Diário infame
Deve ser um diário aquilo que faço na minha cabeça todos os dias quando o sol se põe enquanto abro o portão de casa. Devem ser uma tinta os pensamentos que derramo sobre minha memória, de um jeito meio sintaticamente correto, compondo meus invariáveis retalhos desse vai e vem que minha existência propõe fazer.
É que já se passaram os vinte anos e começo a pensar que estou ficando velho mesmo, e que tenho memória demais para escrever num único texto biográfico minhas vivicitudes mais lúgubres, e que; tenho ainda muito pouco, para esquecê-las...
E não vem o amor, nem passa essa dor!
(...)
Sou aflito nesse acúmulo de mim que exagera no desdobramento de viver uma história. Sou insaciável quando preciso sofrer e quero muito uma sentença sobre a vida que levo, quero muito um NÃO divino... quero uma página, um texto que encene uma vida que não desmereça o relato... mas que desmantele o enredo.
E tem saudade, e tem pouca verdade!
(...)