Dias de embrulhos

Existem dias que vem como embrulhos, enfeitados com amor, decorados com paixão e comprados com carinho. Outros dias são jogados como lixo, como um gari descuidado, com pressa, desprezo, sem jeito.

Na verdade, quem o recebe é quem qualifica, alguns do lixo fazem nascer uma flor, outros do presente faz surgir a dor. Depende de quem o recebe, pois foi nesses dias de lixo que explanei minha dor, no papel amassado, no cansaço com fardo, nas linhas amarelas de noites ao relento escrevendo e lendo pedindo leitor, redigir sem temor procurando uma cor na arte de expressar a vida e o amor.

Dias jogados, contido nos olhos, esbugalhados redijo, procurando sentido tentando achar coesão, coerência, comprovando eficiência. Minha tendência não é a excelência, mesmo aplausos não ouvindo, escrevo do céu ao asfalto, busco elogios, somente ouço grilos, volto aos dias de lixo em busca do alívio

Jhomara Alves
Enviado por Jhomara Alves em 25/09/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1830569
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