TEÍSMO - Ensaio Filosófico
TEÍSMO – contemporaneamente o significado correto desse vocábulo é esquecido ou ignorado com freqüência. Por conseqüência, seu oposto, “Ateísmo”, toma um sentido e um significado errôneo e indevido.
Vulgarmente o “Ateísmo” significa a descrença em Deus. E não é raro que tenha conotação negativa; afinal, por uma lógica torta, considera-se que o “Ateu” ao não acreditar em Deus (sic), acredita em seu oposto, o Diabo. Ou, então, não acredita em nada, sendo um individuo ultra-materialista e desprovido de “bons sentimentos” (sic).
No parágrafo anterior mencionamos os Seres Divinos ou Diabólicos que normalmente estão nas mentes humanas quando elas pensam em termos religiosos. E, como se sabe, no Ocidente impera o Cristianismo, em suas diversas modalidades, e sua fonte imediata o Judaísmo. Em ambas, Deus é visto como um SER que tudo pode, tudo vê, tudo cria, tudo organiza e a tudo e a todos governa, mantendo a disciplina através de castigos e de recompensas. Castigos e recompensas, aliás, que não ficam restritos ao nível terreno, podendo ser estendido ao “Paraíso” e ao “Inferno” no pós morte.
É um modelo de divindade que traz muita semelhança com sua raiz mais profunda, o hinduísmo, e com sua origem mais próxima: a mitologia grega. Tanto quanto Atená, Hermes, Poseidon, Zeus e outras deidades do panteão da Grécia Clássica, o Deus Bíblico é tão vulnerável quanto os Seres a quem governa. E é justamente por isso, que esse DEUS se comporta como os Seres Humanos. Assim, sente raiva, remorso, arrependimento, dúvida, ciúme etc. E sua ligação com a mitologia grega é de tal sorte, que até o seu nome em grego, “THEOS”, acabou sendo incorporado pela Religião, donde derivou o nome “Teísmo” para designar os estudos religiosos (teologia) e tudo aquilo que tenha relação com a divindade.
Isto colocado é importante rememorar que “Ateísmo” ou “Ateu” NÃO significa descrer de Deus. Significa, sim, não acreditar neste tipo de Deus que a Religião coloca para ser venerado. Porém, nada impede que o indivíduo creia em outras formas de Deus, tais como: “Uma Energia”, “A Natureza”, “Os Ancestrais” etc.
Em termos racionais pode parecer simples fazer tal mudança de mentalidade, porém a noção de que há um “Super Homem”, ou um “Super SER”, que possa compensar os fracassos individuais, as fragilidades humanas, as injustiças sociais, as mágoas, as doenças etc. é por demais reconfortadora para que seja abandonada. É extremamente difícil para a frágil natureza humana abandonar o conforto dessa quimera; e apesar dos avanços tecnológicos, científicos, éticos (de certo modo) etc. não é possível vislumbrar um fim para esse apego à idealizada figura paterna.
Dentro dessa realidade é que se entende o Teísmo na condição de ser a Doutrina que prega a existência de um Deus único, onipresente, onisciente e criador do Universo.