Unidades de Conservação do Brasil

Nas últimas décadas tem crescido pelo Brasil o número de Unidades de Conservação, buscando resguardar amostras representativas de todos os ecossistemas naturais. Assim, atualmente existem em todas as localidades inúmeros Parques, Reservas, Monumentos, entre tantas outras Unidades de Conservação, sendo administradas e cuidadas pelas três esferas de governo, Federal, Estadual e Municipal.

Vale destacar, no entanto, que no início da criação dessas áreas não eram priorizadas as “Unidades de Proteção Integral”, ou seja, aquelas Unidades de Conservação que não permitem facilmente a presença do homem, que se preocupam apenas com a preservação dos recursos naturais (flora, fauna, água etc.).

Naquela época se pensava que para garantir a proteção da natureza era preciso isolar algumas áreas significativas do território nacional de toda interferência humana, fazendo com isso que vários povos indígenas e comunidades tradicionais (ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas etc.) fossem desraigados ou considerados ilegítimos habitantes dessas áreas. Isso tudo originava um número grande de conflitos, fazendo surgir os chamados “excluídos ou desabrigados ambientais”.

Hoje a realidade é outra, e há uma preferência pela criação de “Unidades de Uso Sustentável”, que, conforme o próprio termo diz, podem e devem ser usadas pelas populações humanas que as habitam, como é o caso das Reservas Extrativistas (RESEX) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS).

Pode parecer estranho para alguns, mas na verdade as Reservas são criadas justamente para garantir o modo de vida tradicional das pessoas que vivem delas. Muita gente, incluindo nisso alguns servidores do meio ambiente, ainda hoje pensam contrariamente a esse tipo de idéia, argumentando ser impossível consorciar o uso da floresta com as tradições das populações humanas.

Estamos passando por uma mudança de paradigmas, na qual o “homem” e a “natureza” precisam ser valorizados em igual peso. Isso deve ocorrer pelo consórcio do uso dos recursos naturais com o crescimento econômico e socialmente justo, o que chamamos de “Desenvolvimento Sustentável”.

É um processo difícil, pois implica na readaptação. Assim, todos precisam se ajustar, servidores dos órgãos de meio ambiente, os lideres políticos, os empresários e a população em geral. Pelo que tenho visto sei que essa busca por um novo modelo de desenvolvimento não é algo nada fácil para ninguém, mas que deve ser buscado com veemência, pois implica na busca de melhoria para todos.

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Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 366, p. 15, de 11/06/2010. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 30/04/2010
Reeditado em 04/12/2011
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