OBJETIVISMO, OBJETIVO, OBJETIVAÇÃO E OBJETIVIDADE, Ensaio Filosófico
OBJETIVISMO, OBJETIVO, OBJETIVAÇÃO e OBJETIVIDADE do Latim Medieval “OBJECTIVUS”.
OBJETIVO – em sentido geral é sinônimo de imparcial, impessoal, neutro, de acordo com os fatos. Exemplos: um Relato Objetivo, uma Avaliação Objetiva; ou seja, isenta de qualquer consideração ou adendo pessoal. Também significa aquilo que existe independentemente do Pensamento, ou de ser notado. Que é real, mesmo que não se vincule a certa coisa, fato ou a alguém. Aqui, é o oposto exato de “Subjetivo”.
Em termos filosóficos, e mais precisamente na Escolástica1 e na Filosofia de Descartes (1596/1650, França), é tudo aquilo que se chama de “Objeto do Pensamento”; isto é, o Objeto que é representado, imaginado, pensado e que por isso, claro, está na Mente, no Pensamento. Segundo Descartes: “a idéia (ou a imagem) do Sol é o Sol mesmo (mas), existindo no Entendimento (na Mente), não verdadeiramente em um sentido formal (rígido, com exatidão) como está no Céu ... mas Objetivamente; isto é, da maneira pela qual os Objetos costumam existir no Entendimento”.
OBJETIVAÇÃO – é o ato de considerar real uma imagem mental, uma representação, uma idéia, como ocorre nas alucinações patológicas, etílicas ou pelo uso de psicotrópicos. Segundo a Psicologia, em sua parte denominada “Empirismo Associacionista”, a Objetivação é a operação em que a Mente expõe suas sensações e, também, as imagens que considera reais, concretas, físicas ao ponto de situá-las em algum lugar (ou espaço).
OBJETIVIDADE – é a característica de tudo que existe efetivamente, independente do Pensamento, ou de ter sido notado. Aqui é o oposto exato de Subjetividade.
Em Kant (1724/1804, Alemanha) é a característica do “Conhecimento Objetivo”, que por sua vez é aquilo que o Entendimento compreende acerca do “Objeto da Experiência (a coisa que é estudada)”, mediante as informações que a Sensibilidade captou.
Em sentido Epistemológico (ver adendo sobre Epistemologia) é a tentativa de formar uma Ciência isenta de Subjetividade (ou características e/ou julgamento pessoais, individuais) e de dados captados pelos Sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) que chegam à Sensibilidade. Uma Ciência exclusivamente baseada em observações, experiências e manipulações controladas, racionais e capazes de serem repetidas, atestando assim a validade e a veracidade do resultado obtido. Contudo, é obvio que tal Objetividade não pode ser entendida como definitiva, absoluta, pois será sempre relativa e vinculada às condições em que a experiência for realizada. Destarte, o que se pretende não é o “Conhecimento Total e Absoluto”, posto que seja impossível, mas se quer o Conhecimento que seja o mais racional e objetivo possível.
OBJETIVISMO – é um termo que comporta as seguintes definições:
1. Na “Teoria do Conhecimento” ou “Filosofia da Ciência” é uma noção estreitamente ligada ao Positivismo* e que durante o “Processo de Conhecer” valoriza mais o Objeto estudado do que o Sujeito que o estuda; ou seja, tenta eliminar as interferências individuais que, mesmo involuntariamente, existem nas Experiências realizadas. Aqui é a clara oposição ao Subjetivismo.
2. A Doutrina que supõe ser a Mente Humana capaz de acessar a Realidade diretamente, tal como ela é, através da Percepção dos dados que os Sentidos captam.
3. A parte da Filosofia de Kant (1724/1804, Alemanha) que estuda o “Conhecimento”. Nela o filósofo afirma que as Representações Mentais têm valor objetivo; ou seja, são livres de qualquer contaminação de caráter pessoal, ilusório, errôneo ou irreal; sendo, portanto, fiéis às Coisas que representam.
4. Segundo a Epistemologia (ver apêndice no final desse Dicionário), o Objetivismo é a atitude ou postura daqueles que acreditam ser a característica fundamental da “Objetividade Cientifica” o fato de reconhecer que se algo fracassa é porque existe algum erro em algum lugar. O fracasso indica que existe um equívoco e que a “Verdade” é apenas um rótulo provisório de uma seqüência de Operações Mentais ou de um Processo, enquanto este não fracassar, pois quando tal acontece, sabe-se que existe o erro e, portanto, o titulo de “Verdade” já não lhe pode ser outorgado.
Escolástica – Corrente Filosófica que surgiu a partir da Patrística, a filosofia dos Padres da primitiva Igreja Católica. Seu principal objetivo era conciliar os dogmas da Fé com o Raciocínio ou Razão.