, foi demasiadamente abençoada pelo Senhor, pois fez parte da genealogia da redenção dos povos, do Rei dos reis.

Conclusão

Vimos, neste capítulo, que as promessa de Deus são efetivadas na vida daqueles que O obedecem. Percebemos, também, que Ele faz o que quer e como quer para que seus propósitos sejam cumpridos, e, quando nos afastamos do querer do Senhor, quando não fazemos aquilo para o qual nos escolheu o Senhor, ele prepara outro para a tarefa. Mas, antecipar-se ao querer de Deus não é a melhor escolha: peregrinar perdido pelo mundo, com a bênção que vira maldição, pode ser um resultado para tal antecipação. Escolhamos, pois, a vontade do Senhor, seu desejo soberano, seu caminho. Amém!

Lição 5

Judá, a tribo escolhida

Palavra Devocional

Ap 5.5 E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e desatar os sete selos.

Leitura Bíblica Essencial

1Cr2.

1Foram estes os filhos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, 2 Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser. 3 Os filhos de Judá: Er, Onã e Selá; estes três lhe nasceram da filha de Suá, a cananéia. E Er, o primogênito de Judá, foi mau aos olhos do Senhor, que o matou: 4 Tamar, nora de Judá, lhe deu à luz Pérez e Zerá. Ao todo os filhos de Judá foram cinco.

Introdução

A semente de Jacó escolhida por Deus para dar prosseguimento ao projeto de redenção da humanidade, Judá, o louvor ao Senhor, deu nome à tribo dos filhos de Israel, os judeus, da qual nasceriam reis, sendo o primeiro deles Davi, e o último o Rei dos reis, redentor da humanidade.

Conheceremos um pouco da história deste patriarca e sua participação na linhagem do Messias.

UMA NAÇÃO

1- Israel- E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou seu nome Israel. Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação e multidões de nações sairão de ti, e reis procederão de ti (Gn 35.9-11). O Senhor ratifica as bênçãos a Jacó, as bênçãos prometidas a Abraão e a Isaque, quando de sua volta a Canaã; e então de Israel o Senhor faria uma nação, a nação de Judá, e multidão de nações. (Podemos entender que, além da nação de Judá, o Senhor também faria outras nações dos filhos de Israel, as demais tribos. Entendemos também, por analogia, que, além do povo judeu, o Senhor faria de Jacó uma multidão de nações ao redor do planeta, ratificando a promessa de bênçãos para todas as nações da terra (Gn12.3;26.4))

2-Israel no Egito- O filho preferido de Jacó, José, foi invejado por seus irmãos que intentaram matá-lo. Mas o propósito do Senhor, revelado em sonhos a José, não era sua morte, mas sim que fosse para o Egito preparar lugar para sua nação. Os filhos de Israel se corromperiam cada vez mais se continuassem dentre o povo cananeu; Deus propiciou, então, que Judá entregasse José a mercadores que o levaram ao Egito (Gn 37.28). (história de José). Além disso, a fome e a seca matariam o povo de Israel não fosse a providência divina manifestada na vida de José (Gn 45.5-8).

Deus, então, manteve o povo de Israel no Egito e fez com que crescesse e se multiplicasse (Ex 1.6-7) sem as malditas interferências do povo cananeu, pois lá não se juntara aos egípcios (Gn 46.3-4).

A TRIBO DE JUDÁ

1- As doze tribos de Israel-

Estes são os filhos de Israel: Rúbem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser (1Cr.2.1-2). A terra prometida seria divida entre as nações que adviriam de Jacó; portanto, quando voltaram do Egito e conquistaram Canaã, dividiu-se a terra pelas tribos conforme a ordenança de Deus (Nm 33.51-53; 34.1-2. Js caps. 13 ao 22).

2- As bênçãos a Judá-

Por ter Rúben contaminado o leito de seu pai, perdeu a primogenitura e liderança dentre seus irmãos. Jacó, pois, abençoou a Judá, dando-lhe primazia dentre seus irmãos; de todos os filhos de Léia, somente o quarto (e seus descendentes) foram capacitados para a liderança dos filhos de Israel (Gn 49.8-10).

