Viver é bom, viver é bom demais

Para entender o que estou tentando passar, antes é preciso voltar um pouco no passado quando ainda, não comungava esta convicção. O passado, há o passado. Muitos não gostam de lembrar o passado, mas ele existe e é o principal espelho para que possamos ter um presente estável e um futuro construído sobre um alicerce de certezas. E foi justamente mirando o meu passado que hoje posso de alma lavada, dizer que levo uma vida boa e porque não dizer, invejável. Não que isso me compraz, mas a inveja existe e não tenho como evitar que alguns desavisados me inveje, pior para eles que mais tarde terão que prestar contas desta inveja.

Passo neste momento a jogar nas folhas brancas deste papel, o porque de tudo isso, a razão que me levou a ter o meu passado como o principal exemplo de uma vida mais reta, mais saudável e bem mais tranqüila em relação àquela vivida anteriormente. É que eu aprendi a dominar um dos principais ou o principal sentimento que me levava e que leva muitas pessoas a sucumbir perante os obstáculos que temos que transpor, para viver condignamente. A paixão.

Tenho certeza que muitos e muitos não irão concordar comigo mas é essa a minha real conclusão para que possamos viver sem grandes atropelos do dia a dia. Sim a paixão. Aí muitos irão me perguntar, paixão por que ou por quem? E eu responderei, paixão por tudo aquilo que você naquele momento acha que é melhor para se viver e é aí que está o grande engano, a decisão errada que pode te levar a derrota. Alguns exemplos: paixão descontrolada por futebol, por um amor não correspondido e, porque não dizer pelas bebidas e pelas drogas.

Paixão pelas bebidas e pelas drogas? Porque o espanto? O vício nada mais é do que uma paixão. Ao se viciar em alguma coisa você passa a querer aquela coisa mesmo que tenha que sacrificar a própria vida, e isso é paixão, uma paixão danosa, mas é paixão. E eu consegui dominar essa paixão, a partir do momento que não mais quis beber, mesmo que fosse socialmente, porque também cheguei a conclusão de que isso não existe, beber socialmente, a minha vida se transformou a ponto de poder afirmar categoricamente, viver é bom, viver é bom demais. Cabe aqui uma ressalva: não tenho nada contra os que bebem, mas que eles deveriam refletir um pouquinho antes de beber deveriam porque, viver é bom e viver sóbrio para desfrutar das coisas boas da vida, é bom demais.