Meu silêncio é de ouro
Não espere que a noite siga seu curso
dentro das minhas horas soltas...
eu faço os meus planos e neles meus
desmandos...guardo meu tempo para os versos...
guardo as falas todas em descontrações...
não assumo teatro de horrores...não assimilo negociatas...
Abrem-se hiatos nos espaços povoados...
nos diálogos inexatos...
mas sobram canções e expectativas de horizontes
no amanhecer que se aproxima...e a pequena lágrima
que baila na retina insistente ...faz brilhar o
verde da íris...
mas se todas as palavras jogadas fora...
tivessem alguma serventia...não se guardaria
nas dobras da noite...pois que se perdem nas
brumas densas...
regem os conselhos mais experimentados...
que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro...
nesses silêncios que me guardo solitária
beijo o infinito e abraço um mundo que aos
poucos desvendo...mas que me pertence somente...
A paz dos meus silêncios solitários
tem um preço incomum...que não se paga
em tempo...não se paga em gestos...
mas se ganha em sabedoria...