Agronegócio: vilão ou mocinho ???

Desde o início do movimento ambientalista no Brasil surgiu um forte ativismo em torno da proteção da Floresta Amazônica.

Então, a preservação da Amazônia tornou-se bandeira de várias ONG’s Ecológicas e entrou no discurso político de vários partidos. Assim, a salvar a Amazônia adquiriu um caráter romântico, sonhador, quase utópico.

Volta e meia, são realizados shows e eventos envolvendo artistas com a finalidade de arrecadar verba para proteger indígenas ou seringueiros da Amazônia, como por exemplo, os debates promovidos pelo Cantor Sting, nos anos 80, e pelo Diretor e Cineastra James Cameron, em 2010.

Não há dúvida que a preocupação com a conservação da Amazônia é algo que precisa ser valorizado, mas por outro lado isso fez surgir a idéia de que os produtores rurais são os responsáveis pela destruição desse importante bioma, por meio do desmatamento e das queimadas ilegais.

Isso reforça no senso comum a necessidade de leis ambientais mais rígidas para impedir a suposta ocupação irresponsável da região Norte do país. E, recentemente, essa questão tem estado em alta com a discussão entorno da revisão do Código Florestal brasileiro (Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965).

Assim, é possível ver um consenso da população urbana do Sul e Sudeste com essas questões que envolvem a preocupação com a maior floresta tropical do planeta. Em tudo isso há um lado bom, mas é preciso olhar além, pois por trás dessa aparente generosidade e disposição para ajudar o meio ambiente é possível ver também que há uma visão equivocada acerca do importante papel que os produtores rurais desempenham, especialmente daqueles que vivem no Norte do país.

Em alguns casos é possível ver a questão ambiental tem um caráter fanático, até mesmo irracional por algumas pessoas que se dizem defensores da natureza. Mas, pelo que tenho visto a maioria das pessoas não sabe dizer exatamente como se deu a construção dessa imagem negativa acerca dos agropecuaristas.

Não podemos ter uma visão equivocada sobre os agropecuaristas. Não podemos taxar o homem do campo de inimigo da natureza, pois os agricultores e pecuaristas, nem nenhum outro segmento pode sofrer preconceituosamente pelos problemas ambientais de nosso país.

Hoje, é possível ver que na maioria das propriedades rurais há uma preocupação com a produção sustentável. Atualmente os produtores sabem que não há produção sem água ou em solos degradados. Eles sabem que nada cresce sem o equilíbrio da biodiversidade, tão importante para o controle de pragas e doenças.

É certo que temos muitas questões que precisam ser melhoradas no campo e, também, nas cidades, e certamente que não conseguiremos resolver tais problemas com dissensões e desunião.

Não é possível pensar na construção de um país melhor sem que a união esteja presente no nosso dia-a-dia. Verdadeiramente não conseguiremos alcançar esse objetivo se ficarmos buscando culpados ou fazendo alguém de bode expiatório. Para construirmos um mundo mais justo e ecologicamente equilibrado é preciso que todos, sem nenhuma exceção, estejam imbuídos nessa meta.

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Publicado no Jornal O Girassol, edição n. 296, p. 07, de 16/06/2010. Palmas – Estado do Tocantins. Disponível em: http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=Opiniao&idnoticia=16330

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 378, p. 15, de 03/09/2010. Gurupi - Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 30/05/2010
Reeditado em 01/12/2011
Código do texto: T2288824
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