Pôr do sol - Cap I

Pôr-do-sol

P.S. - Adoro criar, por isso, escrevi alguns capítulos de um romance que chamo de livro... rsrsrsrsrssr, leiam o primeiro capítulo, é divertido! Quem sabe, descubro alguém que me convença que terei futuro nisso...

Capítulo I – Os laços

Quinta-feira, tarde ensolarada, a luz do sol visivelmente resvalecendo em meio às entrelinhas do dia quieto que terminara em pouco instantes. Luíze Admirara como ninguém todos os dias a espera de algo novo que mudasse sua vida, mas não sabia o quê, apenas que desejava algo. Sentia que estava por perto, mas não entendia. Achava que seus pensamentos de profundo mistério fosse obra do lindo pôr-do-sol que admirava naquele momento entrar pela janela de sua casa.

Criada desde o nascimento pelos seus avôs e nunca conhecera seus pais, perdeu sua avó quando tinha nove anos e ficara apenas com seu avô desde então até seus atuais dezenove anos e que também acabara de perdê-lo há exatos 14 dias. Sr. Robin Vale, Vô Robi, como o chamava, era sua grande inspiração de vida, Ize, como era chamada por ele. Juntos, sempre que a tarde chegava admiravam o pôr-do-sol.

Robi acreditava que o pôr-do-sol era chave para os mistérios da vida. Segundo ele, quando se tinha algo a questionar, de alguma forma se obtinha a resposta através do pôr-do-sol e quando se ama de verdade, a mágica do amor é evidenciada plenamente sob ele. Antes, ela ria com a imaginação fértil do avô, agora sabia da importância que tinha suas palavras de sabedoria naquele momento de perda.

Sentindo o vento bater no rosto como uma alvorada, Luíze sentia o cheiro de Robi debater em seus cabelos, arrepiando seu corpo. Seu avô jamais aceitaria tristeza em sua vida e logo se conteve para não chorar. Pobre e sem muitas escolhas, viviam numa casa simples e humilde, sobreviviam do rancho que agora herdava com orgulho e que jamais se desvincularia dessa lembrança preciosa. Robi sempre incentivava sua neta a procurar o seu destino, e ela se recusava, querendo apenas a presença dele e nada mais. Mas agora não sabia como seguir esse destino e nem por onde iniciar essa intrigante estrada.

No dia seguinte, acordou disposta, se recompôs e colheu frutas e verduras de suas plantações. Pegou sua bicicleta, desceu a rua deixando seu lindo rancho para trás e seguiu em meio aos bosques em busca do centro da cidade de _____________. Ao chegar lá, avistou seu único e fiel amigo Brian na porta do mercado e o abraçou fortemente, exprimindo sua saudade. Entregou-lhe a colheita trazida numa cesta acoplada ao seu transporte.

Ela o tinha como um irmão, mas ele alimentava uma paixão de infância por ela que permanecia ardente e voraz desde um beijo que haviam dado quando criança, debaixo de uma figueira, no rancho.

Todos os sábados eles passavam o dia juntos no rancho apreciando as belezas naturais de lá e Brian passava a semana esperando esse dia chegar para apreciar a companhia da amada sem ninguém por perto. As árvores, as rosas, os plantios, os pássaros e as águas ficavam pequenos na presença dela.

- Ah Luíze, como você é linda, se soubesse... - Brian indagou baixinho e foi interrompido por Ize:

- O que disse?

– Nada. - respondeu ele sem coragem de exprimir a verdade que guardava anos e anos e que ela não percebera.

Ize seguiu de volta ao rancho para voltar a cuidar das plantações e Brian ficou hipnotizado até ser chamado por sua tia Laura para voltar ao trabalho. Brian viveu com seus pais até os 12 anos, quando um trágico acidente de carro interrompeu sua vida junto a eles. Desde então, sua tia Laura o acolhe na cidade grande para estudar e trabalhar, e sua tia sempre o incentivava nisso. Aos 20 anos e cursando o último ano do ensino médio, ele recuperava muito bem o tempo que perdera sem estudar.

A vida de Brian Lee sempre foi preenchida com a vida de Luize Vale, criados praticamente juntos, seus avôs eram muito amigos. Perto dela, Brian não tinha medo de nada, apenas da distância imposta pelo destino algum dia, apenas suposição, mas sabia que jamais suportaria. Tentando seguir os conselhos de Robi, ele sempre tentava desabafar com Ize seu amor, mas era interrompido pela mesma se referindo à linda amizade dos dois. Brian morria ali, sem mais forças para lutar, se sentia um fraco. Mas a paciência era uma virtude dele, esperaria quanto tempo fosse preciso, embora esse amor aumentasse a cada dia.

Na manhã de sábado, raios de sol adentram o quarto de Ize e ela se acorda num bocejo alegre de quem esperava o sábado tão quanto Brian e exprime sua beleza espreguiçando-se sob a luz do dia. De repente se assusta com a presença do Sr. Lee sentado na cadeira ao lado de sua cama, admirando-a.

- Está maluco, quer me matar de susto? - Pergunta Ize confusa e envergonhada.

