A atitude do Homem e a posição de Deus
O homem, com toda sua sabedoria e conhecimento alcança hoje a sua plenitude no saber. Dominamos os elementos e as ciências; somos senhores absolutos sobre os seres. No entanto, esse homem se vê impassível e impaciente quanto às decisões e resoluções de Deus. Constantemente O tentamos, cobramos dEle atitudes diretas e objetivas, como que fossemos nós o senhor, e não Ele. Uma mudança esperada que não vem, uma ação direta e objetiva sobre determinado mal que nos assola e que nós, por imprudência e impaciência sempre nos colocamos “contra Deus”. Colocamo-nos contra Deus a cada momento difícil, quando nossas orações de agradecimentos são substituídas por lamentos e reclamações; quando nossos olhos se elevam ao alto não mais para agradecer o ensinamento que nos é dado e sim o mal que nos sobrevêm.
Tolos, nos esquecemos que o Pai que ensina, o faz por seus próprios meios e métodos, esquecemos que Ele nos dá a vida para que vivamos, e aprendamos, algumas vezes no sofrimento, a infinita bondade com que os mantêm. O salmista Davi nos aponta um caminho seguro, uma pista quando nos diz: “Elevo os olhos para o monte: de onde virá o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”. E essa mesma certeza hoje nos falta, essa mesma fé hoje abala e dizima grande maioria de igrejas. Deus deixou de ser o centro de nossa adoração para assumir o papel de réu, culpado por todos nossos erros e nossas falhas.E ao invés de rendermos-lhe glórias, transferimos para Ele as responsabilidades de nossos atos irresponsáveis. Sem o sabermos merecedores de sua infinita proteção e imenso amor, nos colocamos adiante dEle, tentando antecipar suas atitudes, redimensionando sua obra e sua infinita misericórdia. Constantemente nos colocamos contra ele, (e nem nos damos conta da injustiça que fazemos) quando nossos pedidos não são atendidos de imediato, quando nossas súplicas ‘demoram’ a serem ouvidas.Invertemos hoje os papeis e, de criaturas tentamos nos fazer criadores. No seio de nossas igrejas hoje reina um mal muito maior que o que tentou o Mestre no deserto, pois ‘aquele’ pelo menos se mostrou face -a - face com o Senhor, enquanto nós nos colocamos às ocultas, negando – o em nossas orações (hoje limitadas ao culto), negando -o em boas obras (sempre colocamos empecilhos quanto a quem se faz merecedor).
Vivemos hoje em um mundo atribulado e confuso, quando seitas e falsas religiões se fazem presentes em nosso dia -a - dia, falsos mestres tem se colocados à frente de nossas igrejas e nos ensinando estranhos conceitos; e o pior disso tudo é que não os vemos assim, acatamos suas decisões e partilhamos de suas atitudes. Muitas vezes deixamos de congregar em pequenas e humildes igrejas, pois elas não têm estacionamento, por que os bancos são desconfortáveis ou ainda por que os irmãos são estranhos.
Estranho foi ao primeiro homem contemplar a maravilha da criação; os lugares em que o Mestre ensinava eram, muitas vezes rudes aos olhos e dolorosos ao corpo; o sacrifício de Seu corpo foi muito maior que os bancos de nossas congregações. Difícil é vermos um numero cada vez maior de jovens se entregando às drogas, difícil é vermos um numero assustador de lares serem desfeitos. A seara é grande e os ceifeiros poucos, isso nós bem sabemos, mas a boa obra tem que continuar. Não nos importa se seremos ou não ‘ bem vistos em nosso meio’ por fazermos a obra do Senhor, não importa; importa sim que façamos, que o brilho de nossos olhos se resplandeçam quando falarmos do Senhor, que nossos corações se alegrem quando entrarmos na casa do Senhor.
