UTILITARISMO - Ensaio Filosófico
UTILITARISMO – é uma Tendência que se resume apenas ao campo da Moral. Uma Doutrina que tem entre seus adeptos figuras de escol como J. BENTHAM (1748/1832, Inglaterra), tido como o Criador desse sistema; o célebre Pensador JOHN STUART MILL (1806/1873, Inglaterra), considerado o mais eminente continuador do Pensamento Utilitarista e mais alguns outros de menos importância.
Conforme MILL “as ações são boas quando tendem a promover a felicidade, más (ruins) quando tendem a promover o oposto da felicidade”. A princípio uma constatação óbvia que qualquer indivíduo poderia afirmar, mas a questão ganha novos contornos pelo fato de que para os adeptos do Utilitarismo as ações ou os atos são considerados apenas pelos resultados que produzem, sendo totalmente desprezados os motivos ou as intenções de quem as praticou. Mesmo que tenha havido a melhor das intenções, para o Utilitarismo, isso será irrelevante se o resultado não corresponder à generosidade da intenção. Ou seja, se não for útil, benéfico.
Em termos vulgares, aqui no Brasil, resume-se este ponto de vista com o jocoso (e talvez maldoso) comentário: “de boas intenções o Inferno está cheio...”
Num plano mais elevado, este pensamento modela algumas Sociedades (talvez a norte-americana seja o exemplo mais claro) onde são idolatrados os “bons resultados”. O problema dessas Culturas e nessas Sociedades é que se corre o risco de se reproduzir a máxima de Maquiavel que dizia: “os fins justificam os meios”; ou seja, não importa (o mal) o que se fez desde que os resultados sejam obtidos.
Segundo o Utilitarismo, o objetivo de uma “boa ação” é promover em grau máximo o “Bem Geral”, porém, é nesse ponto que se inicia uma das criticas feitas ao Sistema. Afinal, o quê é o “Bem Geral”? Como se pode estabelecer que algo seja benéfico para fulano, se concomitantemente for maléfico para sicrano?
De fato, as perguntas acima não podem ser convenientemente respondidas, mas se deve notar – como infra citado – que o Utilitarismo modela algumas Sociedades, as quais se arrogam o “Direito” de supor que aquilo que lhes é “Bom”, também o seja para outras nações. E tal arrogância é cometida sem qualquer preocupação com as Culturas, os Hábitos, os aspectos geográficos e climáticos doutros países e doutros povos.
Outra critica freqüente ao Sistema é relacionada, de certo modo, com o parágrafo acima. O Utilitarista não tem escrúpulo em admitir que certas minorias sofram para que a “Maioria” usufrua de todas as comodidades.
Juntando-se às anteriores, tem-se ainda a já citada critica ao modo Utilitarista de desprezar as intenções do executor se sua ação não for bem sucedida, conforme os parâmetros que seguem.