Ela , a amante - (quase humor)
ELA ,uma senhora qualquer,mais de quarenta, quase aposentada, filhos quase criados, sozinha.
Está dando duro para tirá-lo -(ele, um marido qualquer) - de algum lar acomodado.
E segurá-lo em suas redes 'perfeitas' , tecidas com astúcia. Nada a demonstrar.
Diz em meigas e poucas palavras, coisinhas suaves e sem compromisso.
Não o entope de perguntas...
Não o questiona .
Aceita o que ele pode dar.
O que ele é. Admira-o.
'- Como você não existe ninguém!Vem que tem!'
Joga a lingüiça apetitosa de modo certeiro como quem não quer nada...e fica a espera do cão.
Ela está de malas prontas para um sério e longo ficar.
Está com medo ou cansada da solidão.
Ela quer muito mais.
Quer o oficial, o relacionamento exercido e operante...quer o que sempre pretendeu e não conseguiu.
Um marido . Mesmo que só de nome. Presente, atuante.
A vida está se indo...assim como os filhos.
Meio depressa, meio vazia.
No momento,ela faz o que pode e o que não pode.
Esconde o jogo com certeira decisão .
Joga em trapaça ,se lançando de modo cuidadoso,
curioso ,mostrando apenas uma sensual intenção.
Palavras das mais auspiciosas.
Mede com cuidado obstinado suas observações.
Os atos. Os laços devassos . O alimento. A dose.
A farofa, o melado.
Tudo bem bolado e não cai em contradição.
Comidinhas, temperos exatos , bebidinhas e os papos 'sem lenço e sem documento'...
Muita descontração...
'-Você é o meu tesão!'
Sexo em profusão.Maior paixão!
A empática alma gêmea !
Ele,se achando esperto, querendo o relax... pensando que está no controle da situação para gozar oportunidades de um caso sem conseqüências.
'- Vamos viver!'
Ledo engano.
Quando menos esperar será fisgado por alguma outra razão, num mesmo contexto abstrato 'do antes ' da polvorosa relação.
Mulheres de vida intensa ,
depois dos quarenta...vividas, espertas,
fazem do suposto esperto ...um cão bobalhão.
Ela - em alguns casos que se vê , também , por aí.
Preconceito? Não .
Constatação.