AS CANETAS QUE VITIMIZAM OS CULPADOS

Recentemente vi uma entrevista dum psicanalista muito conhecido que falava do norte sociológico pelo qual se conduz a nossa sociedade, e penso que talvez o mundo de hoje, embora no espaço chamado de PRIMEIRO MUNDO as sociedades cobram bem mais dos seus componentes e políticos, não havendo muita conversa depois que o leite é derramado.

Naquela entrevista, o psicanalista nos elucidava o surgimento duma nova "ciência sociológica" (não a jurídica) advinda da cultura da VITIMOLOGIA, que exemplifica em muito o que vem ocorrendo no nosso meio, quase um movimento social.

Não vou me ater muito nos detalhes do que lá foi dito, porque muito longe estou da notoriedade daquele psicanalista e posso muito bem ser mal compreendida.

Porém depois daquela entrevista, por SENTIR EXATAMENTE ESSE MOVIMENTO VITIMOLÓGICO NO NOSSO MEIO, eu não tive mais dúvidas de que as políticas sociais têm tirado o DIREITO das pessoas que constroem o país, em detrimento dos que ficam de braços cruzados esperando serem caracterizados como vítimas do meio.

Exemplo do que falo, e confesso a todos vocês que me lêem, que falo estarrecida com as últimas notícias sobre o caso do menino do Rio de Janeiro, o João Hélio, depois que um de seus assassinos foi solto e ENCAMINHADO PARA O PROGRAMA DE PROTEÇÃO A VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES AMEAÇADOS DE MORTE,do governo federal criado em 2003, mesmo após ter se envolvido em uma tentativa de homicídio dentro da instituição. Bonzinho esse homicida vítima.

É surreal essa história.

Será que, nessa política de VITIMOLOGIA SOCIAL, não daria para transformar nós, cidadãos de bem, EM VÍTIMAS PERENES DO MEIO?

Como inverter os papéis dessa maneira amparados pelas canetas das leis que se criam, sabemos nós com quais intenções?

Dizem que todos temos direito a vida.

Pois bem, indubitavelmente, eu também acho.

Só que vidas preciosas estão se perdendo nos campos da nossa guerra civil mais que infiltrada no meio. Vítimas verdadeiras são os Jõoes Hélios de todos os tempos que se acumulam anonimamente pelas esquinas, e difícil acreditar que algo profilático esteja sendo feito.

Vítimas somos nós, cidadãos comuns, reféns de certas urnas, e das ávidas canetas que delas advêm, que vitimizam TANTOS culpados por inúmeras barbáries que vemos nos diversos seguimentos da sociedade, em todas as suas instituições.

Torço que n'algum dia exista, de fato, apreço respeito e PROTEÇÃO pela vida do comum cidadão, aquele que é a força motriz do país e que sem o qual, sequer a força das canetas se bastaria.