A irreal e paradoxal realidade
Divagações sobre o paradoxo de uma realidade irreal.
Este texto, não visa ser um compêndio científico, muito menos confirmar ou descartar algum princípio físico/matemático vigente. Visa este texto refletir, apenas, uma divagação que vem ganhando corpo em meu espírito filosófico.No fundo vida ser um breve ensaio sobre a continuidade do tecido espacial.
Gostaria de iniciar este ensaio, afirmando que não escrevo este em tom de brincadeira, e sim com meu espírito repleto de seriedade. Este assunto pode a princípio parecer paradoxal, mas não o é com certeza.Mergulho neste texto com a total certeza de que ao seu final terei apresentado uma visão diferente do que nossa mente normalmente nos faz perceber.
Inicialmente, pode até parecer complexa esta interpretação proposta, para algo que nos parece totalmente estabelecido, entretanto, com certeza não existe praticamente nenhuma complexidade maior, e muito menos necessitaremos de algum conhecimento específico ou superior para acompanhar este ensaio.
Desta forma, esta argumentação é alcançável por todos. Você pode ou não aceitar a linha de raciocínio traçada, mas com certeza você, como eu, poderemos entender com razoável facilidade esta argumentação.
Discorrer sobre a continuidade do espaço que nos cerca, e onde estamos totalmente inseridos como matéria e energia, pode parecer uma loucura aparente, porem, independente de qualquer posição conflituosa, prefiro parecer louco a não tentar expor minha interpretação.
A continuidade pura e linear de nosso espaço, como normalmente o imaginamos, pode não ser uma característica desta nossa realidade, tanto espacial como talvez até temporal. Esta visão contínua do substrato espacial, pode ser mais uma falaciosa interpretação de nossos órgãos dos sentidos e do processamento cerebral destas percepções.
Não obstante qualquer descrença inicial nesta proposição, rogo que me permitam iniciar minha humilde argumentação.
Por simples estrutura natural, decido iniciar com alguns elementos básicos de geometria. Tenham todos a certeza que me aterei apenas a conceitos básicos, intuitivos, de PONTO, LINHA, PLANO e ESPAÇO. Não haverá necessidade de ninguém parar esta leitura e se aprofundar nos itens acima. Tentarei, sempre que possível, expor definições conceituais mínimas para o entendimento de minha argumentação.
Para este fim, não haverá necessidade sequer de escolhermos um tipo específico de Geometria. Mais uma vez por pura facilidade de interpretação poderemos nos ater a geometria Euclidiana (plana).
...
Iniciaremos assim pelo conceito de ponto.
Todos, e cada um de nós, temos uma percepção quase física do que denominamos ponto.Apesar de sua IMATERIALIDADE, o ponto é uma realidade aos nossos olhos mentais.Podemos não só imaginá-lo, mas podemos vê-lo vivo, e praticamente afirmar sua existência material.Quase podemos afirmar que ele exista. Temos a nítida percepção que podemos tocá-lo tão logo o desejarmos. Desta forma, baseado em nossos sentidos praticamente podemos afirmar que somos capazes de “senti-lo” como um ente real.
Nossa mente nos permite este tipo de abstração, e o fazemos tão bem, que acabamos acreditando que ele, o ponto, está lá a nossa disposição. Porem sendo o ponto, uma abstração poderosa, ele serve, quase que unicamente, para identificar uma localização específica.
Vejamos algumas breves definições:
Ponto, Reta e Plano são noções primitivas dentre os conceitos geométricos.
Em matemática, em particular na geometria e na topologia, um ponto é um elemento do espaço que indica uma posição.
Ponto: é um conceito geométrico primitivo fundamental.Euclides o definiu como "aquilo que não tem parte". Ou seja, para Euclides é o conceito de "parte", e não de "ponto", que é primitivo.O ponto seria assim a menor parte, indivisível por definição, de uma porção espacial, que define uma única localização.
Imagine o ponto o menor que você puder. Diz-se que o ponto não tem dimensão (é adimensional), ou seja, ele é tão ínfimo quanto quisermos, e não faz sentido mencionar qualquer coisa sobre tamanho ou dimensão do ponto. A única propriedade do ponto é a sua localização.
Estas são definições padrões de ponto para a geometria, conforme a conhecemos. Será que estariam totalmente corretas estas definições intuitivas sobre o ponto?
Com certeza em sua maioria, estas definições se ajustam bem a minha proposição de descontinuidade do espaço. Apenas o item em que afirma ser o ponto tão ínfimo quanto queiramos, deveria ser adaptado para, tão pequeno quanto o quantum espacial que serve de suporte a ele.
Assim, não obstante nossa “certeza” de que o ponto existe, de que ele é real, e por mais que nos salte aos olhos esta realidade, no mundo material e pratico como o entendemos hoje, o ponto não existe fisicamente, sendo uma maravilhosa abstração.
Conforme a interpretação atual, ele é adimensional, ele não possui métricas próprias, não tendo tamanho definido, tão pouco volume.Ele é simplesmente uma abstração, não possuindo atributos inerentes, a menos dos que definem sua localização espacial.Desta forma, toda nossa interpretação da realidade física espacial que nos cerca, pode assim nascer de uma “irrealidade”, de uma abstração total.Mesmo geometricamente falando, o ponto é uma irrealidade necessária.
Por mais absurdo ou contraditório que possa parecer, nossa existência física pode não ser justificada por um espaço continuo.Desta forma pode ser que para os relativistas, nossa realidade espaço/temporal possa estar erradamente estruturada sobre uma falsa percepção.
O ponto pode nunca ter existido, alias ele na pratica nunca existiu.Ele é intocável, intangível, invisível. Ele somente é percebido, realmente sentido ou visualizado, por nossos sentidos mentais, coordenados pelo complexo circuito de nosso cérebro.
Pretendo não entrar pelos conceitos neuronais, vou me preocupar neste ensaio apenas em discorrer sobre o conceito físico de continuidade, continuidade linear, continuidade no sentido mais corrente e vulgar da palavra.
Sendo o ponto algo que não posso tocar, mensurar ou ver, ele não deve existir, ou ele não deveria existir, pelo menos em uma realidade física. Sua existência não sendo física, estaremos entrando no mundo da filosofia, da metafísica ou até mesmo num mundo místico.
Os que crêem em Deus, e são muitos, e eu os respeito enquanto praticarem ações que dignifiquem a vida, serão capazes de facilmente identificar um ou vários fatos, eventos ou itens, que não podemos ver e nem medir, não atingíveis por experimentos naturais, mas aos quais podemos sentir, e que assim passam a ser verdades absolutas, ou quase absolutas, para eles, inseparáveis que são da realidade, segundo suas percepções, crenças, e/ou revelações.
Porem não falo sobre estes fatos, aos quais respeito as opiniões, mas falo de FÍSICA NATURAL. Na física natural os eventos, fatos ou coisas, apenas adquirem realidade quando observáveis, experimentáveis, modeláveis, que me permitam algum nível refutação, mesmo que não possamos diretamente tocar e/ou vê-los. Pelo menos um, alguns ou todos os itens anteriormente citados devem ser verdade, para podermos defini-los como verdadeiros em FÍSICA NATURAL. Todo o resto pode ser importante, mas pertence ao “universo” da filosofia, das crenças ou da metafísica.
É evidente que existem vários, e são realmente muitos, os itens em que a física ainda não responde, para alguns talvez jamais encontraremos respostas, e que são de suma importância para o Homem, para a Vida, e para a dignidade do VIVER.
Vale a pena VIVER?
Devo tentar limitar meus impulsos para buscar levar uma vida ética?
A Fraternidade é melhor ou pior que a Generosidade?
Amo realmente ou o Amor não existe, sendo apenas uma carência individualista?
O amor é um sentimento nobre ou apenas uma reação bioquímica a hormônios?
Existe alguma forma de viver fora da verdadeira política?
Deus Existe?
Ele nos observa e nos atende, ou apenas existe e nos disponibiliza leis que quando “bem” utilizadas nos possibilita construir ou alcançar uma vida mais digna e positiva?
Existe verdade absoluta?
Tenho valores?
É bom que existam valores?
São eles dignos da vida ou são desejos vaidosos e ciumentos?
Eu poderia quase que escrever um livro sobre assuntos que a Ciência não responde (Ciência com “C” maiúsculo, ciência verdadeira, não pseudociência ou mentiras de cunho aparentemente científicos), talvez jamais responda, e que são de suma importância para a vida, para o viver e para a humanidade. Mas enquanto não respondidas pela ciência, não podem ser confundidas com verdades cientificas e desta forma pertencem ao mundo da FILOSOFIA, da CRENÇA e da METAFÍSICA...
