HAITI: MEU DEUS, POR QUÊ?

Ensaiar o mistério do MUNDO e todas as sua manifestações incógnitas, tem sido um desafio que já faz parte da história da humanidade.

Filósofos, cientistas, religiosos e demais seres humanos tidos como comuns sempre buscamos explicações para o tudo que nos cerca, porém, na realidade os tempos passam e as perguntas ficam, na minha curta opinião, sempre sem respostas concretas.

A meu parco ver tudo que emana do Homem para explicar mistérios...é só conjectura. Nosso alcance é limitado e longe estamos de tudo explicar.

Outro dia lendo um livro de base teológica vi lá um pensamento que diz que o problema da humanidade é que a mesma busca e caminha pela sua "independência", e o autor do texto procurava lançar a ideia de que todos deveríamos ter a consciência de que temos um cordão umbilical com o Criador, mas que no decorrer da nossa fictícia existência "'onipotente", cortamos o cordão e passamos a caminhar como se tivéssemos a capacidade de direcionar nosso próprio destino.

Um assunto vasto que uma vida não daria para esgotá-lo.

Enfim, todos lançam as suas ideias, crenças e suposições mas o fato é que quando nos deparamos com mais uma tragédia dessas que agora assola o Haiti , a deixar o mundo inteiro boquiaberto, quando mal se abriram as portas dum ano novo cheio de esperança de dias melhores, a primeira pergunta que nos fazemos, mesmo que muito inconscientemente, e apesar da fé que cultivamos é: "Meu Deus ,por quê?".

Eu mesma tenho me perguntado sistematicamente ao tudo que vejo nesse nosso tempo contemporâneo e sob o meu medo confesso , afinal, "que mundo é esse?".

Como explicar cenas tão chocantes que ocorrem no solo dum já tão sofrido povo? Seria o meu medo uma espécie de fé negativa, como já me foi dito?

Como explicar a morte duma mulher como a doutora Zilda Arns, de forma tão trágica, alguém que dedicou a vida inteira nas tão dignas missões da pastoral das crianças?

Às vezes me pergunto se o mundo sempre foi assim ou se a revolução da era informática nos permite vivê-lo mais "online", aguçando as nossas mais íntimas angústias.

De toda sorte acredito que vivemos um período alarmante da nossa história e a impressão que tenho é que a natureza nos coloca em check.

Nenhum movimento, nenhum ato da humanidade, nenhum pensamento sequer subsiste sozinho. Somos todos uma complexa e quântica trama.

A lei é universal: A cada ação uma reação...colhemos o que plantamos e "quem planta vento colhe tempestade". E parece que plantamos tufões...

Penso ser essa a mensagem que o planeta Terra sistematicamente nos tem dado.

O LIVRO SANTO registra muito bem o caminho que a humanidade seguiria e eu não estou aqui fazendo pregação religiosa, apenas citando que uma prospecção milenar, seja ela religiosa, filosófica ou científica, já foi muito bem feita quando alguém apenas observou o comportamento da raça humana, e que parece se cumprir nesses nossos tempos.

Fome, miséria, epidemais, guerras, tragédias naturais, violência entre os homens, desespero. Afora todos os tipos de lamentações advindas do que nossos olhos se negam a acreditar...

Não existe problema dum único povo, o problema é NOSSO, da HUMANIDADE. Somos um trincado planeta Terra, um todo muito confuso e sucateado, a flutuar num espaço que pouco entendemos, de dimensões misteriosas, DE PROJEÇÕES OBSCURAS ao poder do nosso limitado consciente.

Se não fosse a minha forte crença num Criador, a de que há um único e poderoso comando disso tudo, num grande propósito que foge ao nosso entendimento, chegaria a cometer o pecado de acreditar que estamos a deriva, e sentiria muito dó de todos nós.

Mas a esperança é dom irrefutável e necessário.

Recentemente ao ouvir uma declaração emocionada dum munícipe de São Luís do Paraitinga - SP via televisão, que frente à tragédia da sua cidade declarou "construiremos tijolo a tijolo uma cidade mais linda ainda!", sinceramente, lacrimejei de emoção.

A mim, tal depoimento me remeteu a existência dum PAI que unge seu filho de esperança para caminhar sobre espinhos, a fim de vencer os obstáculos em nome da fé.

É o que temos que pedir ao nosso Deus, seja ele qual for.

Que nos una enquanto povos de todos os continentes desse PLANETA TERRA que ora convulsiona, que nos dê forças frente a tantas adversidades, que ilumine todos líderes, enfim, que nos una a todos para que juntos encontremos o melhor caminho para o bem comum.

Que Deus escute essa minha prece.

Deixo aqui o meu coração combalido-apesar da esperança que nutro- a todos que enfrentam as tragédias universais, e minha especial homenagem à doutora Zilda Arns, a quem devemos reverências pelo belo e ILIBADO exemplo da sua passagem terrena.