O SACRIFÍCIO DE JEFTÉ
Quem costuma ler o Velho Testamento conhece a história de Jefté. Ela está no Livro dos Juízes.
Aconteceu no tempo em que Israel ainda não era uma nação organizada, não tinha um exército nem um governo centralizado que pudesse tomar decisões de estado. As tribos israelitas haviam chegado recentemente de seu cativeiro no Egito e estavam ocupando, gradativamente, as terras palestinas. Mas os povos que já habitavam aquelas terras, naturalmente, viviam em guerra contra os israelitas. Lá viviam cananeus, jebuseus, amonitas, amorreus, moabitas,amalecitas dezenas de outras tribos.
Assim, os conflitos eram freqüentes. Os israelitas para se defender sempre escolhiam, entre os ho-mens mais valentes das doze tribos que compunham o seu povo, um líder. Esse líder era chamado de Juiz. Era juiz porque em tempos de paz ele julgava as querelas que surgiam entre os israelitas, e nos tempos de guerra ele chefiava as forças da nação contra os inimigos.
Jefté era um sujeito valente que pertencia á tribo de Galaad, uma das doze tribos de Israel. Seu pai era o patriarca da tribo e sua mãe era uma prostituta. Jefté foi criado com seus irmãos, filhos da esposa legítima de Galaad, mas quando o velho patriarca morreu, seus irmãos o expulsaram de casa pelo fato de ele não ser filho da legítima esposa do patriarca. Literalmente, ele era um “filho de puta”, que não merecia ser herdeiro do patriarca.
Jefté deixou a casa de seus irmãos e se juntou aos bandoleiros que habitavam na montanha de Tob. Esses eram bandidos que viviam de assaltar caravanas e fazendas, coisa muito comum na Israel daqueles dias.
Próximo das terras onde habitava o povo de Galaad habitava uma tribo não israelita, muito belicosa, chamada povo de Amon. Eles resolveram expulsar a tribo de Gallaad daquelas terras e começaram uma guerra contra eles.
O povo de Galaad se defendeu bravamente, mas sem uma liderança competente, logo viu que ia ser derrotado. Depois de várias derrotas eles se sentiram muito ameaçados e foram buscar Jefté para liderá-los na guerra contra os amonitas.
Jefté concordou, mas exigiu ser o chefe supremo da tribo, assim que ele derrotasse os inimigos. O povo concordou e ele montou uma força militar capaz de enfrentar os amonitas. Em princípio, ven-do que seu exército era mais fraco do que o de Amon, Jefté tentou negociar com o rei daquele país uma paz aceitável para os dois povos, mas não teve sucesso. Então ele resolveu ir para a guerra total contra o inimigo.
Todavia, os amonitas eram muito fortes e Jefté não tinha certeza se podia derrotá-los. Então fez uma promessa á Jeová: “Se tu entregares em minhas mãos os filhos de Amon, a primeira pessoa, seja ela quem for, que sair das portas da minha casa, quando eu voltar vitorioso desta guerra, eu oferecei ao Senhor em holocausto.”
Naquele tempo era uma prática comum o sacrifício humano entre as tribos que habitavam a Pales-tina. Mesmo entre os israelitas esse bárbaro costume era aceito, pois o próprio Abraão, primeiro patriarca desse povo, não teve dúvidas em oferecer seu único filho Isaac em holocausto á Jeová, quando Ele o pediu. Na última hora, porém, Jeová desistiu da vida do menino e contentou-se com um carneiro. Na verdade, Ele só queria saber se Abraão era mesmo fiel... Assim, Jefté não viu ne-nhum mal em prometer um sacrifício humano à Jeová, pois se Ele o atendesse e lhe concedesse a vitória, era sinal que Ele o havia aceitado.
Dessa forma, Jefté prometeu que sacrificaria alguém de sua casa (parente ou escravo), se Jeová lhe concedesse a vitória contra os inimigos. E assim aconteceu. Jefté venceu e arrasou os amonitas de tal forma que eles nunca mais perturbaram os israelitas.
