Leves Fragmentos Solitários - VII
Se, em algum momento da vida, você explodir de tesão, pode ter certeza de que passará pelo que ando vivenciando nesses últimos meses, talvez, mais de um ano. É tesão na mais completa razão de ser. O supra-sumo, o ápice de tudo, a mais pura orgia sideral, atemporal, & qualquer outra coisa que possa nominar o tamanho do prazer que venho sentindo. Um mega-show com tudo que se possa imaginar de pirotecnia existente. É o mais puro bálsamo para o corpo & alma que qualquer ser humano possa ter nessa & em qualquer outra vida. Nunca vi uma mulher ter tantos orgasmos em tempo tão curto. É impressionante a delícia que é tocar cada parte de seu corpo. Tudo remetendo ao mais pleno prazer. É prazer de ver, sentir, cheirar, beijar, chupar, morder, abraçar. Um prazer que suplanta todas as expectativas. É um prazer delicioso, safado, bem-quisto, canalha até por todas as circunstâncias, mas, extremamente maravilhoso. Ah! Levaria horas, meses, anos, delirando sobre tudo isso. Sobre essa loucura inominável. Uma paixão desenfreada que extrapola todos os sentidos, todos os sentimentos, vividos intensamente em cada momento. Muito texto, muita poesia, muita conversa vai ser explorada de tudo isso. Não é para menos. É um turbilhão arrastando para o lago do prazer cada dia que passamos juntos. Superlativo absoluto como você mesma disse. Um show de bola em cada oportunidade que temos de passar alguns momentos entre quatro paredes, sem a interferência de nada & de ninguém. O que nos falta, é um local mais apropriado para nos deleitarmos de tanto prazer sem os odores massacrantes que nos perseguem naquele parco reduto. Depois de cada encontro, nos permitimos uma leveza sem precedentes. Sentimos tal êxtase que, se possível fosse, nos abandonaríamos ao sono, à preguiça, ao ócio por um tempo indeterminado. Mas, pelas mesmas circunstâncias, somos obrigados a marchar rumo aos nossos destinos, sempre com aquele “que” de querer mais & mais, & mais, & mais. Um limite que nos cerca por todos os lados. Talvez, com toda essa zona de tempo, sem tempo, é que estamos nos amando cada vez mais & melhor, aproveitando cada segundo. A ponto de perder o fôlego. Buscando no fundo da alma para chegar ao zênite final, & arrancar forças sobrenaturais para enfrentar o fim do dia que nos espera, com tudo que ainda possa nos reservar. Força não nos falta, pois do contrario, estaríamos irremediavelmente perdidos. Só pode ser a mais inimaginável loucura. Realmente, estamos extrapolando todas as medidas. É quase irresistível não tocar naqueles seios, não passar a mão por aquela bunda, não beijar uma infinidade de vezes aquela boca, não provocar os mais lancinantes orgasmos. Sentir todo o seu corpo colado ao meu, sentir cada batida do coração, a sua respiração. Sentir você gemer em cada gozo. Sentir cada tremor ao mais leve toque. Sentir toda a sua felicidade em cada orgasmo. Sentir você até encabulada depois de cada trepada. Rir do seu riso em gozo. E se sentir satisfeito por você sentir tanto prazer. Isso é show. É um tesão sem limites. Estamos tão próximos desse limite. É tesão demais.
Estou viajando nas ondas do rádio, ao som de Led Zeppelin, & me pego de sobressalto pensando em você. Fico maturando o tempo, procurando o que fazer para que as horas passem depressa, para poder escutar de novo a sua voz, para sentir o seu cheiro, para tocar o seu corpo. Para roubar um beijo de manhã, para tomarmos um café, fumar um cigarro & falar de amenidades. Sim, é assim simples. E nessa simplicidade construímos uma torrente de paixão fantástica. Na verdade, o que está tocando é Deep Purple. Bom, a música sempre é importante, pontuando cada lembrança, cada momento. Ainda teremos o prazer de ter prazer ouvindo coisa melhor do que andamos escutando naquelas quatro paredes, com todos os requintes que toda essa loucura merece. Ainda teremos uma cama mais confortável, um cheiro mais agradável, o tempo sem pressa, um dia inteiro, uma noite quem sabe, também, para nos entregarmos de corpo & alma ao prazer, sem ter que sair correndo alucinadamente por essa Paulicéia desvairada.
Peixão89
Leves Fragmentos – 1999-2000