Heurística & Literatura No Limiar da 2ª Década Do III Milênio — (I)

Schenberg, Planck, Pauli, Heisenberg, Lattes e Einstein resolviam problemas de invenção e Física trabalhando neles e esquecendo-os deliberadamente, quando já haviam tentado, sem êxito, todas as possíveis soluções. Passavam então a ignorar o problema anterior e a dedicarem-se a novas tarefas. Esqueciam-se dele, e não mais que de repente, surgia a solução, parcial ou total, através de um “insight”.

Esta é uma dica de como funcionam os mecanismos de criação e solução de problemas. Realizar um ato de criação nem sempre é possível, por mais adequadas que sejam as técnicas e os conhecimentos disponíveis do pensamento criador, desde Arquimedes.

As operações de aprendizagem e desenvolvimento da atividade mental têm solucionado problemas específicos em todas as áreas, dos domésticos de culinária e jurisprudência, aos de ciências exatas. Os heurísticos possuem uma especificidade especial.

Poincaré escreveu “Memórias sobre as Funções de Fuchs”, após intermináveis meses tentando resolver um sem número de séries de combinações. Idéias disputavam, na mente do matemático, predominância. Certa noite ingeriu, contra seus hábitos, pequena porção de café. Não conseguiu dormir, mas pela manhã parte do problema estava solucionado.

Selecionou duas idéias que resultaram numa combinação aceitável. “As conclusões ficaram prontas em meia dúzia de horas de trabalho”. O problema estava longe de ser completamente resolvido, mas o alicerce, no dizer do matemático, da fundação da teoria exposta no livro “A Criação Matemática”, estava construído. Muita água passaria por baixo da ponte até a conclusão da mesma.

Para fugir da saturação e do estresse, Poincaré partiu de Cannes, onde residia, para uma excursão pela Escola de Minas. Viajou de ônibus para Contes, depois seguiu para Mont-Valérian onde prestou serviço militar. Após o serviço militar voltou aos estudos de problemas matemáticos que, aparentemente nada tinham com estudos anteriores.

Toda vez que voltava a estes, as tentativas de solução conduziam à verificação do grande grau de complexidade dos mesmos. Certa vez ao caminhar por uma avenida da cidade natal, surgiu (“insight”) a solução para mais uma etapa do problema. Em outra ocasião, ao sair de um ônibus e pisar na calçada, uma nova idéia permitiu que solucionasse outras questões que permaneciam pendentes na solução parcial.

Aos poucos, gradativamente, em ocasiões distantes da concentração na mesa de trabalho, conseguiu apoderar-se de todos os elementos e ordená-los na redação do “Memórias”.

No estudo da Heurística interessa saber quais as constantes desse processo criativo. Leibnitz, Descartes e Spinosa, filósofos racionalistas do século XVII, revelaram em suas obras que a intuição específica da percepção criativa, não tem base lógica no raciocínio, mas numa peculiar e súbita (“insight”) visão intelectual.

Para Descartes, ciência é verdade intuída, visão direta da inteligência sem intermediação dedutiva da razão ou da reflexão pautada em regras. Em “Regras para a Orientação do Espírito”, lemos que a intuição difere das provas, definições e silogismos do conhecimento lógico.

Descartes convida a uma entrega total à intuição, desde que todas as teses traduzidas de forma direta ou de outra qualquer forma, reduzem-se à intuição. Os filósofos racionalistas consideravam a concepção intuitiva do real, uma forma superior de criação. Nela, a mente raciocina e, simultaneamente, medita nas três dimensões conhecidas do conhecimento: profundidade, abrangência e atualidade.

O processo heurístico, é sensorial e intelectual ao mesmo tempo. Para Einstein os processos intuitivos são os criadores da pesquisa na Física teórica. Ele afirmava que o raciocínio acontece, em princípio, através de símbolos (alfabéticos e matemáticos), se desdobra e soluciona no inconsciente, instância intuitiva limite, que não deve ser interpretada como fenômeno de natureza lógica.

São suas as frases: “O supremo dever do cientista é a pesquisa das leis elementares. Por simples dedução pode-se obter um quadro geral do mundo. Não é o caminho lógico que nos conduz a essas leis, mas tão-só uma intuição disfarçada na compreensão do conteúdo da experiência.”

No raciocínio analítico (dedutivo/indutivo) há a reflexão do geral para o particular e vice-versa. Na intuição não existem etapas intermediárias pré-determinadas, mas percepção (“insigth”) global. Intuição é salto qualitativo, mutação sem esquemas lógicos pré-concebidos.

A pergunta agora é: Como processos heurísticos e raciocínio intuitivo motivam-se? A vontade consciente de fazer uso da Heurística no processo criativo, por cientistas e escritores, inibe o processo intuitivo de raciocínio analítico. O estudo da ação através da qual são ou não solucionados os problemas surgidos, e a criação de uma metodologia para a superação dos mesmos, é muito mais complexo.

