O ABSURDO

O absurdo que nos absorve

O ininteligível que nos comove

A face humana denegrida

destroçada

e fragmentada

O ser que dilacera outro ser

por ele próprio não ser

nem se identificar como um ser

O lobo do lobo

que não é lobo

Que se diz humano

Mas não tem face

não tem laços

não estabelece vínculos

Não se vincula

e nem se deixa vincular

não possui víncos

nem afincos

interesses

ou sinuosidades

Não sabe onde vai

por que vai

nem a que veio

Está por não ter como não estar

e nesta ausência de ser

não é

e ainda destrói aqueles que são ou almejam ser

No absurdo de não existir

mas estar

na complexidade de não ser na falta

e ocasionar a falta onde se existia

Tanto absurdo como este ensaio envolto em devaneios e metamorfoses do ser e não ser das nuances humanas.

Juiz de Fora, 16 de Maio, 2010

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 17/05/2010
Reeditado em 17/05/2010
Código do texto: T2261526
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