Após esta digressão, retorno ao trilho, talvez tortuoso, de meu ensaio.
Pelo anteriormente exposto, o ponto segundo a visão geométrica atual é imaterial, adimensional, intangível (pelo menos fisicamente, sendo tangível apenas mentalmente).
O ponto pode ser uma necessidade matemática, pode ser uma realidade factual, porem fisicamente, hoje, é uma espécie de realidade virtual, onde o físico e o mental se entrelaçam, um apoiando o outro no que lhe falte, mas não por isso, necessita ser uma verdade existencial.
Neste momento, alguns de meus leitores já devem ter percebido o rumo desta prosa, mas mesmo assim, e como comentado no início deste ensaio, defenderei uma proposição, que, com certeza, não fui eu quem a propôs inicialmente.Cabe, inclusive, comentar que eu não consegui alcançá-la como possível verdade de imediato. De inicio eu a reneguei quase que instantaneamente, por puro instinto e preguiça mental.
Muitas vezes, imagens preconcebidas, dentro do nosso escopo de tranqüilidade mental, tornam-se difíceis de serem substituídas, sem alguma luta cognitiva, ou algum forte argumento evidenciável. Às vezes, mesmo com evidências plausíveis, nos negamos a aceitá-las, simplesmente porque quebrariam toda uma estrutura mental já estabelecida em nós. Nossos valores podem estar arraigados a algumas “verdades”, que uma vez desmentidas, nos obrigariam a repensar nossa humanidade.
Não obstante minha inicial negação desta interpretação, com o passar do tempo, esta nova imagem da estrutura do espaço foi amadurecendo em meu imaginário. Hoje, ouso finalmente expô-la abertamente a todos, tendo a certeza que alguns concordarão, outros aceitarão como simples possibilidade, mas a rejeitarão como realidade, e alguns outros ainda a rejeitarão quase tão imediatamente como fiz, na primeira vez que me relacionei com ela.
Não pretendo impor nenhuma verdade, até porque a verdade absoluta, em minha interpretação, não nos é ainda atingível face não somente as nossas limitações humanas, mas também as limitações de nossos instrumentos.
“hoje vemos através de VÉUS que nos dificultam a percepção da realidade, mas virá o tempo em que veremos em sua totalidade”. Vários dos senhores conhecem melhor que eu esta passagem do evangelho. Não que eu dê algum valor especial as revelações, não o dou, mas existem passagens nos evangelhos que eu concordo, e outras que alem de concordar, incluo-as como principio de vida, desde que retirados todos os envolvimentos sobrenaturais.
O que importa em minha linha de raciocínio é que hoje, graças a nossa finitude de inteligência e a nossos sentidos imperfeitos, jamais conheceremos a verdade absoluta, ela é tão mais relativa quanto mais distante dos fatos, causas e efeitos estejamos.
Aqueles que rejeitarem esta proposição, por discordarem dela, serão tão bem vindos neste ensaio quanto os que a aceitarem. Os opostos, de forma pacífica, política, ética e fraterna, existem para serem confrontados no campo das idéias, pela busca de uma verdade mais completa, até que alcancemos a verdade absoluta, rejeitando-se sim as mentiras e os erros.
Aos que não aceitarem minha proposição (que lembro não é originariamente minha), que me ajudem a “filosofar” sobre ela, tão mais fundo quanto permita nossas capacidades mentais, tão mais longe quanto permita nossas condições humanas, e enfim tão mais coerente quanto permita nossa limitada racionalidade e nossa consciência.
Se minha proposta apenas servir de fonte para que vocês possam pensar sobre esta possibilidade, já valeu a pena expô-la, e fico assim feliz por isso.
Minha conclusão virá apenas ao final, até lá continuarei meu raciocínio.
O segundo princípio intuitivo da geometria, diz respeito a linha, seja ela reta ou curva, aberta ou fechada.
Uma definição conceitual de uma linha, é que esta é uma coleção contínua daqueles pontos (imateriais e adimensionais) através de algum processo de “transporte contínuo”, ou movimentação linear.
Por esta definição, a linha seria o movimento “linear” contínuo, de algo que não existe fisicamente, o ponto, gerando então um “rastro” inexistente. Uma linha seria assim, uma coleção de pontos imensuráveis, colineares, como se algo imensurável pudesse ser colocado “colinearmente” a outro algo imensurável, de forma que não sofram outro tipo de movimento a não ser o linear e continuo movimento, formando então esta linha.
Seria algo como que o movimento do mesmo ponto, sofrendo algum tipo de álgebra que o faça deslocar-se segundo algum movimento contínuo, assumindo quaisquer possíveis alterações de sentido ou de direção, gerando assim linhas retas ou curvas, que podem ser abertas ou fechadas, e que em um dos seus casos especiais assume a forma de uma reta, ou de um segmento de reta.
A LINHA acaba assim, sendo mais abstrata ainda do que o ponto, pois este enquanto único já é abstrato, aquela enquanto uma coleção infinita de algo irreal, intocável, imensurável, adimensional, tem de ser ainda mais irreal, absurdo e paradoxal.
Em matemática, uma linha é um objeto geométrico infinito a uma dimensão. Pode ser definida de várias formas equivalentes. Em Geometria Descritiva uma reta (um subtipo especifico de linha) é o resultado do deslocamento de um ponto segundo uma determinada lei.
LINHA; o que tem comprimento porem não possui largura ou profundidade. Intersecção entre dois planos. Se forem dois planos euclidianos temos a RETA.
Uma figura geométrica 1D, ou seja, unidimensional.
É um conjunto de coordenadas e ordenadas, que representa a forma das feições geográficas, muito estreitas para serem visualizadas como área...
Assim pensando, alguma coisa gerada a partir de algo inexistente, não deveria existir (Mais uma vez, não me refiro ao mundo Filosófico, Metafísico ou Místico). Então como pode a Linha, uma coleção colinear de pontos, ou mesmo o simples movimentar contínuo de um ponto (que não existe fisicamente, sendo assim uma abstração de nossa mente) existir.Assim decorre que a linha é uma abstração em mais alto nível, uma incoerência maior, um paradoxo ainda maior, uma maior contradição entre o abstrato e o real. Intrigantemente ela é bem real à nossa mente.Como o ponto, nossa mente nos instiga a sentir, ver, e quase que nos permite tocar a irrealidade de uma linha.
Continuando nossa linha de argumentação, chegamos ao Plano.
O que seria o plano?
Por conceito simples, seria uma coleção colinear de linhas, ou seria uma linha sofrendo algum tipo de movimentação contínua, sendo o simples deslocar de uma linha segundo algum critério ou lei de movimento contínuo.
Agora serei mais breve. Já que o ponto é imaterial e irreal, a linha também o é. Então o que seria de nosso plano? Ele tem que ser também irreal.
Estamos assim cada vez mais mergulhando na crise da irreal e paradoxal realidade.
Consigo ver o plano. Ele possui duas dimensões claramente mensuráveis. Diferentemente do ponto, que tem zero dimensões (não posso assim ver algo que não existe e sequer tem dimensões), e da linha, que apesar de ter uma dimensão clara, nas outras dimensões seu atributo de medida é nulo (como posso ver algo tão fino, tão estreito que sequer ocupa espaço nas outras dimensões?), o plano é visualmente percebido.
Com suas duas dimensões, posso mentalmente ou fisicamente senti-lo. O tampo de uma mesa, a superfície de uma esfera, são planos que eu posso ver e tocar.
Uma vez que posso observá-lo, imediatamente infiro que ele exista. Esta argumentação, por si só, pode ser falaciosa. Vejo coisas que não existem, os consultórios neurológicos estão cheios de pessoas assim. Mas neste caso o plano pode ser realmente visto, isto significa que ele existe? Com toda certeza o plano possui vida própria. Não significa com certeza que ele seja contínuo. A definição de plano me parece verdadeira, a menos de que possa ser redutível a pontos imateriais e imensuráveis.
Assim inicia-se uma nova variação de nossa paradoxal realidade, mas em breve eu estarei passando uma visão diferente para esta irreal realidade.
O plano existe por que posso vê-lo? Sim o plano existe fisicamente, porem isto não prova de sua “continuidade”.
Um plano é um subconjunto do espaço R3 (três dimensões), que possui duas dimensões mensuráveis.
Um plano no espaço pode ser determinado por qualquer uma das situações:
Em um plano euclidiano podemos identificá-lo minimamente por:
Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma reta);
Um ponto e uma reta que não contenha o ponto;
Um ponto e um segmento de reta que não contem o ponto;
Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
Duas retas concorrentes;
Dois segmentos de reta concorrentes.