A Heurística estuda métodos que conduzem às descobertas e às invenções. É um segmento à parte entre os conceitos das teorias do conhecimento. Campo de pesquisa indefinido, ora situa-se no estudo da Lógica, da Filosofia, da Cibernética, da Bioquímica, Biofísica, Eletrônica, Psicologia, ora no da Parapsicologia.

No livro “Como Resolver Problemas”, D. Poia, matemático americano, descreve a atividade Heurística na ciência e na prática pedagógicas. Nele menciona um outro precursor da Heurística, o matemático grego Pappus que no século III escreveu “O Tesouro da Análise” (“A Arte de Resolver Problemas”).

Para ele a experiência pessoal e a observação do modo como outras pessoas solucionam problemas, é a base do método para a solução. Poia apresenta regras de trabalho que podem conduzir à descobertas, mas não analisa a atividade mental, em relação à qual, tais regras devem ser observadas.

Suas dicas têm caráter genérico. A primeira delas: “É preciso que a competência seja aliada da sorte”. A segunda: “Manter-se ativo, não desistir, até que surja uma idéia ideal”.

No processo literário de criação que é, presumo, o que mais interessa aos membros do Clube de Leitores de Ficção Científica, os que estão empenhados em escrever ficção, tudo bem com a dica número 1. A 2 em Literatura também funciona. Por quê?

Rimbaud, poeta simbolista francês, inovou a poesia com “Uma Estação no Inferno” e “Iluminações”, proclamou a República da Rosa dos Ventos da cultura literária da época, sugeriu que o criador literário precisa tornar-se vidente. Tornar-se vidente através de um longo, imenso e racional desregramento de todos os sentidos.

“MANTER-SE ATIVO, NÃO DESISTIR,

ATÉ QUE SURJA UMA IDÉIA IDEAL”

Rimbaud, presumo, estava certo. Não adianta o criador literário se tornar uma espécie de burocrata da criatividade. Seria um paradoxo, um contrasenso, uma pessoa aspirante ao texto literário, achar que se programar para escrever duas ou três horas por dia, fará dela um bom escritor. Nessas condições de passividade, a idéia ideal pode até surgir, mas não terá experiência emocional pertinente para desenvolver-se a contento.

Os textos literários que valem este nome não foram escritos por funcionários públicos das Musas da literatura. As Musas, creio, não cobram do criador literário cartão de ponto no treino dessa atividade. Ainda assim, a regra número 2 de Poia também se configura uma atitude pertinente ao exercício heurístico literário.

Soa bonito mas poderá não funcionar. Uma idéia pode ser perfeitamente lógica e errada. Se membros de um grupo aspirante ao favorecimento das Musas, reunirem-se num bar ou em um evento festivo e começarem a beber e trocar idéias, elas surgirão às centenas, claras, raras, magníficas.

Passados os momentos da etílica excitação, o aspirante literário posicionado à mesa em frente ao papel em branco, à máquina de escrever ou ao monitor do micro, o que vai redigir, 99% das vezes, será plágio, texto inconsistente ou manifestações de tendências neuróticas sublimadas. Literatura não é clausura, e longe está de ser carnaval.

“Condenados pelo vício” (Barfly), do romancista norte-americano Bukovsky, conta a história de um escritor que busca contato mais íntimo com as Musas da inspiração em caráter “full-time”, na perene boêmia. Para ele era sempre noite. A regra única da convivência estava na ausência de convenções. Esse sortilégio literário à Rimbaud, é uma fórmula um tanto quanto mais auto-destrutiva que outras, mas em termos heurísticos funcionou para o escritor em pauta.

Os agentes literários solicitavam mais textos. Uma mulher rica e bonita dispunha-se a financiar a noctividade de seu sistema de gerar tensões heurísticas, ofereceu-lhe uma senhora infra de mordomias, mas ele saiu dela alegando que a generosidade da oferta, a proteção dourada de uma gaiola cinco estrelas, tiraria dele o ímpeto criativo.

O escritor do filme e do livro de Bukowsky é o antípoda do que as empresas querem de seus burocratas. Seu marketing pessoal está longe de identificar-se com a aparência solícita, elogiosa e beija-mãos de pessoas que se travestem de autores, ao buscar acontecer no mercado editorial, exercitando atitudes de burocratas da criação literária.

É um contra-senso, um paradoxo. Inexistem e inexistirão executivos de empresa da criação literária. Em outras ciências e artes sim, não em Literatura. É possível que, no mundo editorial, esteja mais próximo de acontecer um autor modelo bukovskiano do que um tipo beija-mãos fantasiado de escritor. Literatura não é carnaval.

No final do livro “Como Resolver Problemas” (matemáticos), o autor receita a seguinte série de procedimentos para que se tenha êxito numa tarefa na área de exatas: Compreensão conceitual do problema. 2) Elaboração do plano de solução. 3) Execução do plano. 4) Estudo da solução obtida.

