Odeio sopas e sapos

(alegoria da gênese)

Tudo o que o homem cria e produz é fruto do que sente e está intrínsecamente ligado ao resultado, então os resultados são somente o reflexo dos mais variados impulsos, nada é criado nada é feito tudo é simplesmente convertido, é como criar leis para uma máquina que foi inventada por alguém e essa análise e produção acerca do invento continuasse sendo feita numa progressão no tempo que é também uma máquina similar entende...

O homem deu significado á tudo o que existe, então as "especulações" acerca do que existe é o resultado condicionado à forma de sentir e perceber tudo. Criamos um invento e tentamos provar que o mesmo é verdadeiro através da construção cultural* sendo que esta palavra abrange tudo o que diz respeito á produção humana e suas sub divisões. Você consegue entender que quando criamos nos deixamos envolver por essa sujeição as limitações que somos por sermos meros frutos de uma percepção natural sensível de acordo com nossos mecanismos e compreensão "sensível". E o cérebro com a capacidade de processar e inteligir não seria também a sensibilidade dos sentidos como se fosse os tentáculos dos tentáculos? Tudo o que digo agora é fruto de um estado de depressão profunda, pois me envergonho e tenho nojo de escrever. Todos temos os mesmos sentimentos e percepções e o que digo agora ainda será repetido infinitamente no consciente coletivo e de forma imperceptível ene vezes e infinitamente. As musas como forma singular de motivação artística não são por si só arte: precisam de um idiota romântico que as enxergue com seus olhos apaixonados, com seus sentimentos criados, nisso temos um resultado distorcido: uma descrição da musa feita pelo imbecil e daí estudos e acerca da produção ilógica. Completa-se assim a construção através do repasse aos outros indivíduos do objeto do estudo (a musa depois de vista). Como foco de estudo temos a construção que por si só não é nada.

Se não houver sentidos que nos liguem á nossa ordem natural não sei explicar o que pode acontecer, talvez nada, mas há o risco de não haver compreensão indireta havendo outro tipo de existência que não seja semelhante a "pedras". Há um bloqueio mental aqui pois esta existência é inteligível à nossa compreensão e creio que este bloqueio se deve á aniquilação dessa antiga existência atual que faz de tudo para se manter, afinal o único objetivo dela é continuar no viciante movimento de se manter, por isso temos medo da morte, e medo de progredir deixando este estágio não para a morte mas para outro movimento que não seja dependente da vida na forma de principal fundamento ou prioridade para si.

É engraçado por ser bem subjetivo, não busco a luz pra clarear o caminho e sim iluminar os olhos e minha face, dessa forma desprezo a busca, só restando o caminho que só diz por onde e como se consegue repetir a ação que leva a tudo menos a resposta. É preciso antes de tudo, clarear a própria fronte e descobrir uma forma de se chegar ao destino almejado sem se mover, e dessa forma não ficar preso na viciante busca que não leva a nada. A resposta já está plantada no ser, só não conseguimos a forma correta de codifica-la para assim podermos decodificar seu significado. Todo o conhecimento que temos hoje é o resultado de uma progressão de valores culturais assim como das atividades religiosas estimuladas pelo questionamento feito as ordens naturais do nosso universo. Se vivêssemos em outra realidade/dimensão teríamos desenvolvido outra forma de inteligibilidade ou quem sabe uma forma de conhecimento material/”materilível”. Não é difícil criar outra ordem de desenvolvimento para a humanidade, é só destruir tudo e começar novamente, mas para isso preciso dispor de condições e poder que vai além do meu alcance, mas ainda posso elaborar e realizar um projeto “piloto” dentro de alguma caverna subterrânea, mas o processo de desenvolvimento seria muito lento e precisaria desenvolver uma mecânica funcional bastante resistente e sofisticada com leis irrevogáveis de auto suficiência.

É mesmo bem estranho, uma pessoa do século XXI usar de reformulações da ordem natural como meio de aprimorar a busca por ruptura com as formas de entender o mundo tentando criar uma outra ordem idealizada e sem cabimento não sendo possível sua justificação tanto no presente quanto no futuro, mas possível apenas no passado, por isso deve ser imposta de forma catastrófica como Armagedom. Assim como nos foi imposta uma condição/situação para que surgíssemos é preciso criar uma condição/situação para criar algo melhor ou superior, ainda podemos ser a água ou sei lá que líquido estranho, com algo parecido com pó e algo parecido com calor, que provavelmente gerou os primeiros seres vivos. Se a vida pode ter surgido de uma minúscula sopa cósmica ainda podemos ser o fator que poderá propiciar uma nova história e uma nova “realidade” que seja mesmo real de verdade ou o oposto dessa farsa em forma de cultura que desenvolvemos até então.