Dias de embrulhos
Existem dias que vem como embrulhos, enfeitados com amor, decorados com paixão e comprados com carinho. Outros dias são jogados como lixo, como um gari descuidado, com pressa, desprezo, sem jeito.
Na verdade, quem o recebe é quem qualifica, alguns do lixo fazem nascer uma flor, outros do presente faz surgir a dor. Depende de quem o recebe, pois foi nesses dias de lixo que explanei minha dor, no papel amassado, no cansaço com fardo, nas linhas amarelas de noites ao relento escrevendo e lendo pedindo leitor, redigir sem temor procurando uma cor na arte de expressar a vida e o amor.
Dias jogados, contido nos olhos, esbugalhados redijo, procurando sentido tentando achar coesão, coerência, comprovando eficiência. Minha tendência não é a excelência, mesmo aplausos não ouvindo, escrevo do céu ao asfalto, busco elogios, somente ouço grilos, volto aos dias de lixo em busca do alívio