Em Heurística a experiência anterior é vital ao procedimento criativo, mas não pode nem deve ser considerada única na estrutura de criação do raciocínio. Problemas no estudo de ciências exatas são diferentes dos que envolvem atividade criativa no campo experimental da literatura. A base pensante, psicológica, da Heurística: o raciocínio criador seletivo.

Ashby, estudioso inglês de Cibernética, define máquina inteligente por sistema que usa e transforma uma informação de modo a lograr alto grau de seleção adequada. Segundo ele, inteligência é escolha de uma forma de ação em meio a um conjunto de atuação pertencente a determinado sistema.

Como seletivar os meios de ação para se proceder a escolha? O sistema psi do indivíduo deve poder estar apto a fazer a escolha. É esse mecanismo íntimo, interior, que caracteriza a ação Heurística.

A seletividade ideal do raciocínio estrutura o método de formulação de um novo sistema perceptivo de adaptação, convivência e atuação. Esse novo sistema perceptivo e de autorelacionamento não apenas aproveita-se das facilidades e da seleção dos esquemas previamente em uso. Vai mais longe: cria um novo esquema. Busca exercitar uma interação nova. O que é muito difícil, desde que, num mundo de percepção burocratizada, qualquer modelo não-burocrático é considerado inconveniente.

No campo da literatura, uma pessoa que deseja sobressair-se usando os meios conhecidos e aceitos de paparicagem e reverência a escritores consagrados por premiações e, por extensão, a editores, visando obter apoio institucional para suas obras, está simplesmente usando a inteligência institucionalizada dos esquemas anteriormente selecionados. Não está criando nada novo. Se a obra de tal suposto escritor fosse, de alguma forma, uma inovação literária, precisaria usar de artifícios burocráticos? Talvez. As relações interpessoais estão por demais solapadas por interesses gananciosos. A cultura literária e suas descobertas ficam quase sempre em segundo ou terceiro planos.

O suposto autor que esteja exercitando de forma burocrática um projeto pessoal de escrever, compreenderá, mais cedo ou mais tarde descobrirá, que está faltando um certo grau subjetivo de seletividade pertinente. A partir de tal grau, estaria apto à criação de uma obra literária que fosse produto de uma nova afirmação, sem precisar recorrer à metodologia anterior. Com base no favoritismo: nepotismo e clientelismo.

Na pesquisa cibernética, a idéia de seleção se fundamenta na estatística da interpretação do raciocínio. Raciocínio = escolha seletiva da ação nova, fora dos padrões conhecidos e divulgados pelas soluções anteriores. Usando-as enquanto forma primal de pesquisa.

Qual o mecanismo que poderá ajudar o homem e a máquina a encontrar soluções inusitadas? No homem, um grau mais alto de intimidade com a estrutura ainda desconhecida do cérebro, que tantas vezes, por mais que a pessoa seja reverenciada dentro de grupelhos do aplauso e da premiação fácil e mútua, pouca utilidade a mais possui do que a de separar as orelhas.

De que estímulo e reações precisa o escritor para criar pensamentos novos, que solucionem problemas complexos de criação literária? Como fazer surgir novos processo de solução, desde que o conhecimento dos já existentes, prova, inclusive do ponto de vista da gerência política e econômica da sociedade, que os processos vigentes não funcionam a contento?

COMO SURGIU O INTERESSE PELA HEURÍSTICA

(Problemas do intelecto, da criatividade, do pensamento)

A central única de processamento do intelecto da máquina, trabalha à imagem e semelhança da mente do homem, ou vice-versa? No livro “O Caminho Para O Raciocínio Artificial”, Minski salienta que questões insolúveis referentes ao intelecto cibernético “pensante” da máquina, capaz de solucionar complexos problemas científicos, são conseqüência da falta de uma teoria geral do intelecto humano.

Existem regras exatas de jogo e cálculo no jogo de xadrez. Os movimentos podem ser selecionados e comparados entre si em todas as variantes de solução, ficando, lance a lance, sem sentido empregá-las na totalidade. Conseqüência desse problema surge a Heurística, método seletivo de solução de problemas, sem que se precise rever todas as variantes de solução.

No livro “Planos e Estruturas do Comportamento”, Müller, Galante e Pribran lidam com duas variantes: as sistemáticas e as heurísticas. As heurísticas são mais utilizadas para a solução de problemas atípicos, onde as associações aleatórias entre fenômenos psíquicos e objetos fazem uma ponte entre esses e a intuição.

Os meios heurísticos podem ser descritos através da linguagem matemática, mas a atividade Heurística, na atual fase de desenvolvimento científico, não possui expressão matemática. Entre meio e atividade, segundo opinião de Puchkin, autor do livro “Heurística: A Ciência do Pensamento Criador”, há uma relação semelhante à que existia, no tempo de Descartes e Spinoza, entre silogismo e intuição.