Só que Jefté pagou um preço bem alto por isso. Pois a primeira pessoa que saiu da sua casa para saudá-lo quando ele voltou foi a sua única filha, uma bela menina, ainda virgem. Jefté ficou deses-perado, mas promessa é promessa. Jefté teve que sacrificá-la. Antes, porém, da degola ou da fo-gueira (a Biblia não diz como a menina foi sacrificada), ele contou para a menina o voto insensato que havia feito. E a garota, (que outra coisa não podia mesmo fazer), concordou em ser sacrificada, mas como era virgem, pediu ao pai que a deixasse chorar por dois meses a sua virgindade. E durante dois meses ela perambulou pelos montes, acompanhada de outras meninas da mesma idade, cho-rando o fato de ter que morrer virgem.
Daí em diante, tornou-se tradição em Israel que a mocinhas ainda virgens, passassem dois meses nos campos chorando pela filha de Jefté.
Depois disso Jefté tornou-se líder oficial dos israelitas e conduziu-os a muitas outras vitórias. Julgou o povo de Israel durante seis anos e teve que lutar contra os próprios conterrâneos da tribo de Efrain, os quais expulsaram de suas terras. Segundo a Bíblia ele mandou degolar quarenta e dois mil efrainitas que não conseguiam pronunciar a palavra de passe que ele havia criado como senha para diferenciar entre os homens de Galaad e e Efrain.
Estranha história essa que a Bíblia nos conta. Se fôssemos interpretá-la literalmente diríamos que esse Jefté foi um “filho de puta” que além de sacrificar a própria filha para conseguir um bom re-sultado para si próprio, também devia ser maçom. Pois foi ele que inventou a palavra de passe Schibbolet (espiga), que os maçons usam como senha em dos seus graus. Essa era a senha que os efrainitas não conseguiam pronunciar, por isso tiveram suas gargantas cortadas. Realmente uma história bem a gosto dos Irmãos Três Pontos.
Mas não julguemos as coisas assim tão precipitadamente. As histórias da Bíblia nunca devem ser interpretadas literalmente. Por trás delas tem muita coisa para ser contada. Aguardem.
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Bíblia Sagrada-Velho Testamento- Livro dos Juízes, 11:12, Edição Organizada pelo P. Matos Soares.
Quem costuma ler o Velho Testamento conhece a história de Jefté. Ela está no Livro dos Juízes.
Aconteceu no tempo em que Israel ainda não era uma nação organizada, não tinha um exército nem um governo centralizado que pudesse tomar decisões de estado. As tribos israelitas haviam chegado recentemente de seu cativeiro no Egito e estavam ocupando, gradativamente, as terras palestinas. Mas os povos que já habitavam aquelas terras, naturalmente, viviam em guerra contra os israelitas. Lá viviam cananeus, jebuseus, amonitas, amorreus, moabitas,amalecitas dezenas de outras tribos.
Assim, os conflitos eram freqüentes. Os israelitas para se defender sempre escolhiam, entre os ho-mens mais valentes das doze tribos que compunham o seu povo, um líder. Esse líder era chamado de Juiz. Era juiz porque em tempos de paz ele julgava as querelas que surgiam entre os israelitas, e nos tempos de guerra ele chefiava as forças da nação contra os inimigos.
Jefté era um sujeito valente que pertencia á tribo de Galaad, uma das doze tribos de Israel. Seu pai era o patriarca da tribo e sua mãe era uma prostituta. Jefté foi criado com seus irmãos, filhos da esposa legítima de Galaad, mas quando o velho patriarca morreu, seus irmãos o expulsaram de casa pelo fato de ele não ser filho da legítima esposa do patriarca. Literalmente, ele era um “filho de puta”, que não merecia ser herdeiro do patriarca.
Jefté deixou a casa de seus irmãos e se juntou aos bandoleiros que habitavam na montanha de Tob. Esses eram bandidos que viviam de assaltar caravanas e fazendas, coisa muito comum na Israel daqueles dias.
Próximo das terras onde habitava o povo de Galaad habitava uma tribo não israelita, muito belicosa, chamada povo de Amon. Eles resolveram expulsar a tribo de Gallaad daquelas terras e começaram uma guerra contra eles.
