Pontos destacados acerca da Moral

Em alguns dicionários define-se Moral como o conjunto de regras, costumes e prescrições a respeito de comportamentos e condutas, que podem ser consideradas válidas, éticas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoas determinadas, estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas durante determinados períodos de tempo. Contudo o termo Moral é derivado do latim Morus, que significa relativo aos usos e costumes, ou modo de ser onde se encontra o caráter os sentimentos e os costumes.

No entanto seu sentido literal é precedido pela prática desse húmus na conduta humana, por civilizações antiqüíssimas, como os sumérios. Desta feita, transcendendo as significâncias do termo, e isolando seu exercício, observa-se que a Moral é tão mutável quanto todos os costumes e sentimentos humanos. Tal circunstancia se define pelo fato da Moral nascer no seio da religiosidade, e se submete a ela. Dois grandes exemplos de tão íntima ligação ocorre em épocas diferentes, quais sejam, em 325 D.C, quando o império romano dividi-se em cristãos e pagãos, a moral se dividia e tomava roupagem diversificada, até que Gregório convence Constantino a oficializar o Cristianismo judaico como religião do império. A segunda ocasião nasce na chamada idade das trevas na idade média, onde a filosofia foi submetida à teologia cristã, após uma cruzada sangrenta contra os grandes pensadores da época que resgatavam antigos valores morais.

Mesmo que Kant esteja certo a respeito de sua “moral independente”, que nasce da consciência humana, que é essencialmente a razão, não se discute que a moral praticada nasce no seio de cada crença religiosa. Por conseguinte, a Moral transmuta-se a atual idéia do Deus. Para Christopher Knight e Robert Lomas, (A chave de Hiram), a idéia de Deus não é uma entidade estática, mas sim, um foco social que evolui enquanto se mescla com outros deuses vagarosamente se tornando uma figura de proa que reflete a moralidade e as necessidades da época. Se traçarmos um paralelo entre duas épocas diferentes podemos notar esta não sutil evolução ou retrocesso, não em sentido de atraso, quais sejam, a idade média da Santa Inquisição, e a era contemporânea do pós-iluminismo. Neste sentido Knight e Lomas parafraseiam Nietzsche, quando afirmam que não é que Deus tenha Criado o homem a sua imagem, mas sim o homem que continuamente adapta Deus a sua própria.

Toda essa parafernália de idéias se aplica a Maçonaria moderna. Vejamos o que entende a Maçonaria por Moral:

“Uma ciência baseada no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso de nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo de nossa alma o triunfo da verdade e da justiça”.

Todo esse conceito pode ser analisado e interpretado em fragmentos. Se não vejamos, a primeira frase coincide com o ponto de vista Kantiano, apesar de ser muito mais antigo, aqui observamos a moral independente, baseada na razão. A segunda parte traz a idéia, a qual este trabalho se fundamenta, de Knight e Lomas, que trazem a idéia do Ma’at, palavra ainda sem tradução literal, mas que se pode igualá-la a Maçonaria. A prática do Ma’at, pelos antigos egípcios, era usada antes da ocupação dos Hicsos (2000 A.C), traz uma organização moral baseada na lei natural, talvez no dualismo humano, o corpo e o espírito, a consciência transcendental, bem como o triunfo da verdade e da justiça.

Contudo a definição de social de justiça não é inerte, muito menos consensual. Não se pacifica, muito menos é consensual. Não se pacífica nem mesmo na ciência jurídica, e dentro deste entendimento maçônico, os termos entendimento humano, a razão e justiça se unem em uma corrente conflitante quando aplicados nas relações sociais de interesse individuais. Em tal questão Descartes, nos ensina que, quando antagônicas, a razão e o sentimento, deve-se governar o desejo sobre o nosso modo de agir, mora ai a possibilidade de alcançar a virtude pelo esforço de bem agir.

Na verdade a Moral é o resultado da batalha entre o vício e a virtude, onde a minha mente é o campo de batalha.

Wagner de A a Z
Enviado por Wagner de A a Z em 15/04/2010
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