EU SEI...
06/05/10
23:01
Eu sei... esta talvez será a ultima vez que eu me apresento diante de ti e mesmo assim não ouso falar.
Seus olhos (olhos que sempre me olharam, mas nunca pronunciaram nada) me observam devagar. Pausado. Calados.
Eu sei... tudo será breve e formal. Até fácil eu diria. Frio e vão. Necessário.
Sei também que tudo o que precisava ser dito se calará para sempre e assim mato mais meu amor. Não pense que não matará o seu também longe de mim. Matará a você mesmo, antes de mais alguém...
Eu sei... os dias que sucederam minha partida foram vazios, mas poucos motivos geram grandes escolhas. Bons motivos apenas enganam a si mesmos. Mais ninguém.
Se, respirássemos ainda o mesmo ar, um de nós perderia o chão. E nesse vácuo afastaríamos o pouco que construímos juntos: nossa admiração mútua.*
Antes mesmo de decidir partir eu já ousava te perder. Eu caminhei dia-após-dia para longe de ti. Devagar e silenciosa.
Eu soube me afastar com dignidade e força suficiente para não recair e me arrastar de volta.
Foi uma longa e incansável rotina. Perdi a mim mesma, antes de te perder.
Fiz escolhas estupidas, mas condenadas necessárias. Ou nem fiz.
E eu sei... tudo poderia ser diferente . Até você eu poderia ter...
E depois? O que ousaríamos dividir? O fim?
Que mais podemos ser? Estranhos?
Talvez o que tínhamos era exatamente o que merecíamos. Nada mais.
Quem vai arriscar?
Eu? Não.
Você? Talvez!
Caminho para o primeiro dia da minha vida longe de ti.
Sobreviverei!
Nota da autora: algumas pessoas erram o tempo todo. Essa não sou eu. Na maioria das vezes eu escrevo em primeira pessoa e quase sempre não falo de mim.
Gosto de pensar em histórias e instantes que pessoas comuns vivem e que eu poderia viver.
É bom pensar em não ser feliz sempre. Nem infeliz.
*Nota especial: ele jamais disse que me admirava (e eu a ele), embora sempre soubemos disso.
06/05/10
23:01
Eu sei... esta talvez será a ultima vez que eu me apresento diante de ti e mesmo assim não ouso falar.
Seus olhos (olhos que sempre me olharam, mas nunca pronunciaram nada) me observam devagar. Pausado. Calados.
Eu sei... tudo será breve e formal. Até fácil eu diria. Frio e vão. Necessário.
Sei também que tudo o que precisava ser dito se calará para sempre e assim mato mais meu amor. Não pense que não matará o seu também longe de mim. Matará a você mesmo, antes de mais alguém...
Eu sei... os dias que sucederam minha partida foram vazios, mas poucos motivos geram grandes escolhas. Bons motivos apenas enganam a si mesmos. Mais ninguém.
Se, respirássemos ainda o mesmo ar, um de nós perderia o chão. E nesse vácuo afastaríamos o pouco que construímos juntos: nossa admiração mútua.*
Antes mesmo de decidir partir eu já ousava te perder. Eu caminhei dia-após-dia para longe de ti. Devagar e silenciosa.
Eu soube me afastar com dignidade e força suficiente para não recair e me arrastar de volta.
Foi uma longa e incansável rotina. Perdi a mim mesma, antes de te perder.
Fiz escolhas estupidas, mas condenadas necessárias. Ou nem fiz.
E eu sei... tudo poderia ser diferente . Até você eu poderia ter...
E depois? O que ousaríamos dividir? O fim?
Que mais podemos ser? Estranhos?
Talvez o que tínhamos era exatamente o que merecíamos. Nada mais.
Quem vai arriscar?
Eu? Não.
Você? Talvez!
Caminho para o primeiro dia da minha vida longe de ti.
Sobreviverei!
Nota da autora: algumas pessoas erram o tempo todo. Essa não sou eu. Na maioria das vezes eu escrevo em primeira pessoa e quase sempre não falo de mim.
Gosto de pensar em histórias e instantes que pessoas comuns vivem e que eu poderia viver.
É bom pensar em não ser feliz sempre. Nem infeliz.
*Nota especial: ele jamais disse que me admirava (e eu a ele), embora sempre soubemos disso.