MONOTEÍSMO, Ensaio Filosófico
MONOTEÍSMO – do grego “MONO” = único e “THEO” = Deus.
Para os eruditos, Monoteísta é aquele que admite apenas uma “Teologia Transcendental”, concebendo seu objeto pela “Razão Pura”. Em outros termos: é aquele individuo que aceita a existência de apenas um “Deus”, que está além (que transcende) do Homem, do Mundo e do Universo. E que o conhecimento que se tem sobre tal Divindade chega através de operações mentais que seu Raciocínio executa sem que para isso tenha que ser afetado por alguma Experiência Empírica (aquela que consiste na percepção dos dados ou características do objeto estudado, através do que foi captado pelos Sentidos; ie. audição, visão, tato, olfato, paladar)
Esse termo filosófico é de uso corriqueiro e quase sempre é usado como um julgamento sobre a idoneidade do individuo, sendo considerado “justo e correto” aquele que adere a essa noção de “Deus Único”, que é tido como um SER Superior, dotado de poderes extraordinários, que governa em detalhes as vidas e atitudes dos Homens e, também, dos outros Seres. Neste e no “outro Mundo”; isto é, no Paraíso, Purgatório e Inferno. Essa idéia de Deus como um “SER Superior, Onipresente e Onipotente” é a doutrina básica do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo, o que, aliás, não poderia ser diferente, haja vista que as duas últimas derivam do Judaísmo; e é obvio que dele herdaram vários conceitos.
Nesses julgamentos (que variam de intensidade e de graus) todos os indivíduos que tem outro tipo de crença, ou aqueles que não têm nenhuma, são vistos como “diferentes” e em casos de maior radicalidade, como “inimigos”. Aos primeiros é dedicada certa complacência que beira o rótulo de “pobres ignorantes que se apegam às crenças pagãs” (sic); em relação aos segundos a censura é mais ácida e não é raro que venha acompanhada de outros julgamentos pejorativos que vão de “imoral” ao indefectível “comunista vermelho” (sic).
O Monoteísmo foi aqui citado menos por questões teológicas e mais por questões de Filosofia da Moral. Observa-se nele uma das fontes primárias dos elementos que grande parcela da Humanidade usa para construir seu Sistema de comportamento e de como enxerga o Mundo. Essa “raiz” de pensamentos, noções, conceitos, julgamentos e atitudes é que irá interessar o filósofo na medida em que o estudo aprofundado da questão pode elucidar os atos e atitudes humanas que não podem ser explicados pela Razão ou pelo Raciocínio Lógico, em virtude de sua tolice, infantilidade, preconceito etc. como é o caso da guerra, por exemplo.
Em oposição ao Monoteísmo tem-se várias tendências, das quais citaremos as mais importantes segundo o consenso dos estudiosos:
1. Deísta – é o individuo que acredita na existência de “Algo” Superior e que NÃO é o “Deus-Individuo”. Para o deísta, Deus é uma “Força”, uma “Energia” que criou o Universo e as Leis Naturais (como a gravidade, por exemplo) que o governam, sem se imiscuir no cotidiano de cada criatura. Ver Deísmo.
2. Politeísta – aquele individuo que acredita na existência de várias Divindades, as quais podem ser, ou não, hierarquizadas. É uma maneira de conviver com a idéia do “Divino” que atinge mais de um bilhão de pessoas, principalmente na Índia, com o Hinduísmo, e em outros países do Oriente. Ver Politeísmo.
3. Panteísta – é quem acredita em uma Divindade “espalhada” por todo o Universo. Tanto no Cosmo material, mensurável, quanto naquilo que o precedeu, ou seja, a “Idéia” que o construiu. Ver Panteísmo e o apêndice sobre Spinoza.
A Teologia Natural - conceito de Kant (1724/1804, Alemanha), é outra face do Teísmo, mas aqui o individuo ao aceitar a “Teologia Natural” aceita que a noção de Deus, como SER Superior, decorre do conceito que se tem da “Natureza (o que é, quais seus poderes, suas características etc.)” da Alma Humana, a qual “é” uma parte do SER Supremo que governa a vida de cada uma das criaturas.