AS CACHORRAS

AS CACHORRAS

“ Suas avós morreram, queimando sutiãs e hoje elas pregam amor bandido (via Globo inclusive) e se depreciam balançando o rabo (não a pança) sob os apupos de “Cachorra”

Cretinas são as feministas dos finais do século XIX e de todo século XX, sua cretinice está na não intuição de que uma parcela das mulheres (principalmente no Brasil) não querem ser, ter e nem poder se igualar com os homens. Elas seguem a religiosa cartilha Mardukiana de inferiorização feminina, de forma eterna e nojenta.

Triste de Nossas avós, que deram suas lágrimas, suor e sangue de lutas e muito, muito mesmo, sofrimento, para ter de ver algumas ainda em vida, a regressão sem vergonha de mulheres que romanceiam com bandidos e o banditismo.

Ainda temos a triste adição da Novela da Globo, com o intuito (pelo menos é o que defendem) de mostrar a realidade brasileira, pôs em destaque o amor bandido de uma menina da classe média com um bandido dos morros do Rio. Se realmente for esta a realidade e a dissecação da alma feminina está correta nesta novela, parabenizo o autor pela exposição, mas fica em mim atravessado um nó na garganta.

Depois de romancear e tornar atraente Bandidos, nossa cultura (humana e não só regional) pende fortemente para isso, como se um chips colocado no DNA feminino fizesse retornar a inferioridade e subjugação, sempre que CRETENSAMENTE a mulher fizesse valer seus direitos de igualdade e dignidade. E assim todo Rodin Hood, Piratas e Corsários, Zorros e etc. tinham suas fãs, pelo menos na época os bandidos tinham justa causa, ou pelo menos o lado vitorioso assim historia.

Nos bailes Punk vemos o grito de guerra masculino CACHORRAS quando rebolando sensualmente respondem au au. Nos desesperos da família vemos de longe o grunido da cachorra ferida mas não abatida, que mesmo depois de uma tremenda surra do seu dono e domador, voltará sorrindo com o rabo e latindo alegremente.

Não é diferente dos tempos idos, só que naqueles tempos, a mulher acorrentada na cozinha e na casa, na criação, com véus a esconder a causa do egoísmo ciumento do marido, apanhando e sendo humilhada publicamente, nunca tendo direitos e só deveres, nunca podendo ter sua liberdade, escrava dos pais para a escravidão do marido e dos filhos, não tinha tido as percussoras, os movimentos de libertação, o habeas corpus da pílula anti concepcional, a modernidade mais intelectualizada que mostra os caminhos da liberdade e independência moral e financeira, não tinha havido a queima de sutiãs, as passeatas, as manifestações, a guerra política, a pressão e as vitórias em todos os campos. Antes o exemplo era a mãe e a avó, a tradição de sempre estar debaixo das botas. Hoje não. E porque elas ainda agem assim? Instinto de depreciação? Alma suicida moral? Experimentar ficar por baixo para mostrar que é a dominada? Fantasia degenerativa? Falta de respeito próprio, conhecimento existe, caminhos foram abertos a gritos, suor e sangue, mas querer trilhá-lo de quatro a balançar o rabo e latindo aí é uma escolha lamentável para uma humanidade que espera se libertar dos jugos tradicionalistas e caminhar para espiritualidade aberta, igual e irmã.