“Alegrei – me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” deixou de ser uma certeza para se tornar uma obrigação. Nos vemos obrigados a irmos à casa de Deus por imposições sociais e não mais por prazer; ‘toleramos’ os pregadores, cantores e ministros do Senhor muito menos do que toleramos o “chefe’ intransigente, o patrão insuportável. Admitimos muitos erros e falhas dos outros, e não damos mais espaço para Deus agir. Nossos ouvidos se fazem abertos para as coisas do mundo e arredios para as palavras do Senhor”. Queremos sim, as bênçãos, as obras boas em nossas vidas, mas não mais nos colocamos na ‘ brecha, na posição ‘ de Deus. Clamamos pelas intervenções do Altíssimo e nos esquecemos de atendê-lo em seus mais singelos pedidos. Estamos sempre a disposição para fazermos algo que desagradável á Deus, mas agradável aos homens e a nós mesmos. E Ele nos pede tão pouco, nos recompensa tanto. Que apenas amemos uns aos outros, que nos entreguemos um pouco mais, que a obra do Senhor seja continuada, com a mesma humildade e resignação com que Ele nos ensinou. O advento da Internet trouxe-nos à luz do conhecimento e da velocidade meteórica da troca de informações. Estamos ao mesmo tempo em muitos lugares e aprendemos milhares de coisas num simples “clicar”. Temos, a nosso total controle, formas e expressões, sabedorias e conhecimento nos são apresentados em fração de segundos. Desmembramos átomos e descobrimos fórmulas, curas para tantas e tantas doenças que por séculos assolaram a humanidade. Todo esse conhecimento sería realmente útil, se nos colocássemos na mais sóbria e lógica posição, que é a de criaturas,feitas e formadas para adoração. Adoramos hoje sim, e de maneira lacônica ídolos da televisão, jogadores de futebol, gente bonita e famosa que a mídia nos oferece, em invasões domésticas,virtuais e reais. Aproximamo-nos rapidamente do conhecimento (antes limitado a poucos ) e nos afastamos,dia-após-dia do Criador e Mantenedor desse conhecimento. Afastamo-nos gradativamente de Deus. E esse trágico afastamento se dá de maneira sutil, sem que realmente o percebamos. Afastamos nossos pensamentos e nossas atitudes de Deus nas pequenas coisas, nos pequenos atos; em nosso trabalho,em nossa família e mesmo em nossa igreja. Discordamos de Doutrinas eclesiásticas que antes nos eram absolutas, discorremos sobre decisões tomadas por nossos líderes espirituais,quando esses imbuídos de poder e graças dada por Deus repreendenos( se esquecendo que o Pai apenas corrige aqueles que Ama ). Aproximamo-nos rapidamente do fim, e nem nos damos conta disso.Vivendo em um mundo cada vez mais dinâmico,onde decisões para serem eficazes devem ser tomadas de maneira rápida,nos afastamos do principal conceito cristão, nos distanciamos do amor verdadeiro,do amor sem medidas e absoluto.O amor de Cristo tem sido, lenta e gradativamente esvaziado, substituído por formas e conceitos cada vez mais abstratos, numa clara manifestação do homem em entender e compreender as coisas de Deus,sem importar-se se com isso fere ou não estatutos preestabelecidos. Assim, o que deveria ser um culto de adoração, onde irmãos se reúnem para adorar ao Pai, pura e simplesmente, tem se transformado em Shows pessoais,com homens procurando apenas e tão somente suas próprias realizações pessoais, sem importarem-se com as almas aflitas que deveriam e precisavam ser salvas. Esqueceu-se da Luz do mundo, substituiu-se por holofotes direcionados sobre suas próprias cabeças. E a própria Igreja de Cristo toma parte de toda essa movimentação, esquecendo-se da doutrina original, do amor verdadeiro e puro, deixando de lado toda a sabedoria dos profetas de Deus e dando lugar apenas à suas próprias palavras e vãs filosofias. É necessário e urgente que o homem se volte para dentro de si mesmo, se examine. È urgente ao homem o retorno ao amor Ágape, puro , simples e verdadeiro. É urgente ao homem a busca verdadeira e total à Deus , desfazendo-se de falsos e vãos conceitos, dando-se por inteiro e por completo à obra, entregando-se verdadeiramente à Deus, que tanto nos oferece e oferta e tão pouco nos pede. É urgente aos líderes o retorno á terra prometida; aos obreiros a volta aos levitas e aos cristãos ao Éden, onde tudo começou. Verdadeiros adoradores precisam ser resgatados desse lodaçal que cobre a casta humana sem que nos demos conta da podridão e devassidão que avassala nosso dia-a-dia. É urgente que homens e mulheres se coloquem ao pó , com espírito de servidão e não apenas com a imagem se serem servidos.Só assim restará ao homem algum sonho, e a promessa se cumprirá na íntegra, e como filhos de Deus receberemos nosso galardão.