Sobre números
Sabe-se que os algarismos ditos “arábicos” surgiram na Índia, chegando à Europa por intermédio dos Árabes durante a idade média. Os romanos usavam um incômodo sistema de numeração ( I, II,III,IV... etc., lembram?) que não facilitava em nada as operações matemáticas, imagine por exemplo dois sócios que tivessem que dividir XVIII ovelhas equitativamente, com quantas ficaria cada um? Creio que o problema era dificílimo para qualquer romano, mesmo para os sábios entre eles. Penso que só conseguiam solucioná-lo na presença das 18 ovelhas, separando-as uma a uma para um lado e outro (bem, alguns deviam usar pedrinhas para isso).
O conhecimento dos algarismos arábicos facilitou tremendamente a execução de todas as operações algébricas, das mesmas maneiras que ainda hoje nos são ensinadas nos primeiros anos de escola (embora sem calculadora).
Um atavismo, no entanto, permanece até hoje imiscuído nesse conhecimento. Ao contrário dos europeus, os árabes escrevem da direita para a esquerda, de modo que, naturalmente, grafam seus números do mesmo modo, por esta razão, obviamente, fazem suas contas da direita para a esquerda, como tudo o mais.
Os ocidentais, ao contrário, escrevemos da esquerda para a direita, mas grafamos nossos números e fazemos nossas contas “pelo lado errado”, da direita para a esquerda, por termos herdado esse conhecimento dos árabes.
Caso os primeiros europeus tivessem adequado o sistema numérico ao sentido de sua grafia (da esquerda para a direita), grafaríamos todos os números ao contrário do que fazemos hoje, resultando numa simplificação enorme nos procedimentos das quatro operações básicas, como mostrarei.
Nesse caso, o número 68 (sessenta e oito), seria grafado ao contrário: ‘86’ (oito e sessenta).Veja como ficaria a operação da soma (sessenta e oito mais sessenta e oito):
86 (oito e sessenta)
+86 (mais oito e sessenta)
61 (oito mais oito, seis e dez, vão dez)
631 (sessenta mais sessenta, vinte e cem, mais dez, trinta e cem)
De modo que o resultado da soma: (oito e sessenta) + (oito e sessenta) é (seis e trinta e cem).
A colocação acima parece confusa porque estou invertendo os números, e apresentando-os de uma maneira inusitada, embora muito mais natural que a usual.
O mesmo vale para as quatro operações básicas: adição, subtração, multiplicação e divisão.
Conforme visto acima os números deveriam ser lidos de outra maneira, assim:
(10) Dez, (11) um e dez, (12) dois e dez, (13) três e dez, (14) quatrose (omitindo o dez), (15) cincose, (16) seis e dez, (17) sete e dez, (18) oito e dez, (19) nove e dez,
(20) vinte (binte), (21) um e vinte, (22) dois e vinte, (23) três e e vinte...
trinta, um e trinta, dois e trinta...
cem, um e cem, dois e cem...
dez e cem, um e dez e cem...
dois centos, um e dois centos...
três centos, um e três centos..
quatro centos...