Os atuais e avançados métodos matemáticos estão longe de descrever e analisar as mais complexas formas da atividade mental sapiens/demens. Ainda não se nomeou a definição de muitas categorias e noções do problema do componente inconsciente do raciocínio criador. A Heurística, desta forma, está situada enquanto ciência do futuro.

Setores da Biofísica e da Bioquímica pesquisam o funcionamento das células cerebrais em nível molecular. Podem vir a criar métodos de estudo do enigma do raciocínio criador, usando os meios de pesquisa da Psicologia experimental e da Parapsicologia.

Ebbinhaus, psicólogo alemão, definiu a atividade intelectual na solução de problemas, enquanto tendência intermediária entre uma idéia fixa e uma mutação de idéias. Ambos estes componentes constituem estados patológicos conhecidos em Psiquiatria.

Em toda mente sapiens/demens há uma idéia central que exerce influência sobre as demais. É uma potencialidade voluntária do raciocínio, determina e comanda os fluxos associativos, impedindo que tal idéia central seja diluída. Ainda não se descobriu porque uma idéia comanda as demais. Acredita-se que isto só acontece com uma idéia objetiva, que dirige a atividade psi de uma pessoa. Sua vontade de afirmação. Individuação (Jung).

O “labirinto de Torndike” fornece uma pista. Após posicionado dentro de uma jaula, um felino doméstico sente-se inquieto, busca a todo custo sair. O comportamento desordenado de tentativa e erro é gradativamente substituído por uma série de movimento seletivos que conduziam à saída. Depois de descobertos um cordão e um nó, com uma pata o animalzinho pressionou o nó e com a boca puxou o cordão. Descobriu a pólvora, a porta abriu, ele alimentou-se. Após algumas tentativas, a seleção conduziu ao êxito.

A solução pode ser simples em Literatura? Os amadores platônicos das Musas que estão enjaulados no larbirinto da observação do processo criativo de outros autores, trabalhando seus textos com o objetivo de vê-los, um dia, publicados. . . Convenhamos: para um deles esse dia chegou. O livro está nas livrarias.

Para surpresa do autor, um ano depois a editora informa que o livro que ele imaginava ser uma jóia rara de ficção, encontrou uma “meia dúzia” de quinhentos leitores. Ele que pensava sair do larbirinto autoral e editorial, agora fica sabendo que o buraco da urna de leitores é mais embaixo.

O QUE FAZ ELE, AUTOR?

Vamos considerar uma resposta simples, seletiva: Se não é sustentado por alguém, vai ter de ir à luta para buscar outro ganha-pão. Se é dependente da mulher, da família ou de alguma aposentadoria precoce, é possível que tenha gás para tentar outra vez. Se tem ou não talento, a patota de conhecidos e curiosos que comprou os quinhentos exemplares vai fazer média pelo telefone. Se seu desconfiômetro não funcionar a contento, vai acreditar nas loas. Se a vontade for forte acreditará que, da próxima vez, se escrever outro livro, deverá considerar a possibilidade de atingir um mercado mais amplo.

Se for realista, vai logo pensar em outro editor. Se for alienado, vai acreditar naquele vizinho, que acha ele um autor muito promissor. Se fizer uma autocrítica, vai aprender com os erros e talvez escreva algo melhor e/ou mais popular. Se se considera o bom do pedaço, o pavão da zona, vai prosseguir satisfeito com o aplauso da patota. Se tiver ímpetos criativos, poderá crer em vir a alcançar maior intimidade com as Musas. De qualquer forma: haja disposição para o trabalho literário.

O jogo literário heurístico é uma espécie de xadrez. O autor pode chegar a se manter numa situação mental, interior e externa, na qual não encontra motivações para criar e divulgar textos. Nada refresca. A conjuntura de dificuldades fortalece a paranóia. Com raras exceções, todos parecem estar interessados apenas em futilidades, ou em autopromoção. Nas patotas, um romance de um autor que não tem carteirinha, vale pouco, por mais méritos literários que tenha.

Pessoalmente, conheço um “autor” em São Paulo, que escreveu uma rápida resenha sobre um livro de ficção de um Autor, e, tempos depois, escreveu um livro sobre autores de ficção científica, ignorando completamente o Autor em questão, simplesmente porque este havia criticado comportamentos pouco éticos do mesmo (sua patota), em um evento de ficção científica.

A falta de ética do mesmo, “autor” se confirmou outra vez, quando ele “esqueceu” completamente um livro de FC do Autor que havia elogiado, em seu livro sobre autores. Ora, se sua mentalidade ignora uma referência literária de um autor por motivos pessoais, fica evidente que uma pessoa com essa fragilidade de caráter não poderá atingir, presumo, sequer uma qualidade literária mediana em seus textos. Muito pouco provável que essa pessoa se afirme enquanto autor de textos de ficção. Científica ou realista.

