Aquilo que transcende.....
É indiscutível que a experiência de Deus é particular e íntima a cada pessoa... nossa fé primitiva, aquela herdada através de nossos avós e de nossos pais, precisa sem dúvida ser reinterpretada à luz da libertação... não que àqueles que nos precederam ou precedem-nos não eram libertos... eram e muito bem ao ponto de nos transmitirem essa fé genuína na palavra e amor savíficos de Deus.... mas, particularmente precisamos reler, reinterpretar a nossa fé recebida...
Em meio ao caos do mundo pós-moderno em que nos encontramos... num mundo que cada vez mais grita o egoísmo e desamor... a ambição e a luxúria... a soberba e a hipocrisia como regras a serem seguidas... a violência que nos torna reféns de nós mesmos... sem ao menos haver possibilidades de mudanças, praticamente...
É necessário e indispensável uma nova leitura da fé que herdamos de nossos antepassados.... não uma fé que nos proporcione a satisfação de nossos desejos.... não uma fé imediatista.... não uma fé moldada dentro do que a sociedade hipócrita grita... não uma fé alienada e fechada dentro de uma estrutura religiosa que, às vezes ou na sua grande maioria, não nos deixa perceber a verdadeira fé... o verdadeiro acreditar nos dias de hoje....
Mas uma fé que nos possibilite o entendimento claro dos mistérios da vida... uma fé de libertação do homem que busca esse Deus misericordioso e justo.... uma fé alicerçada na palavra e no amor ao próximo.... apesar de ser muito difícil ser cristão nos dias de hoje... chegando a ser uma contra-cultura.... a religião e a igreja são necessárias sim.... mas essa fé esclarecida e que promove a liberdade é imprescindível em nossa vida... apesar de tudo, amo minha instituição religiosa de forma consciente, uma vez que é constituída por homens pecadores e porque não, santos também.... muito além disso, amo e persigo mais ainda essa fé em que creio, para adorar a Jesus resuscitado e liberto...
p.s. O crescimento e amadurecimento pessoal perpassa por vários níveis de inteligência e conhecimento humano, poderíamos dizer.... não nos deixa mentir, Piaget quando nos afirma que o novo, o conhecimento novo nos causa um certo desiquilíbrio interior, mas que com a assimilação e reformulação de nossos conceitos por meio do novo, restaura-se a harmonia e equilíbrio internos do próprio ser..... creio nessa possibilidade....