Finalizando esta jornada crescente, chegamos enfim ao Espaço.
Por cascata, o espaço seria uma coleção de planos contíguos, colineares, podendo ser também o deslocamento de um plano segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. O plano seria uma coleção de linhas contíguas, colineares, ou também o deslocamento de uma linha segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. A linha seria uma coleção de pontos contíguos, colineares, ou seja o deslocamento de um ponto segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. E enfim o ponto seria uma abstração necessária, ou seja, não seria nada.
Desta forma, uma coleção de nadas é nada, ou deveria pelo menos ser nada. Nada mais nada é igual a nada. Aliás, nada é nada.
Mas como seria isto? O espaço está ai, não posso vê-lo diretamente é verdade, posto que é totalmente transparente, mas posso mover-me nele, e podemos fazê-lo com grande facilidade e liberdade. Quase que também podemos senti-lo. Como ele pode ser em última instancia uma coleção de nada? Ai está a força desta proposição que em breve estarei claramente discorrendo. Uma pequena alteração na realidade do nosso cosmos faria toda a diferença, e todo este conjunto de ponto, linha, plano e espaço passam a ser totalmente coerentes, e não mais uma abstração necessária.
Espaço
Extensão formada por três dimensões (R3) - altura, largura e profundidade, onde se encontram todos os corpos e ocorrem todos os eventos físicos...
Extensão tridimensional ilimitada ou infinitamente grande, que contém todos os seres e coisas, e é campo de todos os eventos. ...
Espaço matemático
Na matemática, o espaço é um conjunto, geralmente com alguma estrutura adicional.
O espaço também surge, na geometria, de um volume tridimensional, que pode ser limitado e definido. O espaço pode ser limitado ou ilimitado, aberto ou fechado, finito ou infinito, como a linha, posto que em última instância o espaço pode ser percebido como uma coleção infinitas de linhas.
Na geometria euclidiana e na física clássica, o espaço euclidiano é definido como o conjunto de posições que possa ser descrito atribuindo-se a cada posição três coordenadas, respeitadas duas condições:
i) valha o teorema de Pitágoras
ii) respeite a norma euclidiana.
Aqui entra minha percepção (lembre-se que não é originalmente minha, passando a ser minha apenas pela liberdade mental de pensar também sobre ela). O conhecimento é universal, ainda bem que o é assim.
Então vamos retomar a minha linha de raciocínio e retornar assim a percepção que desejo justificar.
Admito publicamente que a primeira vez que tive contato com esta teoria, não me senti confortável com sua especulação.Por preconceito ou por pura acomodação frente a um conceito totalmente estabelecido em minha concepção do mundo, e sem coragem de inferir novas percepções sobre o fato, sequer terminei a primeira leitura.
Mais tarde quando retornei à leitura, ainda continuava arredio aquele novo conceito de espaço. Ainda não conseguia caminhar por ela de peito aberto e cabeça erguida.A cada nova leitura, minha mente racional passou a enxergar uma luz clara e factível no submundo desta proposta.Fui, desta forma, cada vez mais me abrindo a esta proposição, até que hoje a defendo publicamente, mesmo sem um conhecimento físico-matemático mais profundo que me permita justificá-la propriamente.
Sempre fui um amante da física clássica, do mundo ordenado, do universo onde a ação e a reação são passiveis de entendimento direto. Até aqueles dias sempre defendi que com o conhecimento de um estado do passado, de suas posições relativas/absolutas (absolutas apenas nos casos de um sistema fechado), poderia inferir um estado futuro, qualquer que fosse ele.
Permaneço amante da RELATIVIDADE GERAL, onde no macro mundo, uma vez sabendo suas velocidades relativas, suas forças, suas energias, suas massas, e etc., conhecendo assim alguma “foto” do instante atual, poderei saber com razoável precisão, posições e velocidades futuras, podendo assim acompanhar quaisquer corpos materiais, em sua jornada errática por este mundo.
No fundo de meu espírito racional amo Newton, amo Einstein, amo a gravitação, a ação e a reação, amo enfim a relatividade.
Sinto na intimidade de meu ser, como Einstein, que deus não joga dados, principalmente porque não pode jogá-los. Leitura após leitura, momento após momento, fui amadurecendo alguns dos conceitos totalmente não intuitivos da física quântica. Sejam eles a simples não continuidade da matéria, as não intuitivas incertezas, as forças que não se aliam a gravidade, a necessidade do gráviton que nos desafia se escondendo, as equações de energia, as funções de onda, a superposição, os estados quânticos, os entrelaçamentos, o tunelamento, as incoerências, a dualidade onda/matéria, os multiversos, as probabilidades, o sinistro gato de Schroendinger, o tele transporte e etc. etc. etc.
Conceito de Espaço-Tempo
O Espaço-Tempo corresponde a um espaço quadrimensional idealizado por Albert Einstein como parte da Teoria da Relatividade, composto por três dimensões espaciais (x,y,z) e uma dimensão temporal (ct, em que c representa a velocidade da luz. O tempo pode ser interpretado como a velocidade em que um observador se move em direção ao futuro). No espaço-tempo, cada ponto corresponde a um acontecimento ou evento.
Espaço físico
Uma estrutura definida por um conjunto de "relações espaciais" entre objetos;
Um conteúdo limitado e definido por sistemas de coordenadas, onde um objeto pode ser localizado;
A entidade que separa os objetos e impede que eles entrem em contato direto;
A condição dentro do domínio da existência que permite quaisquer manifestações como o movimento e os fenômenos da dinâmica;
Uma extensão indefinida onde se encontram todos os corpos do universo;
Espaço é a região compreendida entre dois pontos consecutivos;.
A física relativística considera o binômio espaço/tempo como aparente e absoluto, pois considera o espaço-tempo (tetradimensional) uma realidade concreta.Nesse caso o tempo não é separado do espaço.Enquanto as medidas de espaço e tempo são relativas ao referencial utilizado para se fazer estas medidas, a velocidade da luz seria um invariante sob transformações (vide tensores) dos sistemas de coordenadas.
Um sistema de divisão da Física pode ser feito, levando-se em conta a magnitude do objeto em análise. A física quântica trata do universo do muito pequeno, dos átomos e das partículas que compõem os átomos; a física clássica trata dos objetos que encontramos no nosso dia-a-dia; e a física relativística trata de situações que envolvem grandes quantidades de matéria e energia.
Mecânica quântica
A Mecânica Quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons, quarks e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos.
A teoria quântica fornece descrições precisas para muitos fenômenos previamente “inexplicados” tais como a radiação de corpo negro e as órbitas estáveis do elétron.
A quantidade característica da teoria, que determina quando ela é necessária para a descrição de um fenômeno, é a chamada constante de Planck.
A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos físicos: a quantização.
Um Panorama Geral
A palavra “quântica” (do Latim, quantum) quer dizer quantidade. Na mecânica quântica, esta palavra refere-se a uma unidade discreta.A descoberta de que as ondas eletromagnéticas podem ser explicadas como uma emissão de pacotes de energia (chamados quanta) conduziu ao ramo da física que lida com sistemas atômicos e subatômicos. Este ramo da física é chamado hoje mecânica quântica.
Ainda não entendo completamente os conceitos da mecânica quântica, talvez morra antes de consegui-lo, se a entendo é ainda muito filosoficamente, se a aprendo é matematicamente, se a aceito é por inúmeras e precisas experiências laboratoriais. Nunca houve uma proposição tão bem testada como q quântica. Praticamente todas as proposições da teoria do modelo padrão obtiveram comprovação laboratorial. Devido a sua enorme capacidade de desafiar nossa intuição, infelizmente ainda não a vivo em toda a plenitude, ainda não a construo mentalmente em toda a sua totalidade e em sua profundidade. Intuitivamente ainda me bloqueio, ou sou bloqueado pela minha visão, ainda muito clássica ou relativista que acabo tentando ter dos efeitos e conceitos quânticos.
Pelo menos um detalhe reduz minha frustração, certo dia li de um dos mestres da física quântica, algo mais ou menos assim: “Se você iniciou sua jornada pela mecânica quântica, e a entendeu facilmente, ou acredita conhecê-la em detalhes, você certamente não entendeu nada da mecânica quântica, ou quase nada. Os profundos estudiosos e experimentadores da quântica ainda não a entenderam completamente”.A quântica quebra seguidamente o controle de nossa intuição.