- Bom dia para você também, e a propósito, por que o susto se sempre fiz isso? – respondeu ele, se referindo as chaves que tinha.

- Bom dia! Mas é que o sol acaba de nascer, e você...

- Vista-se! O nosso passeio vai ser o dia todo, vou preparar nossa cesta – interrompeu Brian.

A vontade dele era envolvê-la em seus braços e riu lembrando-se do espanto dela ao vê-lo no quarto.

Seguindo no passeio, caminharam pelas encostas do rancho e admiraram cada parte da paisagem e conversavam por todo o percurso. Cansados, pararam e comeram parte do que havia na cesta sob a sombra de uma oliveira.

Satisfeitos com a alimentação ingerida, encostaram suas cabeças na árvore e cochilaram. Quando acordaram, observaram que as horas haviam se passado, e não haviam percebido e rapidamente tornaram a caminhar de volta para casa. Luize correu até as encostas avistando o lindo pôr-do-sol que se iniciava naquele momento e fitou Brian por entre os ombros querendo avisá-lo o que vira. Brian desceu a bagagem rapidamente sobre o chão sem bater os olhos sob o que também passara a ver. Naquele momento ele entendia perfeitamente o porquê da veneração do Senhor Vale pelo pôr-do-sol. Era absolutamente perfeito. A luz do sol que se despedia das montanhas resplandecia sobre a beleza da natureza e agora sobre o rosto de sua amada. Mesmo esse passeio sendo repetido todo fim de semana durante todo o tempo que se conhecem, os dois nunca haviam ficado para ver o pôr-do-sol.

Ize, impulsivamente se deslocou até o lago. A água caia sob pequenas camadas de rochas, imitando uma cachoeira, parecendo ainda mais lindo com a luz do sol. Hipnotizada com o encanto do que via, Luize disse a Brian que confiasse nela e que a esperasse antes de fazer algo que sempre tinha vontade fazer. Curioso e sem entender, Brian a fitou e continuou a seguir com o olhar.

Tirando peça por peça, Luize delicadamente soltava suas roupas sobre as pedras que antecediam o lago. O coração de Brian disparou e sem forças sentou-se sobre a bagagem como se não estivesse acreditando no que via, para ele era uma miragem. Sempre admirava a beleza dela, mas agora, era espetacular, e observou cada detalhe do corpo iluminado de Ize. Seu amigo foi sempre muito respeitador, mas não lembrou sequer de desviar o olhar, estava hipnotizado.

Estava totalmente despida agora e tudo agora passava a ser ainda mais lindo para ele. Os olhos dela não eram castanhos como pensava, e sim doce e brilhante como o mel. Sua pele branca dava a impressão de ser aveludada, além disso, clareava como o sol e encantava como a lua. Suas curvas perfeitas deixavam-no maluco a ponto de perder as estribeiras. Nunca pensava de ver algo tão lindo e perfeito. Meu Deus! Pensou Brian. Seus cabelos claros levemente ondulados e acetinados eram balançados pelo vento. Parecia a água quando iluminada pelo brilho do sol. Sua boca carnuda e corada era tão singela quando se mexia que se compara a um botão de rosas vermelhas brotando levemente.

Era mágico. Parecia um filme em câmera lenta. Ize mergulhou no lago e nadou como uma sereia, ele conclui: ela nascera para o sol assim como a sereia nascia para a água. Quando voltou da água para se vestir, Brian notou que não conseguia controlar sua excitação frente a tanta exposição magnífica. Parecia mais uma moldura, uma pintura de algo que superasse qualquer coisa já existente, e não exagerava.

Sabendo que ela nunca havia estado intimamente com um homem na vida, tornara o momento ainda mais puro e belo. Ele sim e Ize sabia da mulher bem mais velha – 20 anos – que se aproveitou dele quando tinha 14 anos. Era uma viúva carente, muito bonita e vizinha que se despedia da cidade e que para ele nada representava e não contava como prazer e sim como um trauma já superado. Embora tenha gostado do ápice que havia alcançado no momento como todo adolescente, entedera depois o abuso que ela havia feito e que, além disso, não havia nenhum sentimento por ela e sim por Ize – a moça que via em seus pensamentos quando o prazer explodia com a viúva. Por isso, se pudesse receber sua amada em seus braços seria como se nada disso tivesse acontecido.

Com medo que ela notasse, mesmo sabendo que não o fitava, parou de olhar e tentou se controlar. Estava desejando mais do que nunca mergulhar naquele corpo, naquele íntimo, profundamente... Mas não podia, respeitá-la estava acima de qualquer coisa.

Ela se vestiu e andou até ele, que não a esperou furioso com o que ela o tinha feito sentir, saiu antes mesmo que ela o alcançasse e andou depressa. Mesmo sem entender no primeiro instante, sentindo-se culpada e arrependida de ter tirado a roupa, isso porque achou que fosse apenas uma questão de respeito e não de desejo e amor.

continuo cap II dependendo da aceitação...

KLÉA MEIRELES
Enviado por KLÉA MEIRELES em 26/11/2009
Código do texto: T1945474