Deixas Solitárias - XIX
É porque temos tanto prazer, que estamos a falar, falar, & falar...
Falando Patinha...
Cada vez mais me sinto honrada por ser alvo de suas atenções. Cada vez mais me acho não merecedora de tantos & tão lindos elogios. Embora nosso “caso” seja algo maravilhoso, inclusive pelo tesão que sentimos um pelo outro, será que eu estou com essa bola toda? Ainda acho que poderia fazer mais por você. Agradecer-me pela atenção & carinho que dedico a você, é, até certo ponto, desnecessário (mas é muito bom “ouvir”), uma vez que são apenas sintomas do amor que sinto, são meros meios que eu encontro para demonstrar toda a importância que você tem em minha vida. Você é absolutamente digno & merecedor de toda a atenção & carinho do mundo. E desculpar-se por estar em falta comigo é absurdo. Nunca você esteve em falta, muito pelo contrário. Você veio ocupar perfeitamente o trono vazio. Além do mais, tem o seu modo particular de demonstrar afeto & eu entendo, jamais me passou pela cabeça ficar aborrecida contigo.
Você é o BOM da minha vida, lembre-se sempre disso.
Eu também procuro meios possíveis de externar este intenso carinho. Você bem sabe que o copo servido não é mera gentileza. É uma das poucas coisas que posso fazer. Bom seria poder niná-lo todas as noites em meu colo & preparar-lhe aquele banho do qual tanto falo. Aquele banho... Horas & horas de amor... Dormir em seus braços...
E aqui estou eu delirando de novo, com aquela doce vontade de ser a sua Patinha em tempo integral. Sweet, just and so dreams.
Sonhos... Você é prova viva de alguns sonhos são possíveis. E ainda que eu queira mais & mais, estou feliz em poder compartilhar alguns momentos contigo. O bom-dia carinhoso, o cigarro, o café & o almoço. As idas até o banco, nossas conversas no ponto de ônibus, as cócegas & risadas. - Coisas maravilhosamente prosaicas que eu tenho o privilégio de viver com você.
O sexo é quesito à parte, & acho que nem palavras como fabuloso, alucinante & fantástico conseguem encerrar o assunto. E como eu disse ontem, ainda na cama (me refazendo dos indizíveis orgasmos que você me proporcionou), aquela história de “superlativos & absolutos”, já está muito aquém da verdade. Onde vamos parar? Será que vamos parar???
E por falar em sonhos & coisas boas, estou muito a fim de tocar com você a idéia de levar à público seus trabalhos. É um absurdo tanto talento assim, ficar escondido nas gavetas. Eu acredito muito em você. E você sabe que pode contar comigo para o que der e vier. Você sabe, eu gosto de repetir: ADORO VOCÊ. MUITO.
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo.
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas, nem a fascinação das promessas.
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias.
E só te pede que repouses quieta, muito quieta.
E deixe que as mãos cálidas da noite
Encontre sem fatalidade o olhar extático da aurora.
“Vinícius de Moraes”
A falta que sinto é não poder deflagrar aos quatro ventos tanta paixão. Mas nem por isso, deixo de estar completamente feliz. Muito feliz.
Peixão89
Deixas – 1998-2000