Os escravos emergentes do século XVIII
Há quase sete anos foi publicada uma matéria em um veículo impresso de grande credibilidade no Brasil cujo conteúdo é fruto de uma tese do docente do programa de pós-graduação em história da Universidade Federal de Minas Gerais, Eduardo França Paiva e está sustentada no livro Escravidão e Universo Cultural na Colônia: Minas gerais, 1716-1716, Editora UFMG, 285p.
A conclusão do estudo mostra que a violência dos donos de engenhos contra os negros escravos, na realidade está mais em cores vivas nos livros de história, ampliado pelo marketing abolicionista do que na realidade da época. Segundo a reportagem, houvera muita convivência pacifica, relacionamento comercial e entendimento espontâneo de ambos os lados.
O autor da obra diz que suas fontes são os documentos públicos, testamentos e narrativas do período. Paiva afirma que estudou 858 testamentos em que negros escravos deixam heranças importantes para seus herdeiros. Segundo suas pesquisas, os escravos compravam a própria alforria e muitos adquiriam como escravos “irmãos” negros. A região de Minas continua Paiva, habitava 120.000 negros livres, todos inseridos no mercado de trabalho, onde representavam um terço da população.
Com essas relações, negros emprestavam numerário aos senhores e curiosamente, segundo os estudos, haviam senhores que tratavam como mãe, já adultas, negras escravas. O professor passou dez anos examinando com atenção os documento do século XVIII, que defendem essas informações. Um dos maiores exemplos é Bárbara Gomes de Abreu e Lima, ex-escrava que morreu em 1735, foi uma das comerciantes mais ricas de Sabará.
Bárbara não foi à única a adquirir fortuna, outras cativas no mesmo período enriqueceram, graças as suas competências em saberem explorar estabelecimentos comerciais. Existiram também escravos que fizeram riquezas. O exemplo foi em São João Del Rei, Alexandre Correia, que comprou a sua liberdade e inteligente o suficiente em ser proprietário de uma mina de ouro.