A morte da mariposa.
A mariposa rodopia ao redor da luz, num vai e vem frenético, é como se estivesse hipnotizada por ela. Parece haver uma atração maior que o perigo iminente da morte, porque ao chocar-se contra a luz com certeza será queimada.
Mesmo assim ela fica fascinada dando voltas incessantes. Dá voos rasantes, mais ousados, como a desafiar a própria sorte.
Entre um voo e outro, queima as pontas de suas asas. O fascínio pela luz cega-a como uma paixão, atraindo-a para o inevítavel: sua destruição.
Antes de atirar-se totalmente, ela faz uma última dança macabra, não resistindo mais, num impulso ,atira-se para o fim.
Quantas vezes nos igualamos as mariposas, rodopiando em torno de uma luz que nos estonteia, entorpece. Mesmo sabendo que isso será o nosso fim.
Rodamos como loucos, fazendo uma dança macabra em torno daquilo que nos destruirá, atiramo-nos como as mariposas.