{Gn 49.10 - Siló: temos como a cidade em que estava o tabernáculo que guardava a arca da aliança; por analogia, temos Cristo como a nova aliança: o cetro não se arredou de Judá até que veio o Cristo, no qual todos os povos se congregam. Temos também a tradução por “aquele a quem pertence, Jesus, a quem pertence a glória.}

3- A descendência de Judá- Judá casou-se com Suá, uma cananéia, e teve três filhos: Er, Onã e Selá. Er casou-se com Tamar; porém ele era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o matou. Então Judá, como o costume dos povos, ordenou que Onã casasse com Tamar; porém ele recusou a dar a seu irmão Er uma semente, e o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou.

[Números: a tribo de Judá apareceu sempre como a mais numerosa das tribos e famílias, e seus exércitos os mais numerosos (Nm 1.26-27; 2.3,4,9; 26.22).]

Com uma conduta vergonhosa, Judá, que tivera ordenado Tamar a voltar à casa de seu pai, até que Selá, seu terceiro filho crescesse, tomou para si uma prostituta em Timna.

Porém não se tratava de uma prostituta, mas sim de sua nora Tamar, que concebeu de seu sogro. Dos gêmeos que havia em seu ventre, Perez foi o primeiro a sair e o participante da linhagem redentora – Estas, pois, são as gerações de Perez: Perez gerou a Esrom, e Esrom gerou a Arão, e Arão gerou a Aminadabe, e Aminadabe gerou a Naassom, e Naasom gerou a Salmon, e Salmon gerou a Boaz, e Baz gerou a Obede, e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi (Rt 4.18.22).

{Curiosidades - Dos homens escolhidos dentre as tribos para espiar Canaã, Calebe, da tribo de Judá, foi um dos que conclamaram (o outro era Josué) o povo a possuir a terra (Nm 13.6,30)}

O PARENTE REMIDOR

Não é admissível falar de linhagem redentora sem que se teçam comentários acerca da atitude de Rute e da conseqüente obra que o Senhor operou em sua vida.

1- Rt 1.16-17

a- Rute e Noemi- Rute usou de benevolência para com sua sogra Noemi e manteve-se firme ao seu lado; deixou para trás os campos de Moabe e toda sua casa paterna para dirigir-se ao povo que adotou ao se casar, os judeus, adotando também o seu Deus. Rute declara que sua separação de Noemi só se daria através de sua morte; assim, sendo o Deus de Noemi o Senhor Todo-Poderoso, não se separaria do Senhor. O cristão deve adotar um mesmo pensamento, pois, reconhecendo a Jesus como o Cristo, jamais decidir por voltar atrás, desejando estar com Ele eternamente.

b- Rute e Boaz- O Senhor, pela atitude de Rute, concedeu a ela que se casasse com um varão da tribo de Judá, tornando-se bisavó daquele que uniu os reinos, daquele que é um ícone na descendência do Redentor, o rei Davi (Mt 1.1).

O dicionário Aurélio dá ao verbo remir, dentre outras, as seguintes definições: tirar do cativeiro, resgatar, indenizar, reparar, salvar. Boaz, homem rico da parentela do sogro de Rute, Elimeleque, tornou-se o remidor daquela família; salvou, indenizou, reparou, comprando as herdades de Noemi e tornou-se o marido de Rute, da qual teve um filho, Obede, pai de Jessé, pai de Davi.

Conclusão

O Senhor operou o seu querer na vida de Judá e de todo Israel. Salvou dos pecados, colocou cativo no Egito, livrou do cativeiro e tornou o Seu povo uma grande Nação. Deus proporcionou a Judá a bênção de ser a tribo da qual viria o remidor, Jesus, que nos livrou do pecado e restitui a vida a todos.

Rogerio Bandeira
Enviado por Rogerio Bandeira em 19/07/2010
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