Felizmente nelas, patotas, de quando em vez, para temperar a mediocridade ambiente, há alguém que mostra sinais de vida e reage aos mecanismos paralisantes, autofágicos e pouco éticos. A patota faz questão de permanecer imune ao reconhecimento do talento literário de quem não estiver fazendo parte da corrente pra frente do tititi tatibitate que promove. Entre seus membros. Em seus fanzines de autopromoção.

Todas estas variantes de informações fazem parte da dinâmica do jogo. O jogo literário, da mesma forma que o de xadrez, possui muitas variantes de lances. Ambos são jogados, ao mesmo tempo, num tabuleiro objetivo e subjetivo. Falemos do tabuleiro de 64 casas, 32 peças, com certo número de combinações possíveis: 10 elevado à 120ª potência. Este jogo, considerado pedra de toque da modelação do raciocínio, foi estudado por Binet, psicólogo francês autor do livro “Psicologia dos Grandes Calculadores e Jogadores de Xadrez”. O parágrafo a seguir é dele:

“Se possível fosse observar o interior do cérebro de um jogador de xadrez, estaríamos a observar um completo universo de sensações, imagens, idéias, emoções e paixões. Bem como um infinito turbilhonar de estados de consciência, em comparação com os quais, nossas mais pormenorizadas descrições não passam de grosseiros esquemas.”

Substitua-se os termos “jogador de xadrez” por “autor de romances” e teremos uma boa definição do que pode estar acontecendo no interior do cérebro de um escritor, com a dinâmica mental das personagens, com o enredo e as paisagens, naturais e emocionais, turbilhonando, com estados de consciências sendo alterados de acordo com a dinâmica da narrativa, a flutuação de ânimo dos e das personagens.

Não estou sugerindo que pessoas ligadas ao fazer literário sejam também bons jogadores de xadrez, mas a tese de Binet, de que é possível elucidar-se correlações entre memória e raciocínio lógico na atividade perceptiva desconexa (Heurística), é aceita ainda hoje por cientistas de todas as áreas. O livro mencionado é de 1894.

Em ambos os jogos, no da literatura e no do xadrez, há a formulação do que se costuma chamar de “idéias práticas”. Elas vêm auxiliar o jogador ou o escritor, quando as disposições das peças, as variantes, num determinado momento do jogo, modificam-se de certa maneira, não de outra. Todo enxadrista conta com uma quantidade mínima dessas idéias. Elas são formuladas a partir de formações subjetivas da experiência, onde estão simultaneamente presentes a lógica e a intuição.

Antes de movimentar a peça no próximo lance, ele pratica uma série subjetiva de contralances, prevendo as melhores e mais seletivas respostas do adversário. Tais operações intuitivas e lógicas efetuadas mentalmente, prevêem os processamentos posteriores, antecipando, por vezes, 10 a 15 possíveis lances do opositor, para o qual também é indispensável o cálculo das variantes.

Por vezes é preciso abandonar-se uma idéia (não a “visão”), substituindo-a por uma nova sequência, em pleno desenvolvimento do jogo. As alternativas, não raras vezes, são complexas. A ideia fixa, que coordena as demais ideias nos estados limites, psicopatológicos, onde, por vezes, aflora a criatividade, é denominada “visão”.

O que em literatura costuma-se denominar de Musa ou inspiração, é a percepção (“insight”), a “visão”, a intuição de um romance, drama, conto ou poema. É possível que, para acontecer no papel ou no monitor, ela tenha de vir carregada de emoção, de vida, da força do estilo, da vontade, do ímpeto narrativo. Para Pound “bons escritores são os que sabem manter a linguagem eficiente”. Mantê-la eficiente também do ponto de vista dos leitores. Se ele não quer ser estigmatizado enquanto escritor da patota.

Cada autor que tenha tais qualidades presentes no texto (as de manter a linguagem eficiente) as páginas vão revelar beleza e verdade. O momento maior da atividade literária, o romance, quando lido ou visto (através de outra linguagem, cinema ou teatro) por leitores e/ou espectadores espiritualmente gratificados pela ficção: para eles se escreve, presumo. Escrever um romance não é, definitivamente, uma atividade de banheiro. Os descascadores de banana (bajuladores, intelectuais de coquetel, organizadores de “port-folios”, colaboradores contumazes de fanzines de patotas) mais cedo ou mais tarde, vão tirar o cavalo da chuva quando, finalmente, descobrirem isto.

Em xadrez e em literatura, posições idênticas, na memória Heurística do jogador ou do autor, podem ou não conduzir à vitória, ou à redação de um bom romance. Isto não quer dizer que a “visão” inicial, a percepção das variantes não estava correta, mas que, em certa sequência de lances, não pôde ser idealmente desenvolvida. O êxito é a meta que nem sempre pode ser alcançada no xadrez e na literatura.

