NOVO SER.

Em foco recíproco olho e o Ninguém vejo. Flageladas tentativas de esculpir um estranho ser: Pés e mãos atados pela incapacidade, um limite cruel a quem vôo alçar deseja; olhos tingidos de grená suplicando não ser além da imposição; coração furtivo e descrente, porém, tenaz em ousadia. Entremeio o vento, chuva e medo digladiando-se a um fim desconexo, instáveis, distantes e esquálidos nesta peleja.

Por um clarão de entendimento supõe saber seu escopo. Engano fugaz! Convergem ao inusitado patamar de descartáveis a coerência e a razão.

Por quê?

Questão.

Sobre?

Evasivo palpite.

Tal eloqüência não o manteve assaz aprazível, nem divino tão pouco desejável. Sentiu-se oprimir? Sim. Ser elevado, sobre-humano, achar-se em condição estável, normal ou pior “gente”.

Atônito crivou seu chão na busca insaciável por abster-se da crônica sorte que lhe sobreveio. Um perfume de Resedá invadiu-lhe a alma escarnecida pela indubitável realidade apática mostrando-o que também é ser deixar de ser assim.

Mazela, descrença, azar, poeira, tempo, saudade, amizade, solidão, complacência, incoerência, disposição. Pra quê? Em virtude de (...)? Almejando a loucura despistar cai na torpe e implacável crença dos bons corações mirrados e decrépitos entre si. Ao longe um impertinente som desfigura qualquer tom, uma nota maldita a subjugar este vôo que por enésimas vezes ao chão tornou.

Estirpe não há.

Negras auroras.

Pôr-do-sol verde e marfim.

Em mim?

Em que?

Afligi-vos, lamentai e chorai porque a hora chegada se faz. O tempo distante transpira. Já não é ser como outrora fora. Hoje mais se é quem menos espera. A escultura erguida foi, cheia e prática. Seu olhar já não sangra grená, o coração agora crê mais em ousadia do que tenacidade. O foco continua a recíproco ser.

Mas, vê a quem?

Ao novo ser ou insiste em Ninguém?