AUSÊNCIAS

Ai que saudades que tenho daquele tempo que foi e não volta mais...

O saudosismo que nos relembra algo que nos falta

Pessoas que se foram

Fatos que marcaram a existência do ser

Lembranças que nos vem a mente como recortes de um jornal antigo

Fragmentos especiais de acontecimentos de outrora

Ausências do que se teve e não se tem mais

Resquícios de cinza de algo que foi concreto em um tempo distante

Ausências numa presença que solicita o vazio que aquela falta traz

Ausências do outro,

dos acontecimentos

e de nós mesmos

E quanta presença podemos sorver da ausência

O quanto de presença ainda nos resta buscar por aquilo que nos falta do buraco existencial que cada ser traz dentro de si

São justamente nessas ausências

Nesse caos do que somos,

do que temos e do que fomos,

que podemos construir

o que seremos,

o que ainda nos é possivel ter

(e aqui muito mais do que bens materiais,

mas enquanto desbravadores de nós mesmos)

e o quanto seremos capazes de extrair dessas ausências sendo presença de nós mesmos na vida dos outros.

Ana Lú Portes, Juiz de Fora, 29 de Junho, 2010

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 29/06/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2347741
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