AS VARIAÇÕES E ASPECTOS DO LATINISMO APLICADOS À LÍNGUA PORTUGUESA
A Língua Portuguesa originou-se do latim vulgar por se tratar de uma linguagem cotidiana, falada pelo povo.
Com a conquista do Império Romano e outros fatores ligados à literatura, era necessário criar uma estrutura gramatical à Língua Latina para diferenciar o elitismo da classe plebéia. Formou-se, então, o latim clássico, com a estética gramatical apurada, em oposição ao latim vulgar. Somente os intelectuais, sacerdotes e políticos a dominavam. Nesta linguagem, não havia espaço para os humildes e menos estudados. Era um estilo fechado à classe aristocrática, porém, sem o brilhantismo da criatividade e sem o ato de transformar.
O latim vulgar, apesar das suas dificuldades, era o latim da maioria, isto é, do povo. Estava aí, portanto, a chance de transformar e recriar, tendo em vista que esta linguagem era mais difundida que a outra. Enquanto a elite era menor e formava um círculo ao redor de si, o latim vulgar foi tomando uma abrangência maior e, juntamente com outros povos, ia destrinchando barreiras. Sem estas fronteiras, paulatinamente, surgiram novas línguas, chamadas neolatinas, entre elas, a portuguesa.
Vale salientar, ainda, que todos os atributos da Língua Portuguesa são oriundos da tradição e criatividade de um povo que, apesar dos arcaísmos e neologismos, soube muito bem difundir sua língua por várias regiões e séculos afora. Portanto, a partir dos perfis acima citados, podemos observar que a criatividade também predomina no contexto da nossa língua, onde cada região do Brasil possui uma cultura e tradição próprias. Isto é possível, graças à linguagem. Através dela, desvendamos os segredos e passamos a compreender, cada vez melhor, as ciências de um modo geral.
Autora: Maria Luísa Nunes das Neves.
Tubarão, 21/03/03(Sexta-feira).