No tabuleiro.

21/11/09 "I"

Uma ‘rosa’ perdida chora triste num canteiro abandonada,

Uma figura que também precisa de meiguice, de carinho, e mais nada,

Uma fina flor que em botão, desabrochou para a vida,

Emprestou um tanto de sua formosura e depois foi esquecida,

Uma ‘rosa’ que com o encanto corrompeu quem a viu,

Entre as folhas lhe deflorou, foi embora nem se despediu,

Levou junto com o aroma um pouco da graça quando partiu,

Desviou a seiva que favorece a existência pelos rumos que seguiu,

Uma ‘rosa’ que sem sorte, ficou a deriva e despetalou,

Que por singeleza e inocência ao primeiro olhar se entregou,

Selvagem mas verdadeira, abandonou a deriva sua fragrância pelo ar,

Despertando nas múltiplas conluiadas o mesmo desejo de voar,

Mas não fora a ‘rosa’ neste jardim o seu afeto a perpetuar,

Não poderia o jardineiro novos diagramas querer traçar,

E ele por conivente, foge em desespero sem perceber a demarcação,

Não sabe que a rosa tem sentimentos, que também busca a emoção,

“Rosa”, façanha, que nem tão ‘rosa’ é, com o tempo já amarelou,

Presente num passado de ternura proibida que ficou,

E na reserva do falso juízo, outras ‘rosas’ outros tormentos,

Flores que foram semeados em outros jardins de sofrimentos,

Mas as aragens silenciosas ainda embalam este sonho primeiro,

Despertando as fantasias de outras tantas ‘rosas’ no terreiro,

“Rosas” ou Marias, como outras mergulhadas nestes infinitos distantes,

Ainda buscam encontrar o mesmo esmero, o mesmo carinho que lhes era entregue antes!

Amaro Larroza,

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 22/11/2009
Código do texto: T1936959
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