Em ambos existem segmentos variacionais. Não é um jogo fácil a obra literária ideal, mesmo com relação a padrões pouco exigentes, de autores fixados em determinado modelo fechado de personagem e ação narrativa. O estudo da ação Heurística permite o conhecimento de algumas constantes da atividade intelectual sapiens/demens. Criativa.

A Cibernética nasceu e cresceu a partir dos estudos da teoria dos processos heurísticos, base dos processos informativos de solução dos problemas de programação. A mente sapiens/demens e a CPU do computador usam a mesma estrutura simbólica na resolução de problemas.

A teoria da atividade mental sapiens/demens é, simultaneamente, a teoria de funcionamento dos computadores. É uma teoria do comportamento. Na mente sapiens/demens há a possibilidade de criação, de transformação Heurística interna da informação (criatividade).

Em “2001, Uma Odisséia no Espaço”, o computador de bordo, Hall, “sente”, pensa, conversa, é paranóico, e quase chora ao ser desligado, ocasião em que implora ao astronauta que não o desative. Alega que andou realmente meio trôpego, mas que agora está tudo bem, voltou ao normal. À proporção que vai sendo desativado, regride, como qualquer ser humano pode regredir, à fases mais anteriores do “psiquismo”, chegando a cantar uma canção infantil que havia “aprendido” do programador.

VÁ À LUTA: A BELEZA E A VERDADE DO TALENTO

NÃO VIRÃO PELAS VIAS INDIRETAS DO CONHECIMENTO

Em literatura, a memória emocional do autor, parece ter grande influência no processo de criação. A diferença entre autor criativo e autor de plágios literários, está em que o primeiro escreve a partir do exercício da experiência de liberdade, social e emocional (vide personagens do livro A MOCHILEIRA (Thundra). Enquanto o segundo tipo de autor escreve apenas a partir de uma fonte indireta de sensações, provenientes das obras de terceiros. Talvez tenha sido sobre isto que Da Vince quis referir-se quando afirmou: “Quem pode ir à Fonte não vai à água”. Ou Parker quando disse que “o escritor tem de estar consciente da vida à sua volta”. Da vida e da superação da inércia pessoal e social em sua volta.

Um autor original, presumo, constrói uma sequência de situações, de modo a fazer com que suas personagens percorram a travessia do labirinto das histórias a partir da iniciativa de uma vivência pessoal fora dos padrões “frios” (indiretos) de obter informações. Padrões “frios” são, principalmente, filmes novelas de TV, leitura de livros em ambientes burocráticos, acadêmicos, confortáveis. Em outras palavras: gozar com a banana dos outros. Na sala de jantar.

Talvez seja isto que queira dizer o personagem Mulder da série Arquivo X, quando fala a Scully a frase que serve de slogan da série: “A verdade está lá fora”. A verdade e a beleza da experiência, sem a proteção das estruturas culturais (tipo patota) que fazem da maioria das pessoas, burocratas dos currículos, familiar e escolar, padronizados. Tais pessoas, até quando viajam, obedecem a um roteiro turístico com horários estabelecidos à cartão de ponto.

De onde poderão surgir histórias inéditas e novas estratégias de narração? De uma (falta de) imaginação viciada nas sensações indiretas, através da leitura de terceiros e da contemplação visual de imagens cinematográficas e tvvisivas? Nietzsche advertia que a leitura é essencial à formação, mas que chega um certo momento em que ela se torna prejudicial à imaginação do leitor, enquanto mero receptáculo, incapaz de ser ou ter, uma idéia que seja, sua, original.

Céline dizia ter uma certa superioridade sobre as pessoas com quem convivia que eram, no final das contas, após caído o véu da aparência, podres, já que estavam sempre fazendo, domesticadamente, as coisas que qualquer animal de estimação faz: beber, comer, arrotar, fazer amor, ir ao banheiro, apenas um monte de coisas que deixam um cara vazio e tolerante. Um pai de família. Um batedor de cartão de ponto. Um burocrata. Ou tecno.

O cérebro sapiens/demens é um substrato material do processo heurístico, criador. Precisa de experiência ampla, direta (“A verdade está lá fora”), não-convencional. Não fosse desta forma, todo projeto de autor que tivesse tempo disponível para ficar lendo, espairecendo, escrevendo e reproduzindo os estilos narrativos de terceiros, poderia chegar a criar obra inédita a partir do nada emocional, ou a partir de “emoções” domésticas: esse arquivo vazio da inexperiência e do narcisismo.

Ora, se a matéria prima do escritor é a vida emocional profunda, ampla, atual, de suas e de seus personagens, ele deve se habilitar a pagar um preço por ela. O preço de sair debaixo da saia do esquema protetor, qualquer que seja, que lhe paga as contas, para arriscar-se fora do contato do cobertor quentinho e convidativo no sofá da sala de jantar. Inapropriado ao criador. Ele deve ter, presumo, a coragem de escolher entre ser um criador ou um burocrata existencial que escreve estórias “déjà-vu”.