O importante é que você não precisa saber nada sobre quântica para acompanhar meu raciocínio. Certo ou errado, o único fato a conhecer, e tenho razoável certeza que você conhece, é que a matéria não é contínua.
Uma duna de areia, por mais que pareça, quando observada a distância, uma massa continua, quando dela nos aproximamos, facilmente percebemos que ela é granulada em infinitos e minúsculos grãos de areia.
A matéria, seja ela qual for, um pedaço de aço, um corpo, um pedaço de chocolate, uma porção de água, também não é contínua. Ela sempre é composta por partes menores.
A matéria é composta por células (no caso de seres vivos), por moléculas, por átomos. Cada átomo é composto por partículas atômicas, nêutrons, prótons e elétrons. Os prótons e nêutrons são compostos por quarks. Uma infinidade de outras partículas subatômicas, um verdadeiro zoológico de partículas elementares, ainda menores, compõem o átomo como os glúons, mésons, fótons, bósons e etc.
Desta forma, toda a matéria é composta por grãos “quantas” de outro tipo específico de “elementos materiais” (as partículas subatômicas).
Esforçando-me apenas para mostrar como o mundo quântico é super não intuitivo, gostaria de comentar que a estrutura material de átomo em si, é ocupada por muito mais espaço vazio do que por elementos materiais. Todos nós, e toda a matéria que existe, é uma coleção de infinitos átomos, então a matéria é uma coleção de infinitos vazios espaciais, entretanto a mesma nos parece contínua.Microscópicos grãos (quantas) cercados de imensos vazios formam a continuidade da matéria.
Agora abramos nossa mente, deixemos nosso espírito livre para navegar pelo mundo das ideias e dos pensamentos. Busquemos na abstração, tão bem gerenciada por nossa mente, refletindo o funcionamento harmônico de nosso cérebro, imaginar que exatamente como a matéria, o espaço também não seja contínuo, que o espaço seja também granulado, que seja enfim quantificado.
Loucura, sim parece loucura, o espaço contínuo em que nasci, cresci, e por onde me movimento ser descontínuo.Sim, deixemos o preconceito da continuidade linear do espaço, e o concebamos mentalmente como uma coleção de grãos minúsculos de espaço. Esta é a minha final argumentação.
Tenho a certeza que conseguiremos todos visualizar esta “realidade”, acreditemos ou não nela.
Somos capazes de imaginar e visualizar, com os olhos de lince de nosso processador mental, este conceito, o espaço como sendo uma infinita coleção de super-hiper minúsculas bolhas de espaço, colocadas lado a lado, em todas as direções e sentidos, preenchendo de forma plástica e elástica todo o volume do espaço, cobrindo-o de quantas espaciais.
Alguém poderia questionar: Sim, conseguimos visualizar com os olhos da mente e com a percepção do espírito a possibilidade do espaço ser granular, mas aonde isto nos leva?
Este é o ponto aonde desejo finalmente chegar. Se o espaço é granulado, por menor que seja o volume de cada grão, ele será real, e assim possuirá alem dos atributos de localização, possuirá métricas próprias, terá tamanho, terá volume, talvez densidade e outros atributos que sequer podemos imaginar. Mesmo que imensamente pequenos, os atributos estarão lá a nossa disposição.
Agora mantenhamos o foco e realizemos a última transposição em nossa caminhada. Perceba a possibilidade de que cada grão mínimo (quanta espacial), indivisível posto que é mínimo, poder ser um ponto.Como num passe de mágica, cada ponto passa de imaterial, adimensional, para um ponto “material” (na verdade espacial), mensurável, com volume, por mais infinitesimal que ele possa ser.Assim, além do atributo de localização esse novo conceito de ponto, definido conceitualmente como a menor porção espacial (quantum espacial) passa a imediatamente existir, a ser real, a ter vida própria, a ter mensuração possível, a ter volume e a poder assim, em algum momento do futuro, com tecnologia futura ser visualizado, ou percebido.
Esta simples mudança, do ponto adimensional, “imensurável”, para um ponto material mensurável, faz este ponto passar a ter existência própria, latente, e a ter vida física.
Desta forma, agora, por escalada na hierarquia da geometria, seja esta plana ou não euclidiana, conseguimos dar propriedades físicas e materiais aos demais conceitos básicos da geometria, a linha, o plano e o espaço.
Agora, sem praticamente nenhuma alteração nos demais conceitos, fica fácil demonstrar que sendo a linha uma coleção ou o movimento de ponto(s), pontos estes que agora reais e verdadeiros, ela também passa a ser real e verdadeira, podendo agora ser completamente mensurável.
O Plano sendo agora uma coleção de linhas reais, passa também a ser real, e finalmente, sendo não menos importante, o espaço, sendo uma coleção de planos reais também ganha sua personificação clara e verdadeira.
A simples alteração no paradigma do espaço contínuo, para um espaço quantizado, atribui “vida real” ao ponto, deixando nossa realidade de ser paradoxal e irreal, assumindo assim características totalmente naturais, de que precisava, alias, para sair do mundo filosófico, metafísico ou místico. Agora estes conceitos de ponto, linha, plano e espaço passam a estar conceitualmente imersos em um mundo físico, espacialmente falando, natural e positivo.
Pode parecer estranho imaginar o espaço como não sendo contínuo, mas a física do muito pequeno, a Quântica, tem nos mostrado que a intuição é uma ferramenta totalmente equivocada neste mundo.
O espaço pode ser descontínuo, e nossa percepção dele ser de continuidade, aliás isso é o que acontece com a matéria, que mesmo parecendo continua, é totalmente descontínua, e por mais absurdo que seja é composta por imensos vazios.
Sim, o espaço pode ser descontínuo, e nossa percepção da realidade ser verdadeira, permitindo que nossa percepção seja de total e tranqüila continuidade.
Esta descontinuidade do espaço, pode inclusive ser uma comprovação de que outras dimensões existam, mesmo que não as percebamos.
Na teoria das cordas, nosso mundo teria 11 dimensões, 4 delas nós a conhecemos bem (ou quase bem, pois que se não, não estaríamos discorrendo sobre o espaço), três dimensões são puramente espaciais e uma é temporal.
E onde estariam as outras 7 dimensões?
De quebra, se quantizarmos o espaço, cada grão, cada quantum de espaço, cada micro bolha espacial poderia esconder estas demais 7 dimensões. Cada ponto poderia ser envolto em dimensões extras tão “enroladas”, “amassadas”, tão pequenas que as não veríamos, mas elas poderiam estar lá.
A teoria das cordas aponta para que toda matéria decorra não de pontuais partículas subatômicas, mas sim de minúsculas, absurdamente minúsculas, cordas vibrantes (algumas abertas, outras fechadas), e que dependendo da energia de vibração criariam assim as nossas conhecidas partículas atômicas.
A teoria das cordas quase que implora pela quantização do espaço, para possibilitar que em torno destes quanta, possamos colocar as dimensões extras necessárias para esta teoria.
Eu pessoalmente aposto alto nesta teoria, se não como um modelo físico da realidade, aposto nele como um modelo matemático que nos permitirá modelar nossa aparente absurda realidade.
Ainda em relação à possibilidade de o espaço ser de uma composição plástica de quantas espaciais, isto por si só geraria, também, algo incrível no tocante ao eletromagnetismo. Sendo o espaço, quantizado e aliado a isto a existência do vazio quântico, teríamos aí um substrato onde as ondas eletromagnéticas poderiam gerar um distúrbio e assim transportar energia e momento através do espaço sideral, sem a necessidade de incluirmos nada etéreo para este fim.
Caso o espaço seja realmente quantizado, teríamos ai também a possibilidade de confirmarmos a parte da teoria da relatividade que propõe que a gravidade distorce o tecido do espaço.Os quanta espaciais seriam também o meio físico que seria distorcido, contraído, quando da ação da gravidade, o que talvez dispensasse a existência física dos grávitons.
Encerrando este ensaio, mesmo não sendo a favor de induções, uma vez que estas induções podem ser tão erradas quanto o azar nos permita, mas isto seria assunto para outro ensaio, poderia inferir mentalmente que o próprio tempo também seja quantizado. Aliado a isto, decorre o conceito relativista de espaço-tempo, que os une em um único corpo, em um único espírito de verdade.
Ainda não me dispus a fazer a mesma jornada para o tempo, mas de repente o tempo também é quantizado. Quem sabe no futuro faça outro ensaio, desta vez discorrendo sobre o tempo, sua estabilidade e sua magnificência, e quem sabe sua dinâmica quântica.
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Rio 18/06/2009
Arlindo Alberto Pereira Tavares
Divagações sobre o paradoxo de uma realidade irreal.
