A importância do papel social do produtor de Comercial de Televisão
Paulo Coluti
Glauber Laender
Eduardo Menezes
“Os comerciais de televisão são um fenômeno sociocultural. Quer seu impacto sobre a sociedade seja positivo ou negativo, de grandes proporções ou insignificantes, não deixa de ser parte de um debate continuo”. Elin e Lapides (2006)
Larry Elin e Alan Lapides, em “O Comercial de Televisão Planejamento e Produção”, assim ressaltam a importância da publicidade feita para TV, mas do que isso, eles expõem de maneira clara, que uma campanha pode afetar o comportamento social, e povoa de forma contínua a mente das pessoas.
O produtor, convicto de sua responsabilidade social, se preocupa desde a concepção até a finalização de um comercial, pois todas as etapas de sua elaboração exigem esse pensamento. A escolha do público-alvo, o target, é tão importante quanto à escolha da mídia, pois trás consigo uma mensagem adequada a um conceito que deve ser inovador, através de um tema que atinja esse público e que esteja entrelaçada com uma linguagem visual agradável e sedutora. Portanto, num comercial de televisão, elementos do audiovisual sem muitos significados são combinados para compor uma mensagem persuasiva.
Roberto Barreto em seu livro “Criatividade em Propaganda” cita uma frase de Ernest Dichter que diz: “A verdadeira criatividade é criar a resposta em alguém”, expondo assim que para alcançar o único objetivo da publicidade, que é vender, se faz necessária a criatividade no Marketing, isto é, precisa-se anexar a arte da venda na produção de uma campanha e ambos, necessariamente, precisam ser criativos.
Por dispor de mais recursos e chances, o produtor atual se difere dos de antigamente. No passado era muito complicado produzir, apesar de mais barato, devido a várias barreiras como, por exemplo, o regime militar e a política. Hoje a parafernália tecnológica é bastante ampla e sofisticada, o que vem encarecendo as produções. Esse encarecimento exige uma aptidão a mais a este profissional. Ele precisar ser um bom administrador de tempo, pois como diz a máxima “Tempo é dinheiro”. A “administração temporal” tem uma importância muito grande, pois cada fase de elaboração de um comercial requer agilidade, independente da sua finalidade.
A pré-produção, tem que ser cautelosa, elaborando pesquisas em todos os sentidos, sociais, físicos, econômicos, psicológicos, tecnológicos, enfim tudo o que se refere ao target, pois é base da campanha.
A produção, em si, deve ser ágil, porém é a fase onde é necessária mais atenção e responsabilidade com o cliente, no caso a empresa contratante, pois uma gravação mal feita, um cenário ou locação inadequada, atores e equipe inexperiente, não poderão ser corrigidos na finalização, devendo refazer novamente; sendo preciso mais verba; “mexendo no bolso de quem já desembolsou”, o que é completamente desagradável. O grande obstáculo a ser vencido pelo produtor é ter que ser ágil e ao mesmo tempo eficiente e criativo e ainda possuir um altíssimo bom gosto.
A etapa final da criação, fica a cargo da pós-produção, que deve interpretar a pré-produção, fazendo com que a produção, seja melhorada e montada de forma o mais persuasiva possível, dispondo e usando de todos os recursos possíveis.
Se fizéssemos uma análise ainda mais detalhada, de como é e como deve ser a profissão de produtor audiovisual, observaríamos o quanto de responsabilidade ele carrega. Primeiro, com ele mesmo, pois possui seus próprios valores, depois com quem o paga, pois expõe o nome da empresa ou cliente, podendo ergue-lo ou não, e por último com a sociedade, consumidora em massa do seu produto, que como afirmado no início, dita regras e valores, e tanto pode afeta-la como ajuda-la.
Portanto, produzir não é somente ter uma idéia criativa para um cliente, gravar, editar e veicular na televisão, mas também enxergar antes de todos, o que de bom essa produção vai trazer ao cliente, e o mais importante, o que ela vai acrescentar a sociedade como um todo.
Bibliografia Consultada
O Comercial de televisão: planejamento e produção / Larry Elin, Alan Lapides; tradução Marisa K. A. de Siqueira Lopes. – São Paulo: Bossa Nova, 2006.