Verdade Científica

Desde os tempos mais remotos que o homem se encontra em uma incessante busca pela verdade. Os pré-socráticos buscavam essencialmente a origem de todas as coisas a partir dos elementos Terra, Fogo, Água e Ar. Também os números poderiam ser a origem de tudo, pois estes controlariam o mundo moderno.

Na busca de uma verdade absoluta, na qual o homem poderia descobri-la e controla-la, surge a então verdade religiosa (segundo a qual Adão e Eva prenunciaram a civilização) que conduziria os homens ao bem em detrimento do mal conforme as leis divinas do criacionismo. Opondo-se a esta verdade o evolucionismo descaracteriza e desmistifica a criação. Cada qual com sua verdade, ambos defendem que suas teorias são incontestáveis, ou seja, são evidentemente verdades absolutas em diferentes contextos.

Para os racionalistas a verdade está em sua própria consciência das coisas e desta se faz uma verdade científica, clara e objetiva. Para os empiristas a verdade esta nas aparências, nas sensações que nos conduzem aos verdadeiros princípios universais. Da essência a existência se faz o duelo entre a fenomenologia e o existencialismo. Mas o que é a verdade afinal?

Em algum momento de nossa história, os homens acreditavam que a terra era o centro do universo, que estávamos estáticos e únicos a compartilhar da então sabedoria. Esta verdade absoluta deixou de ser verdade quando Copérnico profetizava que não éramos o centro do universo e muito menos estávamos estáticos. Dos que acreditaram no dilúvio, Curvier acrescentou o catastrofismo. Lamarck defenderia a evolução sob a ótica de transformações contínuas e cumulativas, já Darwin defenderia a seleção natural a partir da lei do mais adaptado.

A primeira verdade

O que necessitamos para sobreviver? Este questionamento nos faz analisar alguns dos itens básicos para que possamos viver em harmonia e com um certo grau de satisfação. Obviamente não possuímos os alimentos em si, pois estes estão disponíveis na própria natureza, e teremos que caçar, cozinhar e preparar para obtermos uma refeição, pois esta é uma necessidade e desta forma nos preocuparmos em satisfazer tal necessidade tendo como intenção à busca do que não possuímos, mas sim necessitamos.

A água, que constitui cerca de 70% de nosso organismo, também é uma necessidade, pois sem esta não vivemos, e apesar de sermos constituídos dela, também necessitamos de ingeri-la, e é por isso que teremos que buscá-la e assim como o alimento ela é fundamental para satisfazer nossa intenção, a de saciar nossas necessidades.

A segunda verdade

É certo que necessitamos do que não possuímos, mesmo porque é fundamental para nossa sobrevivência, mas algumas coisas não precisamos para sobreviver só necessitamos para satisfazer nossas vontades, mas não é vital, não é primordial.

O oxigênio, por exemplo, não é uma necessidade pela qual buscamos incessantemente, não temos a intenção e neste caso não precisamos do nosso oxigênio. A água sim nós necessitamos, o alimento sim nós necessitamos mas o oxigênio não! Este não nos é necessário, não buscamos e não temos a menor intenção natural de buscá-lo. A pergunta é: precisamos do oxigênio que temos? Sim, mas não necessitamos buscá-lo, ele é inerente ao homem por natureza. Sendo esta necessidade inerente não temos intenção de buscar, de procurar ou de se preocupar, não é como o alimento e a água na qual necessitamos, buscamos e nos preocupamos.

Terceira verdade

O homem em seu meio natural é um ser dependente de certos itens básicos, necessitamos a exemplo, de uma simbologia, de uma cultura que nos conduzirá ao distanciamento de nossos instintos evolutivos. Precisamos nos organizar em grupos, caçar outros animais, buscar a água e cozinhar os alimentos. Precisamos buscar o conhecimento, pois necessitamos dele.

Neste ínterim necessitamos do ar que respiramos, assim como o alimento o oxigênio nos é necessário e apesar de não buscarmos por este, ele nos é primordial pois necessitamos de oxigênio, pois sem este não sobreviveremos. Assim então necessitamos. Precisamos do oxigênio em uma parada respiratória, pois uma obstrução impediria o que nos é inerente neste caso, assim necessitamos do que não temos. Mas mesmo que o tenhamos, este é fundamental para nossa vida e assim necessitamos dele para viver.

Obviamente e a partir de conhecimentos distintos e diferentes correntes de interpretação e com um certo jogo de palavras conseguiríamos defender ambas as teorias e assim, propor uma suposta verdade absoluta sob diferentes perspectivas.

Já sabemos que há muito tempo tenta-se defender teorias, prová-las e descobrir que estas poderiam ser refutadas, mas nem por isso deixam de ser verdades em cada momento, cada uma em seu momento e sua realidade histórica.

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Alessandro Barreta Garcia
Enviado por Alessandro Barreta Garcia em 13/07/2006
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T193397
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