Maiastra/Brancusi
1912(?) Polished brass
altura: 73,1 cm (c/base)
Collection 76.2553.50
Solomon R.Guggenheim Museum, N.York
CONSTANTIN BRANCUSI E A ESSENCIALIDADE DA ESCULTURA MODERNA
(RELEITURA)
Constantin Brancusi foi contemporâneo de Rodin, de Duchamp em princípios do século XX e mesmo experenciando as influências intelectuais do cubismo analítico de Picasso e Braque, opôs-se a este, como elucida o historiador Argan, com uma concepção escultórica de unidade, de síntese formal absoluta entre coisa e espaço. Para Brancusi a obra de arte, segundo Tucker, não era um discurso e sim uma palavra essencial, aquela que "diz tudo e tudo pode", portanto, pode ser mágica! A vida do escultor contrasta com a tradição escultórica de Rodin. Natural da Romênia desde criança foi um artesão que manipulou e rasgou a madeira. Sua terra natal é possuidora de densas florestas e a madeira lhe era singularmente companheira. Brancusi chega à Paris em 1904.
Se, em Rodin o processo escultórico compreendia a modelagem da argila, da concepção do volume pela matéria flexível, implicando na adição,subtração, sem uma forma conclusiva natural e sua arte se movia na direção do espaço do expectador, obrigando este a perceber a obra escultórica como resultado de um processo, um ato que mobilizou determinado tempo, importando entender-se que o significado não precede à experiência, mas, pode ocorrer no momento da mesma experiência, com Brancusi há uma relação contrária com a experimentação escultórica. Brancusi isola o entalhe, tornando-o fator determinante fundamental da escultura, como Rodin havia feito com o material. O entalhe havia sido explorado pelos artesãos e utilizado de forma muito presente na tradição da escultura ocidental, como nos bustos, nas esculturas funerárias, nos monumentos públicos, heróicos. Brancusi faz renascer o entalhe, faz a fragmentação escultórica, dando sentido ao mesmo de forma silenciosa, concentrada, essencial. Aclara ainda Argan que se a proposta cubista era de uma estrutura igualitária para coisas e espaços, Brancusi proporá definir numa única e típica forma o absoluto das relações e situações espaciais. Citaremos a obra Maiastra objeto da reflexão do historiador Argan. Maiastra é um pássaro do folclore romeno que fala e na fábula assume infinitas formas. Na escultura Brancusi dará a esta uma forma única e invariável que conterá múltiplas variações possíveis. Se, o elemento variável do espaço é a luz, coloca a forma em relação espaço/luz. Trabalha a qualidade da luz na concepção de unidade plástica da forma. Essencialista, a obra de Brancusi para a historiadora Rosalind Krauss conduz à contemplação, vez que faz uma deflexão da geometria ideal , com a experimentação estética de anulação do eu, como entende Sidney Geist, porque o escultor entendia que em todas as coisas há um propósito e para apreende-lo é necessário transcender a si próprio. Dessa forma, a contemplação estética da obra de arte com Brancusi consoante Krauss é um convite para que se reconheça o modo pelo qual a matéria se insere no mundo, o modo pela qual a sua colocação revela atitudes de ser.
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna.São Paulo: Cia das Letras, 1996
KRAUSS, Rosalind E. Caminhos da Escultura Moderna.São Paulo: Martins Fontes, 1998
TUCKER, William. A linguagem da Escultura. São Paulo: Cosac & Naify, 1999
www.lilianreinhardt.prosaeverso.net
www.cordasensivel.blogspo
1912(?) Polished brass
altura: 73,1 cm (c/base)
Collection 76.2553.50
Solomon R.Guggenheim Museum, N.York
CONSTANTIN BRANCUSI E A ESSENCIALIDADE DA ESCULTURA MODERNA
(RELEITURA)
Constantin Brancusi foi contemporâneo de Rodin, de Duchamp em princípios do século XX e mesmo experenciando as influências intelectuais do cubismo analítico de Picasso e Braque, opôs-se a este, como elucida o historiador Argan, com uma concepção escultórica de unidade, de síntese formal absoluta entre coisa e espaço. Para Brancusi a obra de arte, segundo Tucker, não era um discurso e sim uma palavra essencial, aquela que "diz tudo e tudo pode", portanto, pode ser mágica! A vida do escultor contrasta com a tradição escultórica de Rodin. Natural da Romênia desde criança foi um artesão que manipulou e rasgou a madeira. Sua terra natal é possuidora de densas florestas e a madeira lhe era singularmente companheira. Brancusi chega à Paris em 1904.
Se, em Rodin o processo escultórico compreendia a modelagem da argila, da concepção do volume pela matéria flexível, implicando na adição,subtração, sem uma forma conclusiva natural e sua arte se movia na direção do espaço do expectador, obrigando este a perceber a obra escultórica como resultado de um processo, um ato que mobilizou determinado tempo, importando entender-se que o significado não precede à experiência, mas, pode ocorrer no momento da mesma experiência, com Brancusi há uma relação contrária com a experimentação escultórica. Brancusi isola o entalhe, tornando-o fator determinante fundamental da escultura, como Rodin havia feito com o material. O entalhe havia sido explorado pelos artesãos e utilizado de forma muito presente na tradição da escultura ocidental, como nos bustos, nas esculturas funerárias, nos monumentos públicos, heróicos. Brancusi faz renascer o entalhe, faz a fragmentação escultórica, dando sentido ao mesmo de forma silenciosa, concentrada, essencial. Aclara ainda Argan que se a proposta cubista era de uma estrutura igualitária para coisas e espaços, Brancusi proporá definir numa única e típica forma o absoluto das relações e situações espaciais. Citaremos a obra Maiastra objeto da reflexão do historiador Argan. Maiastra é um pássaro do folclore romeno que fala e na fábula assume infinitas formas. Na escultura Brancusi dará a esta uma forma única e invariável que conterá múltiplas variações possíveis. Se, o elemento variável do espaço é a luz, coloca a forma em relação espaço/luz. Trabalha a qualidade da luz na concepção de unidade plástica da forma. Essencialista, a obra de Brancusi para a historiadora Rosalind Krauss conduz à contemplação, vez que faz uma deflexão da geometria ideal , com a experimentação estética de anulação do eu, como entende Sidney Geist, porque o escultor entendia que em todas as coisas há um propósito e para apreende-lo é necessário transcender a si próprio. Dessa forma, a contemplação estética da obra de arte com Brancusi consoante Krauss é um convite para que se reconheça o modo pelo qual a matéria se insere no mundo, o modo pela qual a sua colocação revela atitudes de ser.
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna.São Paulo: Cia das Letras, 1996
KRAUSS, Rosalind E. Caminhos da Escultura Moderna.São Paulo: Martins Fontes, 1998
TUCKER, William. A linguagem da Escultura. São Paulo: Cosac & Naify, 1999
www.lilianreinhardt.prosaeverso.net
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