Este texto, não visa ser um compêndio científico, muito menos confirmar ou descartar algum princípio físico/matemático vigente. Visa este texto refletir, apenas, uma divagação que vem ganhando corpo em meu espírito filosófico.No fundo vida ser um breve ensaio sobre a continuidade do tecido espacial.
Gostaria de iniciar este ensaio, afirmando que não escrevo este em tom de brincadeira, e sim com meu espírito repleto de seriedade. Este assunto pode a princípio parecer paradoxal, mas não o é com certeza.Mergulho neste texto com a total certeza de que ao seu final terei apresentado uma visão diferente do que nossa mente normalmente nos faz perceber.
Inicialmente, pode até parecer complexa esta interpretação proposta, para algo que nos parece totalmente estabelecido, entretanto, com certeza não existe praticamente nenhuma complexidade maior, e muito menos necessitaremos de algum conhecimento específico ou superior para acompanhar este ensaio.
Desta forma, esta argumentação é alcançável por todos. Você pode ou não aceitar a linha de raciocínio traçada, mas com certeza você, como eu, poderemos entender com razoável facilidade esta argumentação.
Discorrer sobre a continuidade do espaço que nos cerca, e onde estamos totalmente inseridos como matéria e energia, pode parecer uma loucura aparente, porem, independente de qualquer posição conflituosa, prefiro parecer louco a não tentar expor minha interpretação.
A continuidade pura e linear de nosso espaço, como normalmente o imaginamos, pode não ser uma característica desta nossa realidade, tanto espacial como talvez até temporal. Esta visão contínua do substrato espacial, pode ser mais uma falaciosa interpretação de nossos órgãos dos sentidos e do processamento cerebral destas percepções.
Não obstante qualquer descrença inicial nesta proposição, rogo que me permitam iniciar minha humilde argumentação.
Por simples estrutura natural, decido iniciar com alguns elementos básicos de geometria. Tenham todos a certeza que me aterei apenas a conceitos básicos, intuitivos, de PONTO, LINHA, PLANO e ESPAÇO. Não haverá necessidade de ninguém parar esta leitura e se aprofundar nos itens acima. Tentarei, sempre que possível, expor definições conceituais mínimas para o entendimento de minha argumentação.
Para este fim, não haverá necessidade sequer de escolhermos um tipo específico de Geometria. Mais uma vez por pura facilidade de interpretação poderemos nos ater a geometria Euclidiana (plana).
...
Iniciaremos assim pelo conceito de ponto.
Todos, e cada um de nós, temos uma percepção quase física do que denominamos ponto.Apesar de sua IMATERIALIDADE, o ponto é uma realidade aos nossos olhos mentais.Podemos não só imaginá-lo, mas podemos vê-lo vivo, e praticamente afirmar sua existência material.Quase podemos afirmar que ele exista. Temos a nítida percepção que podemos tocá-lo tão logo o desejarmos. Desta forma, baseado em nossos sentidos praticamente podemos afirmar que somos capazes de “senti-lo” como um ente real.
Nossa mente nos permite este tipo de abstração, e o fazemos tão bem, que acabamos acreditando que ele, o ponto, está lá a nossa disposição. Porem sendo o ponto, uma abstração poderosa, ele serve, quase que unicamente, para identificar uma localização específica.
Vejamos algumas breves definições:
Ponto, Reta e Plano são noções primitivas dentre os conceitos geométricos.
Em matemática, em particular na geometria e na topologia, um ponto é um elemento do espaço que indica uma posição.
Ponto: é um conceito geométrico primitivo fundamental.Euclides o definiu como "aquilo que não tem parte". Ou seja, para Euclides é o conceito de "parte", e não de "ponto", que é primitivo.O ponto seria assim a menor parte, indivisível por definição, de uma porção espacial, que define uma única localização.
Imagine o ponto o menor que você puder. Diz-se que o ponto não tem dimensão (é adimensional), ou seja, ele é tão ínfimo quanto quisermos, e não faz sentido mencionar qualquer coisa sobre tamanho ou dimensão do ponto. A única propriedade do ponto é a sua localização.
Estas são definições padrões de ponto para a geometria, conforme a conhecemos. Será que estariam totalmente corretas estas definições intuitivas sobre o ponto?
Com certeza em sua maioria, estas definições se ajustam bem a minha proposição de descontinuidade do espaço. Apenas o item em que afirma ser o ponto tão ínfimo quanto queiramos, deveria ser adaptado para, tão pequeno quanto o quantum espacial que serve de suporte a ele.
Assim, não obstante nossa “certeza” de que o ponto existe, de que ele é real, e por mais que nos salte aos olhos esta realidade, no mundo material e pratico como o entendemos hoje, o ponto não existe fisicamente, sendo uma maravilhosa abstração.
Conforme a interpretação atual, ele é adimensional, ele não possui métricas próprias, não tendo tamanho definido, tão pouco volume.Ele é simplesmente uma abstração, não possuindo atributos inerentes, a menos dos que definem sua localização espacial.Desta forma, toda nossa interpretação da realidade física espacial que nos cerca, pode assim nascer de uma “irrealidade”, de uma abstração total.Mesmo geometricamente falando, o ponto é uma irrealidade necessária.
Por mais absurdo ou contraditório que possa parecer, nossa existência física pode não ser justificada por um espaço continuo.Desta forma pode ser que para os relativistas, nossa realidade espaço/temporal possa estar erradamente estruturada sobre uma falsa percepção.
O ponto pode nunca ter existido, alias ele na pratica nunca existiu.Ele é intocável, intangível, invisível. Ele somente é percebido, realmente sentido ou visualizado, por nossos sentidos mentais, coordenados pelo complexo circuito de nosso cérebro.
Pretendo não entrar pelos conceitos neuronais, vou me preocupar neste ensaio apenas em discorrer sobre o conceito físico de continuidade, continuidade linear, continuidade no sentido mais corrente e vulgar da palavra.
Sendo o ponto algo que não posso tocar, mensurar ou ver, ele não deve existir, ou ele não deveria existir, pelo menos em uma realidade física. Sua existência não sendo física, estaremos entrando no mundo da filosofia, da metafísica ou até mesmo num mundo místico.
Os que crêem em Deus, e são muitos, e eu os respeito enquanto praticarem ações que dignifiquem a vida, serão capazes de facilmente identificar um ou vários fatos, eventos ou itens, que não podemos ver e nem medir, não atingíveis por experimentos naturais, mas aos quais podemos sentir, e que assim passam a ser verdades absolutas, ou quase absolutas, para eles, inseparáveis que são da realidade, segundo suas percepções, crenças, e/ou revelações.
Porem não falo sobre estes fatos, aos quais respeito as opiniões, mas falo de FÍSICA NATURAL. Na física natural os eventos, fatos ou coisas, apenas adquirem realidade quando observáveis, experimentáveis, modeláveis, que me permitam algum nível refutação, mesmo que não possamos diretamente tocar e/ou vê-los. Pelo menos um, alguns ou todos os itens anteriormente citados devem ser verdade, para podermos defini-los como verdadeiros em FÍSICA NATURAL. Todo o resto pode ser importante, mas pertence ao “universo” da filosofia, das crenças ou da metafísica.
É evidente que existem vários, e são realmente muitos, os itens em que a física ainda não responde, para alguns talvez jamais encontraremos respostas, e que são de suma importância para o Homem, para a Vida, e para a dignidade do VIVER.
Vale a pena VIVER?
Devo tentar limitar meus impulsos para buscar levar uma vida ética?
A Fraternidade é melhor ou pior que a Generosidade?
Amo realmente ou o Amor não existe, sendo apenas uma carência individualista?
O amor é um sentimento nobre ou apenas uma reação bioquímica a hormônios?
Existe alguma forma de viver fora da verdadeira política?
Deus Existe?
Ele nos observa e nos atende, ou apenas existe e nos disponibiliza leis que quando “bem” utilizadas nos possibilita construir ou alcançar uma vida mais digna e positiva?
Existe verdade absoluta?
Tenho valores?
É bom que existam valores?
São eles dignos da vida ou são desejos vaidosos e ciumentos?
Eu poderia quase que escrever um livro sobre assuntos que a Ciência não responde (Ciência com “C” maiúsculo, ciência verdadeira, não pseudociência ou mentiras de cunho aparentemente científicos), talvez jamais responda, e que são de suma importância para a vida, para o viver e para a humanidade. Mas enquanto não respondidas pela ciência, não podem ser confundidas com verdades cientificas e desta forma pertencem ao mundo da FILOSOFIA, da CRENÇA e da METAFÍSICA...
