Atroz labirinto aonde me movo com dificuldade

Não posso mover meus passos por esse atroz labirinto... Que se estende por todo um caminho que percorro em circulo, em círculos e por ciclos que se completam a cada solstício. A cada equinócio em que me encontro igual ao inicio. Assim a cada nascer de um novo dia Inicio a semana lembrando daquele mês em que passei um ano, inteiro, caminhando pelo meio da rua, pisando com cuidado em cada paralelepípedo, um de cada vez, pisando paralelo aos pisos que uniam trechos. Fragmentos que sigo juntando. Meus fragmentos que espalhados são transformados e transplantados e transportados de volta, frente a frente com a porta, com a sobra, com a nova bossa transformada em poesia que responde pelo singelo apelido: pente-fino. Que de tão fino esconde a dor, penteia-se com o ardor, maquia-se em louvor, enfrentando assim o bárbaro sensor. Este senhor que torna a busca uma procura sem fim. Sem meio. Semi- inteiro. Por que inteiro foi o percurso percorrido quando o rastro já comprimia a vista. Meus cumprimentos. Anseios. Visão de um ponto. Todos os pontos que aos poucos restabelecem a razão. Aversão. Sedução. Aos poucos os caminhos percorridos nos mostram a direção. Para a direita agora. Aos poucos os passos escolhidos se mostram sensatos. Corretos. Para a esquerda agora. Em frente, siga em frente, mantenha-se sempre à direita, só ultrapasse pela esquerda e tome ciência de que a mente mostra a direção a ser tomada para que a saída seja encontrada. A saída desse atroz labirinto chamado vida.