Panlogismo, Pansexualismo, Panteísmo, Paralogismo, Perspectivismo, Paternalismo, Pelangismo e Pessimismo - Ensaios Filosóficos

PANLOGISMO – do alemão “PANLOGISMUS”.

Corrente filosófica segundo a qual o Real ou a Realidade é totalmente inteligível ou compreensível mediante o uso do Raciocínio Lógico.

Dentre outros, pode-se incluir o Hegelismo* nessa Categoria, pela tese do mesmo que afirma que “tudo que é Racional é Real, tudo que é Real é Racional; ou seja, o raciocínio através do método dialético consegue colocar uma Tese e o seu oposto, a Antítese, sobre determinado fato, objeto ou Ser com o intuito de estudá-lo. Do embate entre a opinião (tese) vs. a contra-opinião (antítese) extrai-se um Conceito (Síntese) sobre o que se estudou.

A realidade ou a veracidade desse Conceito é comprovada, ou não, por ser fruto de um Processo Mental, Lógico e Racional. Por outro lado, qualquer coisa após “passar” pelo teste do exame Racional, integrará o Universo que contém todas as Coisas que podem ser conhecidas pelo Raciocínio.

PANSEXUALISMO – do grego “PAN” = tudo e do Latim “SEXUS” = sexo.

Tese de Freud (Sigmund, 1856/1939, Áustria) segunda a qual toda vida psíquica (intelecto e sentimento) do indivíduo é condicionada, ou formata, ou limitada direta ou indiretamente por suas pulsões (1) sexuais.

Essa é a tese central no Pensamento Freudiano, mas não é consensual e gerou varias opiniões contrarias, dentre as quais a mais celebre foi a de Jung (Carl Gustav – 1875/1961, Quiça) que no lugar do “Motivo Sexo” colocou os “Arquétipos Universais” como elemento que condiciona e formata a vida do indivíduo. Ver Psicologismo e Psiquismo.

1)Pulsões – tendência permanente e em geral inconsciente que dirige e incita os atos dos indivíduos que a tem.

PANTEÍSMO – do grego “PAN” = tudo e “TEÍSMO” = o “Deus” das Religiões entendido como um “Ser Supremo”, onipotente e onisciente.

É a ideia segunda a qual tudo que existe deve sua existência a Deus, ao se identifica, ou se assemelha. Desse modo é imanente (1) ao Mundo, à Natureza e, claro, não é um SER exterior e transcendente.

Na filosofia Clássica da antiga Grécia, os adeptos do Estoicismo* defenderam a posição na qual Deus era a “Alma do Mundo”. Na Filosofia Moderna, coube a Spinosa (Baruch – 1632/1677, Holanda) ser o mais celebre representante do Panteísmo, afirmando que Deus é a única “Substancia (ou Essência)”; infinita e eterna, da qual todas as outras coisas descendem. Ver Espinosismo, Teísmo e Ateísmo.

1)Imanente – que existe em algo, sempre e de forma inseparável do mesmo.

2)Que está contido, inserido em algo, ou alguém; ou que provem de um ou mais Seres, independentemente da ação exterior. Nessa acepção, antônimo de Transcendente.

3)Diz-se daquilo de que um Ser participa ou a que um Ser tende, ainda que por intervenção de outro Ser.

PARALOGISMO – do Latim tardio “PAROLOGISMUS”, do grego “PAROLOGIMÓS”.

Raciocínio falso em termos de Logica, mas sem a má intenção de enganar; sendo essa sua diferença com o Sofisma. Kant (1724/1804, Alemanha) usou esse termo na sua “Dialética Transcendental” em “Critica da Razão Pura” para designar alguns argumentos da “Psicologia Racional” - inspirada no Método Cartesiano (ver Descartes) - que considerava falsos.