Após esta digressão, retorno ao trilho, talvez tortuoso, de meu ensaio.
Pelo anteriormente exposto, o ponto segundo a visão geométrica atual é imaterial, adimensional, intangível (pelo menos fisicamente, sendo tangível apenas mentalmente).
O ponto pode ser uma necessidade matemática, pode ser uma realidade factual, porem fisicamente, hoje, é uma espécie de realidade virtual, onde o físico e o mental se entrelaçam, um apoiando o outro no que lhe falte, mas não por isso, necessita ser uma verdade existencial.
Neste momento, alguns de meus leitores já devem ter percebido o rumo desta prosa, mas mesmo assim, e como comentado no início deste ensaio, defenderei uma proposição, que, com certeza, não fui eu quem a propôs inicialmente.Cabe, inclusive, comentar que eu não consegui alcançá-la como possível verdade de imediato. De inicio eu a reneguei quase que instantaneamente, por puro instinto e preguiça mental.
Muitas vezes, imagens preconcebidas, dentro do nosso escopo de tranqüilidade mental, tornam-se difíceis de serem substituídas, sem alguma luta cognitiva, ou algum forte argumento evidenciável. Às vezes, mesmo com evidências plausíveis, nos negamos a aceitá-las, simplesmente porque quebrariam toda uma estrutura mental já estabelecida em nós. Nossos valores podem estar arraigados a algumas “verdades”, que uma vez desmentidas, nos obrigariam a repensar nossa humanidade.
Não obstante minha inicial negação desta interpretação, com o passar do tempo, esta nova imagem da estrutura do espaço foi amadurecendo em meu imaginário. Hoje, ouso finalmente expô-la abertamente a todos, tendo a certeza que alguns concordarão, outros aceitarão como simples possibilidade, mas a rejeitarão como realidade, e alguns outros ainda a rejeitarão quase tão imediatamente como fiz, na primeira vez que me relacionei com ela.
Não pretendo impor nenhuma verdade, até porque a verdade absoluta, em minha interpretação, não nos é ainda atingível face não somente as nossas limitações humanas, mas também as limitações de nossos instrumentos.
“hoje vemos através de VÉUS que nos dificultam a percepção da realidade, mas virá o tempo em que veremos em sua totalidade”. Vários dos senhores conhecem melhor que eu esta passagem do evangelho. Não que eu dê algum valor especial as revelações, não o dou, mas existem passagens nos evangelhos que eu concordo, e outras que alem de concordar, incluo-as como principio de vida, desde que retirados todos os envolvimentos sobrenaturais.
O que importa em minha linha de raciocínio é que hoje, graças a nossa finitude de inteligência e a nossos sentidos imperfeitos, jamais conheceremos a verdade absoluta, ela é tão mais relativa quanto mais distante dos fatos, causas e efeitos estejamos.
Aqueles que rejeitarem esta proposição, por discordarem dela, serão tão bem vindos neste ensaio quanto os que a aceitarem. Os opostos, de forma pacífica, política, ética e fraterna, existem para serem confrontados no campo das idéias, pela busca de uma verdade mais completa, até que alcancemos a verdade absoluta, rejeitando-se sim as mentiras e os erros.
Aos que não aceitarem minha proposição (que lembro não é originariamente minha), que me ajudem a “filosofar” sobre ela, tão mais fundo quanto permita nossas capacidades mentais, tão mais longe quanto permita nossas condições humanas, e enfim tão mais coerente quanto permita nossa limitada racionalidade e nossa consciência.
Se minha proposta apenas servir de fonte para que vocês possam pensar sobre esta possibilidade, já valeu a pena expô-la, e fico assim feliz por isso.
Minha conclusão virá apenas ao final, até lá continuarei meu raciocínio.
O segundo princípio intuitivo da geometria, diz respeito a linha, seja ela reta ou curva, aberta ou fechada.
Uma definição conceitual de uma linha, é que esta é uma coleção contínua daqueles pontos (imateriais e adimensionais) através de algum processo de “transporte contínuo”, ou movimentação linear.
Por esta definição, a linha seria o movimento “linear” contínuo, de algo que não existe fisicamente, o ponto, gerando então um “rastro” inexistente. Uma linha seria assim, uma coleção de pontos imensuráveis, colineares, como se algo imensurável pudesse ser colocado “colinearmente” a outro algo imensurável, de forma que não sofram outro tipo de movimento a não ser o linear e continuo movimento, formando então esta linha.
Seria algo como que o movimento do mesmo ponto, sofrendo algum tipo de álgebra que o faça deslocar-se segundo algum movimento contínuo, assumindo quaisquer possíveis alterações de sentido ou de direção, gerando assim linhas retas ou curvas, que podem ser abertas ou fechadas, e que em um dos seus casos especiais assume a forma de uma reta, ou de um segmento de reta.
A LINHA acaba assim, sendo mais abstrata ainda do que o ponto, pois este enquanto único já é abstrato, aquela enquanto uma coleção infinita de algo irreal, intocável, imensurável, adimensional, tem de ser ainda mais irreal, absurdo e paradoxal.
Em matemática, uma linha é um objeto geométrico infinito a uma dimensão. Pode ser definida de várias formas equivalentes. Em Geometria Descritiva uma reta (um subtipo especifico de linha) é o resultado do deslocamento de um ponto segundo uma determinada lei.
LINHA; o que tem comprimento porem não possui largura ou profundidade. Intersecção entre dois planos. Se forem dois planos euclidianos temos a RETA.
Uma figura geométrica 1D, ou seja, unidimensional.
É um conjunto de coordenadas e ordenadas, que representa a forma das feições geográficas, muito estreitas para serem visualizadas como área...
Assim pensando, alguma coisa gerada a partir de algo inexistente, não deveria existir (Mais uma vez, não me refiro ao mundo Filosófico, Metafísico ou Místico). Então como pode a Linha, uma coleção colinear de pontos, ou mesmo o simples movimentar contínuo de um ponto (que não existe fisicamente, sendo assim uma abstração de nossa mente) existir.Assim decorre que a linha é uma abstração em mais alto nível, uma incoerência maior, um paradoxo ainda maior, uma maior contradição entre o abstrato e o real. Intrigantemente ela é bem real à nossa mente.Como o ponto, nossa mente nos instiga a sentir, ver, e quase que nos permite tocar a irrealidade de uma linha.
Continuando nossa linha de argumentação, chegamos ao Plano.
O que seria o plano?
Por conceito simples, seria uma coleção colinear de linhas, ou seria uma linha sofrendo algum tipo de movimentação contínua, sendo o simples deslocar de uma linha segundo algum critério ou lei de movimento contínuo.
Agora serei mais breve. Já que o ponto é imaterial e irreal, a linha também o é. Então o que seria de nosso plano? Ele tem que ser também irreal.
Estamos assim cada vez mais mergulhando na crise da irreal e paradoxal realidade.
Consigo ver o plano. Ele possui duas dimensões claramente mensuráveis. Diferentemente do ponto, que tem zero dimensões (não posso assim ver algo que não existe e sequer tem dimensões), e da linha, que apesar de ter uma dimensão clara, nas outras dimensões seu atributo de medida é nulo (como posso ver algo tão fino, tão estreito que sequer ocupa espaço nas outras dimensões?), o plano é visualmente percebido.
Com suas duas dimensões, posso mentalmente ou fisicamente senti-lo. O tampo de uma mesa, a superfície de uma esfera, são planos que eu posso ver e tocar.
Uma vez que posso observá-lo, imediatamente infiro que ele exista. Esta argumentação, por si só, pode ser falaciosa. Vejo coisas que não existem, os consultórios neurológicos estão cheios de pessoas assim. Mas neste caso o plano pode ser realmente visto, isto significa que ele existe? Com toda certeza o plano possui vida própria. Não significa com certeza que ele seja contínuo. A definição de plano me parece verdadeira, a menos de que possa ser redutível a pontos imateriais e imensuráveis.
Assim inicia-se uma nova variação de nossa paradoxal realidade, mas em breve eu estarei passando uma visão diferente para esta irreal realidade.
O plano existe por que posso vê-lo? Sim o plano existe fisicamente, porem isto não prova de sua “continuidade”.
Um plano é um subconjunto do espaço R3 (três dimensões), que possui duas dimensões mensuráveis.
Um plano no espaço pode ser determinado por qualquer uma das situações:
Em um plano euclidiano podemos identificá-lo minimamente por:
Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma reta);
Um ponto e uma reta que não contenha o ponto;
Um ponto e um segmento de reta que não contem o ponto;
Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
Duas retas concorrentes;
Dois segmentos de reta concorrentes.
