Finitude e contingência do universo

Finitude: vem de finito, do Lat. finitu, adj. e s. m., que tem fim; limite; o que está acabado; terminado; limitado; transitório, contingente; o que tem fim; o que é passageiro, podendo ser totalmente percorrido ou totalmente medido na sua razão de ser.

Contingência: do Lat. contingencia, s. f., qualidade de contingente; é o que existe, podendo não existir; Opõe-se ao necessário, que é de tal modo que não pode ser. Do possível, distingue-se como uma das formas: é o possível existente de modo concreto. Contrapõe-se ao meramente possível e ao existente de modo subsistente. Neste, para os tomistas, há identidade entre essência e esse, por isso é absolutamente necessário, ens a se, ipsum esse subsistens. No ser contigente há uma distinção real, por isso é ens ab alio e a dependência de outro ser ou abaleidade está nele implícita; eventualidade; possibilidade imprevisível; incerteza; o que não é necessário. No campo metafísico, pode definir contingente o ente que não tem o ser pela sua própria essência.

Selvaggi cita: "Perante o espetáculo da imensidade e da beleza do universo, que a ciência engrandece e aprofunda continuamente, quer em direção ao microcosmo das dimensões infinitésimas, quer em direção ao macrocosmo das distâncias cósmicas, devemos concluir a reflexão filosófica sobre o ser do mundo pondo em relevo dois aspectos fundamentais na ordem do ser enquanto tal: a finitude e a contingência do universo."

As discurções sobre a forma e a extensão do universo está longe de acabar, mas as observações, até agora, tanto podem ser interpretadas com o universo finito como infinito. Se for finito, mas muito grande, não daria para se perceber a diferença. A idéia de nosso trabalho é imaginar quais as conseqüências [da finitude] para a observação prática. Na sua breve e fecunda história na Terra, o Homem se caracteriza pelo esforço de compreender o mundo: desde o que lhe é mais próximo até onde a sua imaginação o permite ir. No início desse empreendimento, a compreensão do universo formava um bloco só, não havendo a separação. O que teria provocado essa divisão? Acho que o aumento substancial de saberes, fruto da vocação ontológica do homem, o de conhecer, interpretar o seu ambiente, que tornou necessária, indispensável, até nos dias de hoje. A constituição de grupos menores que congregassem os elementos mais parecidos entre si. Uma das conseqüências oriundas dessa contingência foi a formação de uma série de visões particulares, restritas de saberes. Na busca de ampliar ao máximo cada uma delas, o Homem tem se esquecido de que as diversas áreas não possuem, isoladamente, a capacidade de retorquir às questões e indagações mais profundas elaboradas no seu cotidiano sobre a vida.

Vários cientistas e filósofos afirmaram, ao invés, a infinidade quantitativa do mundo, quanto à extensão e à multidão de entes de que se compõe. Com inúmeras teorias, mas, a partir da teoria da relatividade de Einstein, ocorreu uma revolução na concepção de universo.

- Quanto ao tempo ou duração do universo, os teólogos e filósofos admitem que o mundo não é eterno ou de duração infinita.

- O universo é finito em perfeição, pois a perfeição do universo depende exclusivamente da perfeição dos corpos que o compõem.

- O universo é finito em extensão e em número? Depende, por que as teses defendidas por astrônomos e físicos teóricos podem levar em conta sua finitude ou infinitude.

- O universo é finito na duração temporal? Mesmo após vários experimentos e princípios teóricos, não se tem uma certeza ou pode afirmar nada. A ciência enquanto tal não pode nem demonstra nem excluir um início absoluto do universo.

- O universo é contingente na sua totalidade? Selvaggi menciona que o universo é finito na ordem do ser enquanto tal, porque tudo o que é finito sob qualquer aspecto é finito na ordem do ser enquanto tal. Sendo contingente.

CONCLUSÃO:

Mesmo havendo inúmeras teorias com o intuito de explicar a origem do universo, nenhuma delas pode afirmar com certeza se o universo é finito ou infinito. Trata-se de uma pergunta que a ciência ainda não sabe responder. O enigma da origem do universo implica difíceis considerações de física. Seria possível avaliar o tamanho do universo medindo a distância em que se encontram as galáxias mais distantes, no entanto, medidas como essa requerem o uso dos mais potentes telescópios e ainda assim estão fadadas a uma considerável margem de erro.

Bibliografia:

LOGOS, Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. Editora Verbo. São Paulo, 1989.

SELVAGGI, Filippo. Filosofia do Mundo. Edições Loyola. São Paulo, 1988.