Inexiste nas universidades, inclusive nas do 1º Mundo, Faculdade de Heurística, um currículum que habilite um aluno à tarefa de escrever ficção não-convencional. Engenhosa. Há a de Licenciatura Plena em Letras, mas essa, segundo as opiniões de algumas pessoas de meu conhecimento (e à minha experiência pessoal) esmaga os possíveis talentos literários, submergindo-os no estudo burocratizado da narrativa ficcional. Orientada por professores que muitas das vezes nem gostariam de estar em sala de aula.

O componente inconsciente do raciocínio criador da ficção, não surge, acredito, do vazio emocional, das estruturas de aprendizado fechadas (“Obra Aberta” Umberto Eco). Pode alguém ser um escritor, ainda que menor, se não possui nenhuma vida própria fora do esquema curricular da família, da escola, da igrejinha da patota?

Sem trabalho emocional pertinente, presumo que seja impossível que surjam, nuas, belas, dadivosas, voluptuosas, pornôs, recatadas ou viçosas, as Musas da inspiração. Como a parte do trabalho heurístico, criativo, inconsciente, do escritor pode acontecer, se seu projeto de vida não confirmar sua veracidade? Sem verossimilhança pertinente, a ficção soa e sua falsa.

Podem, beleza e verdade ficcionais, surgir de um leitor compulsivo de obras de terceiros, sem a presença da paixão pelas pessoas e personagens enquanto experiência da realidade? Antônio Cândido, em “A Personagem do Romance”, citando Forster, estabelece que a personagem fictícia deve lembrar um ser vivo, manter certas relações com a realidade do mundo, participar da ação e da sensibilidade da vida. Deve expor os motivos da ação dos seres, estabelecer e ilustrar o jogo das causas, descendo às profundidades reveladoras do espírito. Talvez ao estilo de “Minhas Universidades” à autoria de Máximo Górki.

Conheço projetos de autores identificados com a quantidade, não criam, copiam, de debaixo da guarita aquecida e confortável de seus cobertores, personagens verossímeis, dentro de uma estrutura organizada e coerente, mas plasmada no plágio de um gênero literário fechado, com personagens caricatos, aproveitando-se da realidade ficcional de autores terceiros. E querem ser tidos e havidos por originais.

AS MÔNADAS, AS MUSAS E AS OUTRAS “MENINGES”

Pode haver emoção sem vida emocional? Pode uma árvore nascer e crescer no jardim de sua mente, casualmente, sem que você se tenha dedicado ao seu plantio e desenvolvimento? A emoção de ter vida e luz próprias, e poder doá-las a personagens da obra ficcional, deve e pode ser, presumo, o princípio interno de realidade que motiva a criação e o interesse de um amplo segmento de leitores. Este mistério ficcional, vida e luz próprias, beleza e verdade, é a essência da matéria espiritualizada de que é feita a arte e a ciência da ficção. Não apenas da ficção realista. Da científica também.

Kant denominava “obscuras” as idéias inconscientes, ao resumir em sua “Antropologia” a interpretação de Locke (não o Locke, personagem de “Lost”, nele inspirado) da atividade inconsciente. As idéias conscientes ele as denominava “claras”. Fechner, ao estudar a Filosofia de Leibnitz, interpretava as idéias inconscientes enquanto produto das “mônadas”, microscópicas entidades espirituais, responsáveis pela atividade inconsciente da alma do homem e do mundo. Evidente que elas, mônadas, saíram logo de moda. E argumentação. Não tinham base científica.

As opiniões e pesquisas de Pierre Janet são consideradas ultrapassadas. Ele explicava a atividade inconsciente da mente sapiens/demens pelo metabolismo de emanações fosfóricas entre determinados centros do córtex e das meninges cerebrais. No livro “Automatismo Psíquico” publicou os resultados de uma pesquisa com pacientes hipnotizados que, simultaneamente, faziam um relato verbal de suas vidas, enquanto multiplicavam com as mãos, números de três por dois dígitos, sem olhar para o papel e sem concentração aparente.

Ao confirmarem os resultados dessa experiência, cientistas definiram a mente enquanto atividade psíquica informatizada e informativa, mais do que apenas centro de atividade fisiológica consciente. A atitude Heurística inconsciente é uma qualidade superior da mente, ao contrário do que sugere o subtítulo do livro de Janet: “Formas Inferiores da Atividade Psíquica do Homem”.