Finalizando esta jornada crescente, chegamos enfim ao Espaço.
Por cascata, o espaço seria uma coleção de planos contíguos, colineares, podendo ser também o deslocamento de um plano segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. O plano seria uma coleção de linhas contíguas, colineares, ou também o deslocamento de uma linha segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. A linha seria uma coleção de pontos contíguos, colineares, ou seja o deslocamento de um ponto segundo quaisquer critérios e leis de movimento contínuo. E enfim o ponto seria uma abstração necessária, ou seja, não seria nada.
Desta forma, uma coleção de nadas é nada, ou deveria pelo menos ser nada. Nada mais nada é igual a nada. Aliás, nada é nada.
Mas como seria isto? O espaço está ai, não posso vê-lo diretamente é verdade, posto que é totalmente transparente, mas posso mover-me nele, e podemos fazê-lo com grande facilidade e liberdade. Quase que também podemos senti-lo. Como ele pode ser em última instancia uma coleção de nada? Ai está a força desta proposição que em breve estarei claramente discorrendo. Uma pequena alteração na realidade do nosso cosmos faria toda a diferença, e todo este conjunto de ponto, linha, plano e espaço passam a ser totalmente coerentes, e não mais uma abstração necessária.
Espaço
Extensão formada por três dimensões (R3) - altura, largura e profundidade, onde se encontram todos os corpos e ocorrem todos os eventos físicos...
Extensão tridimensional ilimitada ou infinitamente grande, que contém todos os seres e coisas, e é campo de todos os eventos. ...
Espaço matemático
Na matemática, o espaço é um conjunto, geralmente com alguma estrutura adicional.
O espaço também surge, na geometria, de um volume tridimensional, que pode ser limitado e definido. O espaço pode ser limitado ou ilimitado, aberto ou fechado, finito ou infinito, como a linha, posto que em última instância o espaço pode ser percebido como uma coleção infinitas de linhas.
Na geometria euclidiana e na física clássica, o espaço euclidiano é definido como o conjunto de posições que possa ser descrito atribuindo-se a cada posição três coordenadas, respeitadas duas condições:
i) valha o teorema de Pitágoras
ii) respeite a norma euclidiana.
Aqui entra minha percepção (lembre-se que não é originalmente minha, passando a ser minha apenas pela liberdade mental de pensar também sobre ela). O conhecimento é universal, ainda bem que o é assim.
Então vamos retomar a minha linha de raciocínio e retornar assim a percepção que desejo justificar.
Admito publicamente que a primeira vez que tive contato com esta teoria, não me senti confortável com sua especulação.Por preconceito ou por pura acomodação frente a um conceito totalmente estabelecido em minha concepção do mundo, e sem coragem de inferir novas percepções sobre o fato, sequer terminei a primeira leitura.
Mais tarde quando retornei à leitura, ainda continuava arredio aquele novo conceito de espaço. Ainda não conseguia caminhar por ela de peito aberto e cabeça erguida.A cada nova leitura, minha mente racional passou a enxergar uma luz clara e factível no submundo desta proposta.Fui, desta forma, cada vez mais me abrindo a esta proposição, até que hoje a defendo publicamente, mesmo sem um conhecimento físico-matemático mais profundo que me permita justificá-la propriamente.
Sempre fui um amante da física clássica, do mundo ordenado, do universo onde a ação e a reação são passiveis de entendimento direto. Até aqueles dias sempre defendi que com o conhecimento de um estado do passado, de suas posições relativas/absolutas (absolutas apenas nos casos de um sistema fechado), poderia inferir um estado futuro, qualquer que fosse ele.
Permaneço amante da RELATIVIDADE GERAL, onde no macro mundo, uma vez sabendo suas velocidades relativas, suas forças, suas energias, suas massas, e etc., conhecendo assim alguma “foto” do instante atual, poderei saber com razoável precisão, posições e velocidades futuras, podendo assim acompanhar quaisquer corpos materiais, em sua jornada errática por este mundo.
No fundo de meu espírito racional amo Newton, amo Einstein, amo a gravitação, a ação e a reação, amo enfim a relatividade.
Sinto na intimidade de meu ser, como Einstein, que deus não joga dados, principalmente porque não pode jogá-los. Leitura após leitura, momento após momento, fui amadurecendo alguns dos conceitos totalmente não intuitivos da física quântica. Sejam eles a simples não continuidade da matéria, as não intuitivas incertezas, as forças que não se aliam a gravidade, a necessidade do gráviton que nos desafia se escondendo, as equações de energia, as funções de onda, a superposição, os estados quânticos, os entrelaçamentos, o tunelamento, as incoerências, a dualidade onda/matéria, os multiversos, as probabilidades, o sinistro gato de Schroendinger, o tele transporte e etc. etc. etc.
Conceito de Espaço-Tempo
O Espaço-Tempo corresponde a um espaço quadrimensional idealizado por Albert Einstein como parte da Teoria da Relatividade, composto por três dimensões espaciais (x,y,z) e uma dimensão temporal (ct, em que c representa a velocidade da luz. O tempo pode ser interpretado como a velocidade em que um observador se move em direção ao futuro). No espaço-tempo, cada ponto corresponde a um acontecimento ou evento.
Espaço físico
Uma estrutura definida por um conjunto de "relações espaciais" entre objetos;
Um conteúdo limitado e definido por sistemas de coordenadas, onde um objeto pode ser localizado;
A entidade que separa os objetos e impede que eles entrem em contato direto;
A condição dentro do domínio da existência que permite quaisquer manifestações como o movimento e os fenômenos da dinâmica;
Uma extensão indefinida onde se encontram todos os corpos do universo;
Espaço é a região compreendida entre dois pontos consecutivos;.
A física relativística considera o binômio espaço/tempo como aparente e absoluto, pois considera o espaço-tempo (tetradimensional) uma realidade concreta.Nesse caso o tempo não é separado do espaço.Enquanto as medidas de espaço e tempo são relativas ao referencial utilizado para se fazer estas medidas, a velocidade da luz seria um invariante sob transformações (vide tensores) dos sistemas de coordenadas.
Um sistema de divisão da Física pode ser feito, levando-se em conta a magnitude do objeto em análise. A física quântica trata do universo do muito pequeno, dos átomos e das partículas que compõem os átomos; a física clássica trata dos objetos que encontramos no nosso dia-a-dia; e a física relativística trata de situações que envolvem grandes quantidades de matéria e energia.
Mecânica quântica
A Mecânica Quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons, quarks e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos.
A teoria quântica fornece descrições precisas para muitos fenômenos previamente “inexplicados” tais como a radiação de corpo negro e as órbitas estáveis do elétron.
A quantidade característica da teoria, que determina quando ela é necessária para a descrição de um fenômeno, é a chamada constante de Planck.
A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos físicos: a quantização.
Um Panorama Geral
A palavra “quântica” (do Latim, quantum) quer dizer quantidade. Na mecânica quântica, esta palavra refere-se a uma unidade discreta.A descoberta de que as ondas eletromagnéticas podem ser explicadas como uma emissão de pacotes de energia (chamados quanta) conduziu ao ramo da física que lida com sistemas atômicos e subatômicos. Este ramo da física é chamado hoje mecânica quântica.
Ainda não entendo completamente os conceitos da mecânica quântica, talvez morra antes de consegui-lo, se a entendo é ainda muito filosoficamente, se a aprendo é matematicamente, se a aceito é por inúmeras e precisas experiências laboratoriais. Nunca houve uma proposição tão bem testada como q quântica. Praticamente todas as proposições da teoria do modelo padrão obtiveram comprovação laboratorial. Devido a sua enorme capacidade de desafiar nossa intuição, infelizmente ainda não a vivo em toda a plenitude, ainda não a construo mentalmente em toda a sua totalidade e em sua profundidade. Intuitivamente ainda me bloqueio, ou sou bloqueado pela minha visão, ainda muito clássica ou relativista que acabo tentando ter dos efeitos e conceitos quânticos.
Pelo menos um detalhe reduz minha frustração, certo dia li de um dos mestres da física quântica, algo mais ou menos assim: “Se você iniciou sua jornada pela mecânica quântica, e a entendeu facilmente, ou acredita conhecê-la em detalhes, você certamente não entendeu nada da mecânica quântica, ou quase nada. Os profundos estudiosos e experimentadores da quântica ainda não a entenderam completamente”.A quântica quebra seguidamente o controle de nossa intuição.
