SEXUALIDADE É PODER?
Manhã ensolarada, brisa fresca e ar limpo após uma noite de chuva. Cenário convidativo a uma caminhada.
Em passos lentos, Beatriz admira a nova calçada em frente a um novo edifício em seu bairro, quando percebe na calçada oposta um senhor, com uma bicicleta estilo velocista. Caminhava enquanto equilibrava a bicicleta ao lado do corpo com uma das mãos.
Tratava-se de uma rua calma, mas que cruzava uma avenida de grande movimento e o semáforo se encontrava na esquina oposta à Beatriz. Ao atravessar a rua, percebeu o ciclista próximo à esquina, agachado ao lado da bicicleta mexendo na roda. Beatriz seguiu em frente, rumo ao semáforo, quando percebeu o ciclista caminhando ao seu lado equilibrando a bicicleta com a mão, deixando claro que ele usara um artifício para esperá-la. Chegando à esquina, enquanto aguardavam o típico sinal verde para pedestres, o transeunte bi-motorizado passou a comentar sobre o trânsito, o aumento do fluxo de veículos, o efeito estufa, etc., etc., etc...
Beatriz é educada, costuma ser gentil com todos. Respondeu educadamente ao interlocutor, que aparentava meia idade, o qual a seguiu emendando um assunto a outro.
Não demorou em comentar (antes de alcançarem a metade da quadra) que sempre andava de bicicleta, deixando o carro na garagem, frisando obviamente ser um carro importado, e que ganhara muito em saúde, músculos e vigor ..... Beatriz respirou aliviada pelas reticências permanecerem nas entrelinhas. Gentilmente, despediu-se com um "até logo, vou à floricultura", já atravessando novamente a rua. Por sorte, ele não a seguiu.
Caminhando novamente sozinha, lembrou-se de outras situações semelhantes, como a do anestesiologista (também de meia idade), que durante o parto não natural de seu filho, lhe confessara perto de seu ouvido (haja vista Beatriz com os braços amarrados e anestesiada da cintura para baixo, não poderia apenas dizer "até logo") que o tratamento ortomolecular lhe fazia permanecer o tempo que quisesse no ato sexual, com estas exatas palavras.
Outra situação ocorreu em uma farmácia, à noite. Beatriz comprava fraldas para seu filho e ao chegar no caixa, um senhor a sua frente pagava pelo que comprara, e ao vê-la, esticou o braço a um stand ao lado e jogou em frente ao atendente do caixa dois pequenos "envólucros", dizendo que levaria "mais estas, pois usava várias em uma noite apenas". Com a idade que aparentava, devia ser uma festa de aniversário, e as usaria como substitutos de balões ... inflando-os ...
Situações como estas, não só vivenciadas por Beatriz como por tantas Beatrizes mundo a fora, não são incomuns. É normal os homens usarem de vários artifícios para impressionar uma mulher. O que chamou a atenção de Beatriz foram dois pontos em comum nestes homens: a pressa em demonstrar virilidade e a faixa etária.
Mas tais demonstrações não se limitam a isso, pois nestes casos não são apenas em atitudes ou palavras, mas também na aquisição de bens pecuniários como carros, inclusive conversíveis; relógios; exercício físico como uma desculpa saudável, mas na real é para "ficar em forma"; roupas de aparência mais "jovial" ... alguns passam a usar brincos ... outros pintam os cabelos ...
Nada contra, como também não são todos que agem assim, e as mulheres também buscam uma aparência mais jovem, muitas a qualquer custo. Beatriz também é vaidosa. Mas nas mulheres não parece haver uma faixa de idade específica para isto, posto que esta preocupação independe de idade para a mulher.
Talvez a meia idade para o homem seja um marco, um "divisor de águas", um alerta do ego de que a "decrepitude" se aproxima ... talvez a cobrança social e cultural ... ou seja antropológico ... não sei. O curioso é que após alguns anos, geralmente voltam a ser o que eram. A fase conflitante, quase uma segunda adolescência, é deixada para trás pela maioria dos homens. Pessoalmente, o que me atrai é inteligência intelectual e emocional.
Ademais, muitas laudas se preencheriam sobre este assunto, sejam de explicações, teorias, teses ou justificativas. Porém, independente de qualquer resposta, a sexualidade é a mola mestra de toda espécie e cultura; está fundada nas raízes evolutivas instintivo/material/espiritual de sobrevivência e preservação, como também de poder. O sexo afetivo somente se desenvolveu após o bipedismo, pois passamos a nos olhar de frente, nos olhos.
Mas no que concerne ao assunto original deste texto, somente os homens podem confirmar ou responder a isso.
