Leves Fragmentos Solitários - XXX

Agora Patinha, quero ver a sua versão dessa história.

Saímos recolhidos num táxi, direto para o Loft. Saímos, para perder toda & qualquer noção de realidade. Saímos para recriarmos nossa realidade, alicerçada no bom da vida & plena de carinho. Decoramos o loft de acordo com nossa (louca) imaginação, transformando-o no Porto seguro de sua Ilha & de meu Jardim. Nos entregamos ao prazer (todos os prazeres). Fazemos amor alucinadamente (orgasmos sem fim...), preparamos aquele talharim verde, temos discussões acaloradas a respeito de todos os assuntos - que sempre terminam em beijos molhados & gargalhadas (lógico). Tomamos nossos banhos perfumados, cercados por velas acesas (aquelas amarelas), ouvimos nossas músicas prediletas & cantamos de mãos dadas na madrugada. Viagens & viagens... Visitamos os continentes, as maiores megalópoles & as mais minúsculas vilas do planeta. Provamos todos os sabores do mundo. Impossível esquecer o champagne leve & frutado que saboreamos na sacada daquele hotel (em cima do penhasco), tendo como pano de fundo o indescritível mar da Grécia. (Estávamos ouvindo La Vie En Rose - cantada por Grace Jones). E como não sentir saudade do sabor das uvas & do precioso vinho que experimentamos naquele mosteiro do século XIV, transformado em hotel, na região de Chiantti? É gostoso aprender novos idiomas com você, mundo afora. Jet’aime - Te voglio tanto bene - I love you - Eu te amo.

Vez ou outra voltamos para nosso lindo Loft, para melhor apreciarmos as fotos & lembranças de nossas muitas viagens. E convidamos alguns bons amigos para jantar - apresentamos as novas receitas que colhemos pelo mundo. Numa dessas noites tranqüilas, você me proporciona uma longa sessão de massagens, esfregando meu corpo com óleos perfumados, declamando suas poesias & me fazendo realmente acreditar no quão especial sou para você.

Noite após noite, descobrimos juntos, novas formas de amar & sentir prazer. Já faz tempo que o simples toque de seus dedos me faz gozar, & buscamos agora o meu orgasmo através de seus olhares. Chegaremos lá. Acredito que não há limites para nós.

Acredito que não há limites para minha imaginação...

Você, senhor das minhas melhores horas, guardião do meu Jardim Secreto, único conhecedor dos caminhos do mais intenso prazer. Não posso reclamar, pois sou infinitamente afortunada. Mas dói a sua ausência em minha casa. Dói quando entardece no Sábado & sei que não posso vê-lo. Dói quando meu corpo reclama aquele carinho que só você sabe fazer. Dói quando, durante o orgasmo, minha boca busca a sua sem encontrá-la. Mas passa. Sempre passa. E a segunda-feira sempre irá chegar. E tomaremos nosso café & fumaremos nosso cigarro. E faremos mais uma refeição juntos. E o gosto do café mais uma vez nos deixará com vontade de beijos na boca. E talvez, tenha que passar no banco novamente. E talvez, realmente entraremos naquele táxi.

Peixão89

Leves Fragmentos – 1999-2000

Peixão
Enviado por Peixão em 13/03/2010
Código do texto: T2136825
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