Princípio, Meio e Fim (esboço)
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele" (João 1:1-3).
Entendo essa passagem bíblica como sendo o verbo a ferramente a qual o Criador pode dar andamento a sua obra, sendo como o cinzel para os escultores, o pincel para o pintor...
O verbo pode ser tido como verramenta primordial por conter em si a força de ação, de romper o estado inércial e dar início a toda uma obra que resulta no substantivo.
Se vermos, por exemplo, a criação do mundo, usando a ponto de vista bíblico, temos no verbo, na força de ação, a capacidade de esculpir algo, no caso a terra que por si só é simples substantivo.
Seria como um poeta que ao pegar um lápis e um papel começa a poetizar, a obra resultante é um poema que por si só, nada mais é, do que uma folha cheia de rabiscos. Por isso afirmo que o substantivo seria o meio, o beta ao qual se refere a bíblia quando diz que Deus é o alfa (início, o verbo), beta (o resultado da obra, o substantivo) e o ômega seria o adjetivo, seria a valoração que damos a uma obra.
Sempre que um artista finda seu trabalho ele assume o papel de apreciador de sua obra e passa a qualificá-la, por tanto a tarefa qualificadora seria o marco final de uma obra, quase tão importante quanto as demais, visto que se o artista não tiver gostado do resultado poderá descartá-la, ou melhorá-la. Não digo que ela é tão importante quanto as demais pelo fato de elas somente vir a usada quando a obra estiver pronta, sendo assim, depende muito do alfa e do beta.
Poderiámos tranquilamente retirar a parte qualificadora do processo, deixar no estado intermediário, mas entra aí um problema: para que fazer algo que não será apreciado sequer por seu criador? Seria como gastar anos fazendo algo que no fim ficaria escondido no fundo do armário. Certo é que podemos ver as coisas como realmente elas são tirando o exacerbado véu de valores que colocamos, afinal de contas um quadro é apenas uma tela cheia de rabiscos que podem ou não ter um significado, mas entra um questionamento: de que serve a arte se não para ser valorada?