A Eliminação da Metafísica e a Crítica da Ética

Ensaio Filosófico sobre os capítulos: “A Eliminação da Metafísica e a Crítica da Ética”, do livro “Linguagem, Verdade e Lógica”, de AYER, A. J.

Ayer ao iniciar o capítulo A Eliminação da Metafísica, cita que “as disputas tradicionais dos filósofos são, na maioria, tão infundadas como infrutíferas. A via mais segura para lhes pôr termo é estabelecer, para além de qualquer dúvida, qual deverá ser o objetivo e o método de uma análise filosófica.” A partir disso, ele passa a criticar a metafísica e reverenciar a ciência. E nessas críticas afirma algumas formas de como combater os metafísicos quando eles afirmam ter um conhecimento de realidade transcendente ao mundo físico, utilizando-se das premissas que foram deduzidas para formar as preposições, assim os metafísicos cairiam em contradição. Além do fato das diferenças em matéria de lógica e de métodos científicos. Em particular, o princípio da verificabilidade deu origem a numerosas interpretações diferentes. De certa forma, a história do movimento gira em torno da discussão que se desenvolveu sobre questões relativas à condição e ao significado desses princípios. E uma crítica preliminar contra a teoria da verificabilidade do significado é a de que ela sofre de dificuldade. Supondo que encontre algum método para verificar uma proposição e se fizermos uma descrição do procedimento, podemos perguntar, qual seria o significado dessa descrição. Logo, conduziria a inúmeros significados a serem verificados, a menos que num determinado estágio se admita que o significado de uma proposição simplesmente saltasse aos olhos. E caso admitirmos isso, então o princípio original seria destruído, e então poderíamos admitir igualmente que estamos em condições de discernir os significados.

Segundo Ayer nosso conhecimento especulativo é de dois tipos bem distintos, sendo os que se relacionam com questões de ordem empíricas e os relativos às questões de valor. Na quais as preposições de valores seriam sintéticas e genuínas, não podendo ser representadas como hipóteses para prever as nossas sensações. Ele busca demonstrar que os enunciados de valor seriam significativos e em decorrência científicos, caso não sejam, não teriam significado literal, sendo meras expressões de emoção que não seriam falsas nem verdadeiras.

Em sua crítica da ética os filósofos teriam que seguir certas classes, só que dificilmente seguem e com isso não tem uma definição precisa e muito menos uma certeza. Ele afirma que “um tratado estritamente filosófico sobre ética não deveria por isso fazer quaisquer afirmações éticas. Mas deveria, através de uma análise de termos éticos, demonstrar qual é a categoria a que tais afirmações pertencem.”

Portanto, na ética não se pode perguntar se é verdadeiro, falso ou conhecimento único. Podemos sim ter informações derivadas do estudo de nossas próprias experiências morais e estéticas que aumentam o nosso conhecimento.

Contudo, mesmo que Ayer tenha apresentado explicitamente uma ruptura com a maior parte da filosofia tradicional, não deixando de refletir um vasto leque de influências. E em vários aspectos cruciais, ela consistiria no desenvolvimento de teses características do empirismo. Agora, nem todas as teses do empirismo se sobressaem, devido às limitações tecnológicas, caso não possa ser verificada na pratica, ela não deixa de ter significado desde que possa ser verificada em princípio. Com isso, caso se queira afirmar que existem vidas em outros planetas, embora nas circunstâncias atuais não possa ser verificada na prática, exprimiria uma proposição genuína, porque podemos indicar condições empíricas relevantes para determinar seu valor de verdade. O mesmo não acontece na realidade espiritual, pois não teria conseqüências empíricas.

BIBLIOGRAFIA:

AYER, A. J. Capítulos: A Eliminação da Metafísica e Crítica da Ética. In: Linguagem, Verdade e Lógica. Lisboa: Editorial Presença, 1991.