CHÃO
Chão por onde piso,
por onde ando
e onde caio
Chão por onde repouso meus pés,
o mesmo chão que o fere e o resseca
Chão de muitas estradas
empoeiradas
asfaltadas
paralepipedadas...
Chão por onde percorrem meus dias
e se esvaiem minhas noites
Chão lustroso,
embaçado,
repleto de pedregulhos
arestas e desafios.
Chão que fecunda a planta
que alicerça as casas
que serve de pouso para os andantes sem rumo...
Chão das vilas e vielas da vida
dos precipícios e redemoinhos bruscos da jornada
Chão de pousos e pousadas
Chão...
por onde ando...
por onde andas...
e onde um dia repousaremos...
Ana Lú Portes, Juiz de Fora, 29 de Junho de 2010