Vicissitude ou Fraqueza Humana
Instintivamente buscamos a auto preservação, a qual nos induz à imposição e ou sobreposição de uns, frente aos outros; consequentemente resultando nisso, uma vida de contendas, ou seja, uma "guerra de todos contra todos"
na qual "o homem é o lobo do homem."
Materialista e pragmático, Thomas Hobbes acreditava no instinto constante do homem na procurava da auto conservação ou, mais exatamente de afirmação e auto crescimento, narcisando interesses estritamente racionais e friamente utilitários, completamente livre de qualquer tipo de religiosidade ou sentimentalismo, negando implicitamente a origem de qualquer divindade.
Sob este prisma não caberia apelar à moral e à justiça divina, já que instintivamente estas idéias não fazem sentido. O raciocínio natural leva-nos a procurar a paz se for possível, e a utilizar todos os meios da guerra para obtê-la (Maquiavel). Então a paz, só é conseguida por meio de um "Contrato Social"(Thomas Hobbes).
Porém, Jacques Rousseau discordando de Hobbes, alega que, o homem é bom por natureza e une-se a outros por vontade e prudência, uma vez que, todos são livres, e não há como manter o "Contrato Social" pela força bruta ou coação.
Sendo assim, abandonamos a idéia de nos atacarmos uns aos outros, na busca de interesses mútuos. Utilizando a razão no intuito de aumentar as nossas possibilidades de sobrevivência.
Nossa capacidade racional deduz que, tal "Contrato" seria utópico, a não ser que, cuidasse ou rege-se interesses próprios ou pelo menos, favoráveis ao da grande maioria. Uma promessa que, não se pode exigir seu cumprimento de nada serve. Assim os homens trataram de estabelecer um mecanismo legal que, obrigasse a todos o cumprimento das regras pactuadas.
Criou-se para tanto um poder supremo, o qual ficou incumbido de punir todos aqueles que quebrassem ou violassem o "Contrato". Esta entidade suprema ou soberana (Leviatã p/Hobbes)detinha poderes, suficientes para manter a justiça e a paz, nem que para isso utilizasse da força para a obtenção da ordem.
Para tanto cuidou-se de registrar solenemente esse "Pacto" os sábios sagazes, habilmente criaram suas Leis. E sob a égide Estatal, repousou os direitos e os deveres de toda coletividade. Somente o Estado é o detentor do direito de punir, assim diz a Lei.
Neste crivo, alicerçamos toda nossa sociedade, cumpra-se a Lei ou arque com as consequências. Neste sentido o cumprimento dá-se pelo temor da pena, imposta ao descumpridor ou transgressor da Lei.
Em todos os campos ou segmentos da sociedade onde opera a justiça e impera a ordem, têm-se as Leis, desempenhando relevantes papéis na conduta das pessoas, ora conduzindo comportamentos, ora coibindo ou ponderando excessos.
Percebam que paralelamente as pessoas, cumprem as leis ou obedecem os mandamentos, vezes, seguindo preceitos doutrinários, condicionados ao temor de incorrerem na condenação penal Legal ou, por outro lado, apavorados com fogo eterno do inferno.
E nossa Fé? Acreditamos por amor ou por temor?
O grande problema estaria justamente na interpretação que certos sujeitos, dão aos preceitos legais ou designos religiosos. Não obstante a humanidade sempre incorreu em julgamentos pretensiosos e avaliações ambíguas.
Não é surpresa alguma, encontrarmos pessoas mal intencionadas, adequando a “palavra” aos seus interesses, modificando preceitos legais ou distorcendo ensinamentos religiosos. Afinal de contas, os fins, sempre justificam os meios. Na empreita do que se busque, ainda que para isso, deturpemos valores desvirtuando nobres conceitos.
Os Dominantes sedentos de poderes, conhecedores das fraquezas e vicissitudes humanas, sempre subjugaram com maestria a coletividade. Se por um lado temos a flexibilidade da Lei, em favor dos que melhor sabem fazer uso dela, por outro lado temos o artifício do poder dogmático inerente à Fé Religiosa.
A retórica, como instrumento hábil no controle e manipulação de massas, sempre ocupou importante papel nas mãos de inescrupulosos, os quais sempre souberam tirar proveito dos indoutos, leigos e necessitados os quais sempre buscaram proteção na Lei ou abrigo e conforto nas Religiões.