Imagem: tecnoseek.blogspot.com
Imagem: kimico.orgkimico.org
Imagem: deacordocom.blogspot.com
Manhã ensolarada, brisa fresca e ar limpo após uma noite de chuva. Cenário convidativo a uma caminhada.
Em passos lentos, Beatriz admira a nova calçada em frente a um novo edifício em seu bairro, quando percebe na calçada oposta um senhor, com uma bicicleta estilo velocista. Caminhava enquanto equilibrava a bicicleta ao lado do corpo com uma das mãos.
Tratava-se de uma rua calma, mas que cruzava uma avenida de grande movimento e o semáforo se encontrava na esquina oposta à Beatriz. Ao atravessar a rua, percebeu o ciclista próximo à esquina, agachado ao lado da bicicleta mexendo na roda. Beatriz seguiu em frente, rumo ao semáforo, quando percebeu o ciclista caminhando ao seu lado equilibrando a bicicleta com a mão, deixando claro que ele usara um artifício para esperá-la. Chegando à esquina, enquanto aguardavam o típico sinal verde para pedestres, o transeunte bi-motorizado passou a comentar sobre o trânsito, o aumento do fluxo de veículos, o efeito estufa, etc., etc., etc...
Beatriz é educada, costuma ser gentil com todos. Respondeu educadamente ao interlocutor, que aparentava meia idade, o qual a seguiu emendando um assunto a outro.
Não demorou em comentar (antes de alcançarem a metade da quadra) que sempre andava de bicicleta, deixando o carro na garagem, frisando obviamente ser um carro importado, e que ganhara muito em saúde, músculos e vigor ..... Beatriz respirou aliviada pelas reticências permanecerem nas entrelinhas. Gentilmente, despediu-se com um "até logo, vou à floricultura", já atravessando novamente a rua. Por sorte, ele não a seguiu.
Caminhando novamente sozinha, lembrou-se de outras situações semelhantes, como a do anestesiologista (também de meia idade), que durante o parto não natural de seu filho, lhe confessara perto de seu ouvido (haja vista Beatriz com os braços amarrados e anestesiada da cintura para baixo, não poderia apenas dizer "até logo") que o tratamento ortomolecular lhe fazia permanecer o tempo que quisesse no ato sexual, com estas exatas palavras.
Outra situação ocorreu em uma farmácia, à noite. Beatriz comprava fraldas para seu filho e ao chegar no caixa, um senhor a sua frente pagava pelo que comprara, e ao vê-la, esticou o braço a um stand ao lado e jogou em frente ao atendente do caixa dois pequenos "envólucros", dizendo que levaria "mais estas, pois usava várias em uma noite apenas". Com a idade que aparentava, devia ser uma festa de aniversário, e as usaria como substitutos de balões ... inflando-os ...
Situações como estas, não só vivenciadas por Beatriz como por tantas Beatrizes mundo a fora, não são incomuns. É normal os homens usarem de vários artifícios para impressionar uma mulher. O que chamou a atenção de Beatriz foram dois pontos em comum nestes homens: a pressa em demonstrar virilidade e a faixa etária.
Mas tais demonstrações não se limitam a isso, pois nestes casos não são apenas em atitudes ou palavras, mas também na aquisição de bens pecuniários como carros, inclusive conversíveis; relógios; exercício físico como uma desculpa saudável, mas na real é para "ficar em forma"; roupas de aparência mais "jovial" ... alguns passam a usar brincos ... outros pintam os cabelos ...
Nada contra, como também não são todos que agem assim, e as mulheres também buscam uma aparência mais jovem, muitas a qualquer custo. Beatriz também é vaidosa. Mas nas mulheres não parece haver uma faixa de idade específica para isto, posto que esta preocupação independe de idade para a mulher.
Talvez a meia idade para o homem seja um marco, um "divisor de águas", um alerta do ego de que a "decrepitude" se aproxima ... talvez a cobrança social e cultural ... ou seja antropológico ... não sei. O curioso é que após alguns anos, geralmente voltam a ser o que eram. A fase conflitante, quase uma segunda adolescência, é deixada para trás pela maioria dos homens. Pessoalmente, o que me atrai é inteligência intelectual e emocional.
Ademais, muitas laudas se preencheriam sobre este assunto, sejam de explicações, teorias, teses ou justificativas. Porém, independente de qualquer resposta, a sexualidade é a mola mestra de toda espécie e cultura; está fundada nas raízes evolutivas instintivo/material/espiritual de sobrevivência e preservação, como também de poder. O sexo afetivo somente se desenvolveu após o bipedismo, pois passamos a nos olhar de frente, nos olhos.
Mas no que concerne ao assunto original deste texto, somente os homens podem confirmar ou responder a isso.
Imagem: tecnoseek.blogspot.com
Imagem: kimico.orgkimico.org
Imagem: deacordocom.blogspot.com