O Rebu da Folha em Branco
A maioria esmagadora da população dita marciana, quer, deseja, clama por uma folha em branco, completamente lisa e virgem para nela escreverem seus melhores capítulos.
Mas também todos concordam que há de se usar o rascunho para testar à escrita. Ir e voltar com as letras até pegar o jeito da coisa.
Porém, vendo a coisa por outro lado, me diga?! O que sobra aos papéis já usados? O que sobra ao rascunho?
Bem, se ele tem apenas uma misera frase escrita. Muitos nem se importariam, podemos dizer que a maioria nem se importa (hoje em dia isso é até comum) Apenas ignorariam essa linha.
Se na folha existem uma ou duas linhas já escritas. A maioria fica receosa, mas acabam por guardar a tal folha e com o passar do tempo acabam por ser cativado pela mesma e acabam por começar a escrever.
Mas me diga. Se na folha que você encontrar já houver uns dez parágrafos escritos? Algumas linhas com caneta marca texto, outras com corretor, e algumas passagens simplesmente rasuradas a caneta esferográfica. Porém boa parte do texto está lá escrita com letras bem legíveis.
Muitos, quando eu digo muitos são MUITOS apenas a utilizariam novamente como mais um rascunho. Iriam ir e vir com suas letras e a deixariam novamente largada como um rascunho qualquer.
Confesso que já fui um assíduo usuário de rascunhos. E por muito tempo como os outros quês deixar pra escrever a melhor parte da minha história em uma folha branca, limpa, lisa estendida sobre um lençol de linho branco.
Esses pensamentos muito me fizeram refletir. E confesso que a pouco tomei consciência de que não é a brancura e virgindade do papel que vai fazer com que meus capítulos saiam melhores.
Isso depende “simplesmente” do meu tesão e amor por escrever. E do respeito que o antigo rascunho tem por próprio si e da vontade do mesmo de receber meus sentimentos como se fosse a primeira vez.
15-X-2005