“Tio” Freud explicava o surgimento dessa atividade inconsciente através da repressão dos instintos, devido à necessidade do Homo sapiens/demens, na aurora da civilização, ter de viver em grupo visando a mútua proteção contra o ataque de animais ferozes e/ou de outros grupos de seus semelhantes. As manifestações agressivas de natureza instintiva, sexual, reprimida, tornariam impossível uma convivência gregária. Civilizada. Sentimentos, pensamentos, emoções características do comportamento criativo sapiens/demens, ainda agora, no limiar da 2ª década do 3º Milênio, seriam produtos dessa força reprimida. Agressividade oculta. Contida. Represada.

A Teoria da História afirma que o homem originou-se de mutações do animal gregário de rebanho, o macaco, sendo, desde a aurora da espécie, um ser social que vivia em grupos para satisfazer necessidades de alimentação, habitação, reprodução e vestuário. A mim parece claro que ambas as teorias não se excluem. O animal de rebanho convive com instintos reprimidos, mas raros membros do grupo os transformaram ou os transformam em arte. Arte.

A afirmação de “tio” Sigmund de que qualquer atividade de criação, científica ou artística, é resultado da sublimação do impulso sexual da libido, não revela a mecânica da ação Heurística inconsciente, mas refresca as tentativas de se compreender a força que motiva a capacidade do cérebro a criar modelos interpretativos, ficcionais, até então inexistentes na realidade. Sem as contribuições essenciais de “tio” Freud a pesquisa Heurística estaria ainda nos cueiros.

Esse modelo de intervenção criativa da mente sapiens/demens na transformação da realidade, na criação de teorias e na prática das invenções científicas e literárias, pode ser produto de, em certas épocas, e através de certos métodos, interferência extraterrena. Um dos segmentos desta teoria está desenvolvido no texto do romance A MOCHILEIRA (Thundra).

Acredito que ninguém, que tenha um mínimo de cultura literária negue, em sã consciência, que tais intervenções existiram realmente, desde que, os livros ditos sagrados, tais como os pergaminhos do Pentateuco, O Livro de Mórmon, O Mahabharata, O Novo Testamento, O Livro dos Mortos, O Athrawon (Os Mestres dos Celtas), O Rigveda, O Atharvaveda, O Popol Vuh, O Corão, O Torah, A Epopéia de Gilgamesh, para não mencionar os habitantes do Monte Olimpo e os do Panteão grego, fornecem pistas sobre a origem sapiens. Demens.

“POR MAIS QUE TUDO MUDE

TUDO CONTINUA IGUAL”

Digamos que no limiar do novo milênio a atividade Heurística literária, estará ligada a uma nova modelação mental, à condições seletivas neo-elaboradas à partir da necessidade de incluir no processo reflexivo, neo-informatizado (globalizado) da mente, um modelo de criação heurístico que, em literatura, possa ajudar às novas gerações a se adaptar aos novos padrões perceptivos que mal são compreendidos e ordenados por seus genitores.

Os novos autores (por favor, não estou reportando-me à idade cronológica) devem e podem inovar a narrativa formal, ou a invenção dos textos literários, a partir de um componente essencial: a experiência de vida não burocrática, informal. Livre dos cabrestos oficiais.

Quando uma criança frequenta o pré-primário, ela está abrindo nichos propícios, no espaço neural da mente, que são as chaves para a entrada de conhecimentos posteriores: fundamental, médio, secundário a níveis acadêmico e autodidático, superiores.

Como pode um autor criar nichos mentais/emocionais propícios à seletividade da criação literária, se esta exige mais, muito mais, para ser exercitada, do que é capaz de ensinar a academia do ensino burocratizado? A academia reprime a cria atividade, porque seus mestres foram forjados na sala de jantar, no sofá da covardia e da preguiça. Oficiais. A academia é uma instituição regressiva.

A vida das e dos personagens ficcionais sugere conhecimento autoral enquanto motivação de suas existências. Em não sendo desta forma, o autor, apenas reproduzirá modelos humanos, de paisagens emocionais e narrativas, anteriormente presentes na literatura. Quando as novas gerações precisam urgente de motivação e força para sair das arapucas há muito construídas para mentalidades “fechadas”, tacanhas, reprimidas. Produzidas por uma cultura ornamentada de diplomados e pós-graduados das instituições culturais com um pé de meia feito nos esquemas educacionais do neolítico.

Um autor, no limiar da segunda década do 3º Milênio, precisa, presumo, sentir, no fundo do coração, a necessidade de ter uma experiência de vida informal, fora do pré-primário existencial das academias, dos assentos das carteiras das faculdades, dos discursos semiológicos apatéticos. O romance A MOCHILEIRA (Thundra) sugere um caminho para se sair deste impasse acadêmico e exercitar-se no aprendizado da emoção da experiência do conhecimento: da Fonte e da água, simultaneamente.

O autor precisa aprender a redigir páginas ainda não redigidas. O que não falta atualmente, inclusive no mundo literário da ficção científica, são autores prolíficos em redundância literária, a reivindicarem uma estética narrativa com personagens de segunda e terceira mãos.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 21/06/2010
Reeditado em 07/07/2010
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