A RELIGIÃO SOB AS LUZES DA RAZÃO E DA EMOÇÃO

A RELIGIÃO E AS LUZES PRECIOSAS DA RAZÃO E DA EMOÇÃO

A razão explica, o coração compreende. Tais condições, porém, não são excludentes, pois, fertilizam-se mutuamente: o coração constrói a base sobre a qual a razão deve se apoiar. A fé pertence a esse âmbito. Entretanto, estudiosos das ciências humanas como Pascal, Espinosa, e Descartes - só para citar alguns observam que o “coeur” pascaliano nada tem a ver com pieguices nem traduz qualquer espécie de sentimentalismo. Na prática, temos percebido que na relação razão - emoção, os extremos são ineficazes, isto é, os cultos de adoração e louvor puramente intelectuais e aqueles totalmente ou quase totalmente dominados pela emoção, são vazios; na medida em que não produzem frutos de arrependimento do pecado, não preenchendo o vazio de Deus no coração do homem.

Cremos que há de se harmonizar no culto à Deus, a junção desses dois elementos, pois ambos são constitutivos do ser, não esquecendo que, de uma forma ou de outra, porém, segundo o salmista Davi - "Deus nunca desprezará um coração quebrantado e contrito"

Entrementes, se muitos ou alguns apologistas do racionalismo extremo se apoiam em Rom 12.1,2 : “Rogo-vos pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”...

Os teólogos e estudiosos da Bíblia sabem que nenhuma prática deve ser amparada ou fundamentada num único versículo sem que se tenha feito uma exegese completa - sob o princípio de que a Biblia explica a própria Biblia. Cremos que o referido texto que aponta para o culto racional serve como uma advertência com relação às práticas nas quais a emoção não se harmoniza com a razão, como também creio que não devemos desprezar a exposição dos salmos como um modelo – sem prejuízo da racionalidade – para adorar e glorificar o nosso Deus.

Nada obstante, o que nos parece essencial no ato de adorar e glorificar o nosso Deus é que estejamos impregnados de sua palavra não só na mente como no coração, e o culto, á luz do exposto deve conter em harmonia, necessariamente, esses dois elementos constitutivos do ser: razão e emoção!

Gilberto Maia Lorenzo