O povo de Galaad se defendeu bravamente, mas sem uma liderança competente, logo viu que ia ser derrotado. Depois de várias derrotas eles se sentiram muito ameaçados e foram buscar Jefté para liderá-los na guerra contra os amonitas.
Jefté concordou, mas exigiu ser o chefe supremo da tribo, assim que ele derrotasse os inimigos. O povo concordou e ele montou uma força militar capaz de enfrentar os amonitas. Em princípio, ven-do que seu exército era mais fraco do que o de Amon, Jefté tentou negociar com o rei daquele país uma paz aceitável para os dois povos, mas não teve sucesso. Então ele resolveu ir para a guerra total contra o inimigo.
Todavia, os amonitas eram muito fortes e Jefté não tinha certeza se podia derrotá-los. Então fez uma promessa á Jeová: “Se tu entregares em minhas mãos os filhos de Amon, a primeira pessoa, seja ela quem for, que sair das portas da minha casa, quando eu voltar vitorioso desta guerra, eu oferecei ao Senhor em holocausto.”
Naquele tempo era uma prática comum o sacrifício humano entre as tribos que habitavam a Pales-tina. Mesmo entre os israelitas esse bárbaro costume era aceito, pois o próprio Abraão, primeiro patriarca desse povo, não teve dúvidas em oferecer seu único filho Isaac em holocausto á Jeová, quando Ele o pediu. Na última hora, porém, Jeová desistiu da vida do menino e contentou-se com um carneiro. Na verdade, Ele só queria saber se Abraão era mesmo fiel... Assim, Jefté não viu ne-nhum mal em prometer um sacrifício humano à Jeová, pois se Ele o atendesse e lhe concedesse a vitória, era sinal que Ele o havia aceitado.
Dessa forma, Jefté prometeu que sacrificaria alguém de sua casa (parente ou escravo), se Jeová lhe concedesse a vitória contra os inimigos. E assim aconteceu. Jefté venceu e arrasou os amonitas de tal forma que eles nunca mais perturbaram os israelitas.
Só que Jefté pagou um preço bem alto por isso. Pois a primeira pessoa que saiu da sua casa para saudá-lo quando ele voltou foi a sua única filha, uma bela menina, ainda virgem. Jefté ficou deses-perado, mas promessa é promessa. Jefté teve que sacrificá-la. Antes, porém, da degola ou da fo-gueira (a Biblia não diz como a menina foi sacrificada), ele contou para a menina o voto insensato que havia feito. E a garota, (que outra coisa não podia mesmo fazer), concordou em ser sacrificada, mas como era virgem, pediu ao pai que a deixasse chorar por dois meses a sua virgindade. E durante dois meses ela perambulou pelos montes, acompanhada de outras meninas da mesma idade, cho-rando o fato de ter que morrer virgem.
Daí em diante, tornou-se tradição em Israel que a mocinhas ainda virgens, passassem dois meses nos campos chorando pela filha de Jefté.
Depois disso Jefté tornou-se líder oficial dos israelitas e conduziu-os a muitas outras vitórias. Julgou o povo de Israel durante seis anos e teve que lutar contra os próprios conterrâneos da tribo de Efrain, os quais expulsaram de suas terras. Segundo a Bíblia ele mandou degolar quarenta e dois mil efrainitas que não conseguiam pronunciar a palavra de passe que ele havia criado como senha para diferenciar entre os homens de Galaad e e Efrain.
Estranha história essa que a Bíblia nos conta. Se fôssemos interpretá-la literalmente diríamos que esse Jefté foi um “filho de puta” que além de sacrificar a própria filha para conseguir um bom re-sultado para si próprio, também devia ser maçom. Pois foi ele que inventou a palavra de passe Schibbolet (espiga), que os maçons usam como senha em dos seus graus. Essa era a senha que os efrainitas não conseguiam pronunciar, por isso tiveram suas gargantas cortadas. Realmente uma história bem a gosto dos Irmãos Três Pontos.
Mas não julguemos as coisas assim tão precipitadamente. As histórias da Bíblia nunca devem ser interpretadas literalmente. Por trás delas tem muita coisa para ser contada. Aguardem.
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Bíblia Sagrada-Velho Testamento- Livro dos Juízes, 11:12, Edição Organizada pelo P. Matos Soares.