O importante é que você não precisa saber nada sobre quântica para acompanhar meu raciocínio. Certo ou errado, o único fato a conhecer, e tenho razoável certeza que você conhece, é que a matéria não é contínua.
Uma duna de areia, por mais que pareça, quando observada a distância, uma massa continua, quando dela nos aproximamos, facilmente percebemos que ela é granulada em infinitos e minúsculos grãos de areia.
A matéria, seja ela qual for, um pedaço de aço, um corpo, um pedaço de chocolate, uma porção de água, também não é contínua. Ela sempre é composta por partes menores.
A matéria é composta por células (no caso de seres vivos), por moléculas, por átomos. Cada átomo é composto por partículas atômicas, nêutrons, prótons e elétrons. Os prótons e nêutrons são compostos por quarks. Uma infinidade de outras partículas subatômicas, um verdadeiro zoológico de partículas elementares, ainda menores, compõem o átomo como os glúons, mésons, fótons, bósons e etc.
Desta forma, toda a matéria é composta por grãos “quantas” de outro tipo específico de “elementos materiais” (as partículas subatômicas).
Esforçando-me apenas para mostrar como o mundo quântico é super não intuitivo, gostaria de comentar que a estrutura material de átomo em si, é ocupada por muito mais espaço vazio do que por elementos materiais. Todos nós, e toda a matéria que existe, é uma coleção de infinitos átomos, então a matéria é uma coleção de infinitos vazios espaciais, entretanto a mesma nos parece contínua.Microscópicos grãos (quantas) cercados de imensos vazios formam a continuidade da matéria.
Agora abramos nossa mente, deixemos nosso espírito livre para navegar pelo mundo das ideias e dos pensamentos. Busquemos na abstração, tão bem gerenciada por nossa mente, refletindo o funcionamento harmônico de nosso cérebro, imaginar que exatamente como a matéria, o espaço também não seja contínuo, que o espaço seja também granulado, que seja enfim quantificado.
Loucura, sim parece loucura, o espaço contínuo em que nasci, cresci, e por onde me movimento ser descontínuo.Sim, deixemos o preconceito da continuidade linear do espaço, e o concebamos mentalmente como uma coleção de grãos minúsculos de espaço. Esta é a minha final argumentação.
Tenho a certeza que conseguiremos todos visualizar esta “realidade”, acreditemos ou não nela.
Somos capazes de imaginar e visualizar, com os olhos de lince de nosso processador mental, este conceito, o espaço como sendo uma infinita coleção de super-hiper minúsculas bolhas de espaço, colocadas lado a lado, em todas as direções e sentidos, preenchendo de forma plástica e elástica todo o volume do espaço, cobrindo-o de quantas espaciais.
Alguém poderia questionar: Sim, conseguimos visualizar com os olhos da mente e com a percepção do espírito a possibilidade do espaço ser granular, mas aonde isto nos leva?
Este é o ponto aonde desejo finalmente chegar. Se o espaço é granulado, por menor que seja o volume de cada grão, ele será real, e assim possuirá alem dos atributos de localização, possuirá métricas próprias, terá tamanho, terá volume, talvez densidade e outros atributos que sequer podemos imaginar. Mesmo que imensamente pequenos, os atributos estarão lá a nossa disposição.
Agora mantenhamos o foco e realizemos a última transposição em nossa caminhada. Perceba a possibilidade de que cada grão mínimo (quanta espacial), indivisível posto que é mínimo, poder ser um ponto.Como num passe de mágica, cada ponto passa de imaterial, adimensional, para um ponto “material” (na verdade espacial), mensurável, com volume, por mais infinitesimal que ele possa ser.Assim, além do atributo de localização esse novo conceito de ponto, definido conceitualmente como a menor porção espacial (quantum espacial) passa a imediatamente existir, a ser real, a ter vida própria, a ter mensuração possível, a ter volume e a poder assim, em algum momento do futuro, com tecnologia futura ser visualizado, ou percebido.
Esta simples mudança, do ponto adimensional, “imensurável”, para um ponto material mensurável, faz este ponto passar a ter existência própria, latente, e a ter vida física.
Desta forma, agora, por escalada na hierarquia da geometria, seja esta plana ou não euclidiana, conseguimos dar propriedades físicas e materiais aos demais conceitos básicos da geometria, a linha, o plano e o espaço.
Agora, sem praticamente nenhuma alteração nos demais conceitos, fica fácil demonstrar que sendo a linha uma coleção ou o movimento de ponto(s), pontos estes que agora reais e verdadeiros, ela também passa a ser real e verdadeira, podendo agora ser completamente mensurável.
O Plano sendo agora uma coleção de linhas reais, passa também a ser real, e finalmente, sendo não menos importante, o espaço, sendo uma coleção de planos reais também ganha sua personificação clara e verdadeira.
A simples alteração no paradigma do espaço contínuo, para um espaço quantizado, atribui “vida real” ao ponto, deixando nossa realidade de ser paradoxal e irreal, assumindo assim características totalmente naturais, de que precisava, alias, para sair do mundo filosófico, metafísico ou místico. Agora estes conceitos de ponto, linha, plano e espaço passam a estar conceitualmente imersos em um mundo físico, espacialmente falando, natural e positivo.
Pode parecer estranho imaginar o espaço como não sendo contínuo, mas a física do muito pequeno, a Quântica, tem nos mostrado que a intuição é uma ferramenta totalmente equivocada neste mundo.
O espaço pode ser descontínuo, e nossa percepção dele ser de continuidade, aliás isso é o que acontece com a matéria, que mesmo parecendo continua, é totalmente descontínua, e por mais absurdo que seja é composta por imensos vazios.
Sim, o espaço pode ser descontínuo, e nossa percepção da realidade ser verdadeira, permitindo que nossa percepção seja de total e tranqüila continuidade.
Esta descontinuidade do espaço, pode inclusive ser uma comprovação de que outras dimensões existam, mesmo que não as percebamos.
Na teoria das cordas, nosso mundo teria 11 dimensões, 4 delas nós a conhecemos bem (ou quase bem, pois que se não, não estaríamos discorrendo sobre o espaço), três dimensões são puramente espaciais e uma é temporal.
E onde estariam as outras 7 dimensões?
De quebra, se quantizarmos o espaço, cada grão, cada quantum de espaço, cada micro bolha espacial poderia esconder estas demais 7 dimensões. Cada ponto poderia ser envolto em dimensões extras tão “enroladas”, “amassadas”, tão pequenas que as não veríamos, mas elas poderiam estar lá.
A teoria das cordas aponta para que toda matéria decorra não de pontuais partículas subatômicas, mas sim de minúsculas, absurdamente minúsculas, cordas vibrantes (algumas abertas, outras fechadas), e que dependendo da energia de vibração criariam assim as nossas conhecidas partículas atômicas.
A teoria das cordas quase que implora pela quantização do espaço, para possibilitar que em torno destes quanta, possamos colocar as dimensões extras necessárias para esta teoria.
Eu pessoalmente aposto alto nesta teoria, se não como um modelo físico da realidade, aposto nele como um modelo matemático que nos permitirá modelar nossa aparente absurda realidade.
Ainda em relação à possibilidade de o espaço ser de uma composição plástica de quantas espaciais, isto por si só geraria, também, algo incrível no tocante ao eletromagnetismo. Sendo o espaço, quantizado e aliado a isto a existência do vazio quântico, teríamos aí um substrato onde as ondas eletromagnéticas poderiam gerar um distúrbio e assim transportar energia e momento através do espaço sideral, sem a necessidade de incluirmos nada etéreo para este fim.
Caso o espaço seja realmente quantizado, teríamos ai também a possibilidade de confirmarmos a parte da teoria da relatividade que propõe que a gravidade distorce o tecido do espaço.Os quanta espaciais seriam também o meio físico que seria distorcido, contraído, quando da ação da gravidade, o que talvez dispensasse a existência física dos grávitons.
Encerrando este ensaio, mesmo não sendo a favor de induções, uma vez que estas induções podem ser tão erradas quanto o azar nos permita, mas isto seria assunto para outro ensaio, poderia inferir mentalmente que o próprio tempo também seja quantizado. Aliado a isto, decorre o conceito relativista de espaço-tempo, que os une em um único corpo, em um único espírito de verdade.
Ainda não me dispus a fazer a mesma jornada para o tempo, mas de repente o tempo também é quantizado. Quem sabe no futuro faça outro ensaio, desta vez discorrendo sobre o tempo, sua estabilidade e sua magnificência, e quem sabe sua dinâmica quântica.
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Rio 18/06/2009
Arlindo Alberto Pereira Tavares