Recreio Escolar!
Quero continuar, garoto maroto, travesso ao acaso, colhendo de cá e acolá, as sabedorias que há de ter para buscar, correndo pátios e no pega-pega, alimentado no toque simples, como o apertar de mão.
A poeira é giz na lousa, que traça pentágonos e hexágonos, no dna professoral, entalhado em cada grão, que faz de nós árvores e frutos, mestres e alunos, alimentados dessa mesma seiva.
Celulose rabiscado sobre a mesa, e ainda nos traços, abnegam um sorriso. Liberto a mente das simbologias e a deixo em um canto até mais ver, embaixo do tapete que transforma e transporta na mesma rima que busca rimar. Cabide a balançar no closet, naftalina no congestionado ar, teclas para teclar.
Bits e Bytes no calor processado, que nos torna mecânicos, o sorriso não mostra os dentes e não há recreio, na sirene que toca as dez, e nem a folha de rabiscos e borrachas. Só as eletrônicas, na sabedoria que virou “WWW”.
No bolso, a gravata que me faz Yuppie, oculta na camisa aberta que me faz Happy. Varonil, no dia da semana que se torna Áureo, no mesmo que acaba as cinco, cuja Devassa é na tarde morna e primaveril o cubo de gelo, que derrete livre, lento e consciente, ainda sem substituto eletrônico, na mesa de madeira seca, ou na roda dos amigos de carne e osso, cujo abraço é real.