Desabafos Solitários - LXIX

Pode faltar tempo, pode faltar assunto, podem ser bobagens, podem ser loucuras, pode até não ser nada. Mas parado não posso ficar. Uma vez em movimento, o curso do rio não pára. Mesmo represado, sua correnteza sempre estará lá. Se não é o melhor caminho, é o que sei no momento. É o que percorro. Mas é sempre em direção da luz. Parece até brincadeira. Mas acredito que todos os caminhos levam para a luz. Patinha, você vai rir disso, com certeza. E me achar até infantil. Mas rir & brincar, também fazem parte do caminho. Tudo está lá & às vezes não conseguimos enxergar direito. Parece rodeio, mas esta, está sendo a forma de desabafar a minha ira hoje. Já lhe disse muitas vezes, que não sou de ficar remoendo minhas neuras. Gosto de falar muito, de explicar, de fazer-me entender, mas parto para a briga com a mesma vontade que ataco um prato de comida quando estou com fome.

Não sou o dono da verdade, nem nunca tive essa pretensão, nem quero ter. Mas, me revolto com o descaso & a falta de caráter de certos indivíduos. Principalmente, quando não valem nada. Posso não ser o mais certo, nem o mais justo. Posso ter diversos defeitos, consciente de que tenho, & muitos. Sei que cometo meus erros, & não são poucos, mas certas coisas são completamente absurdas & inconcebíveis. E essa sacanagem não pode passar em branco. Isso me irrita tanto, que acabo me descontrolando. É mais de 1:00 da manhã, & perdi até o sono, tamanha a raiva que me tomou as atitudes daquele cretino. Você pode até falar, que eu estou pré-julgando o infeliz. Pode até ter lá, a sua razão. Mas é difícil conviver com essa cretinice. Isso é um disparate. Sei que poderia estar aqui falando de coisas muito mais agradáveis, mas têm momentos que é preciso deixar um pouco de lado aquilo que mais nos toca, & enfiar o dedo na ferida. Pois é isso que temos que fazer, para não se arrepender amanhã por omissão. Para não ficar reclamando da falta de uma atitude mais pertinente. E justiça seja feita, ninguém merece mais crédito & mérito do que nós, ninguém. Outros, também têm lá, seus valores & méritos. Mas também aproveitaram o esforço com alguma recompensa pertinente. E para nós? De novo, só um tapinha nas costas? E aquele, “valeu pelo esforço!” Nem pensar. Tanto esforço não pode ficar só nisso.

Peixão89

Desabafos 2 – 1999-2000