Tais argumentos pretendiam estabelecer a “Substancia (significando a 'existência inquestionável') da Alma” através do conceito: “penso, logo, existo”. Visavam “comprovar” a existência de uma Alma Substancial, simples e individual (ou pessoal) que se relacionaria com os fenômenos através da troca de ideias, de pensamentos. Para Kant, tais ideias falsar, ou Paralogismos, são em numero de quatro:

1)Substancialidade (algo que tenha substancia capaz de identificá-lo a parte de uma Totalidade)

2)Simplicidade (que não é divisível; ou que é um indivíduo)

3)Personalidade (que seja uma Persona, um indivíduo separado de uma Totalidade).

4)Idealidade – que seja concebível no Pensamento, ou que seja capaz de ter um pensamento, um intelecto individual e separado do Todo.

PERPECTIVISMO – do latim “PERSCIPERE” = olhar através de .

Termo oriundo de “Perspectiva” que significa o “aspecto de uma coisa segundo a forma com que é vista ou percebida”; isto é: se eu vejo uma mesa por um ângulo superior, enxergo um retângulo, mas se a vejo de lado, enxergo a estrutura que a sustenta. A perspectiva, pois, é o formato que uma coisa tem conforme o ângulo pela qual ela está sendo percebida.

Em Filosofia Nietzsche (1844/1900, alemão nascido na Prússia) afirmou que: “todo Conhecimento é relativo às necessidades e especialmente às necessidades vitais do Ser que Conhece (que adquire Conhecimento)”.

Note-se que o filósofo substituiu o “ponto de vista” ou o “angulo de visão” pela “Necessidade” e, de fato, a Necessidade é que faz com que se priorize o aspecto que pode satisfazer a necessidade do momento.

Também afirmou o filósofo que o “Perspectivismo” designa um concepção critica sobre os valores reinantes na Sociedade e que representam Não a verdade, mas a ingenuidade do Homem que “se toma pelo sentido e pela medida das coisas”. Em outros termos: o Perspectivismo é um julgamento negativo que se faz sobre alguns valores que reinam na Sociedade Humana, os quais, por um “ângulo de visão” errado Não representam a Verdade, mas tão somente a ingenuidade dos Homens que em virtude desses “falsos valores” acham-se os “SERES” mais importante do Universo e que por isso tudo deve acontecer segundo seus interesses e conforme as suas vontades.

PATERNALISMO- termo que frequentemente é usado com significado pejorativo, sinalizando uma atitude ou um julgamento indevidamente condescendente, feito com o claro propósito de favorecer algo ou alguém que não são merecedores de tal beneficio.

Geralmente é exarado por um superior em relação a um subordinado a quem nega maiores responsabilidades, embora queira manter-lhe submisso e “devedor” de sua generosidade expressa no julgamento leniente.

PELANGISMO – doutrina originada pelo monge PELÁGIO (c.360/420, Inglaterra) que afirmava ser o Homem capaz de obedecer à “Lei de Deus” sem depender da “Graça” divina. Com isto, de modo implícito, afirmava que a “Salvação” poderia ocorrer graças a uma vida virtuosa, sem que para tanto o Homem tivesse que ter sido “um dos escolhidos” por Deus. Também afirmava Pelágio a validade do “Livre-Arbítrio”, cabendo ao Homem escolher os caminhos da Virtude que o levariam ao “Paraíso” nos pós-morte. Além dessas teses, o monge inglês negava a existência do “Pecado Original” e doutros dogmas caros ao Catolicismo.

Por isso, Pelágio foi combatido por Santo Agostinho (354/430, atual Argélia) que se mantinha firme em sua convicção sobre a “Graça Divina”. Em 43l d.C. Durante o “Concilio de Éfeso”, Pelágio foi julgado e condenado como herege; porém, suas afirmativas sobreviveram-lhe e deram efetiva contribuição para a eclosão das Reformas Teológicas de Lutero e Calvino, tempos depois.

PESSIMISMO - ver Otimismo/Pessimismo.